Pesquisadoras do Suriname realizam visita técnica em Goiás e MT
Pesquisadoras do Suriname realizam visita técnica em Goiás e MT
Como parte do projeto trilateral entre o Brasil (Agência Brasileira de Cooperação e Embrapa), o Suriname (Ministério da Agricultura do Suriname) e a embaixada da Nova Zelândia no Brasil, a diretora de pesquisa agrícola, marketing e processamento do Ministério da Agricultura do Suriname, Yvvone Ramnarain, acompanhada da pesquisadora, Ruby Kromokardi, participaram de visita técnica em Goiás e Mato Grosso entre os dias 5 a 9 de fevereiro, sobre a Cultura do Arroz de Terras Altas no Brasil.
A programação foi dividida em três momentos: no dia 5 a equipe do Ministério da Agricultura do Suriname conheceu os trabalhos de pesquisa desenvolvidos na Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás/GO), como a vitrine tecnológica, o desenvolvimento de máquinas e implementos para a agricultura familiar, a Fazenda Agroecológica, além dos experimentos desenvolvidos nos programas de melhoramento genético da cultura do arroz, e o controle de pragas e doenças na cultura.
Dos dias 6 a 8 de fevereiro as pesquisadoras do Suriname, acompanhadas pelo coordenador técnico do projeto, o pesquisador Adriano Nascentes, e do técnico agrícola Antônio da Conceição Teixeira, foram até o município de Água Boa (MT), onde visitaram a Semear Agrícola, empresa que processa sementes e grãos de arroz.
As pesquisadoras tiveram a oportunidade de conhecer a Unidade de Beneficiamento de Sementes da empresa e os cuidados necessários para se produzir sementes de arroz. De acordo com o agrônomo Lúcio Adalberto Motta Filho a empresa produz sementes das cultivares BRS Sertaneja, BRS Esmeralda, BRS Serra Dourada e BRSGO Serra Dourada, sendo comercializadas, principalmente, nos estados do MT, GO, MA e TO.
A delegação conheceu, também, os produtores de sementes e de grãos da região; no município as principais áreas para o cultivo do arroz de terras altas são aquelas em que o produtor tem pasto degradado e tem a intenção de renovar o pasto ou alternar com a soja.
Nesse sentido, o dono da terra oferece ao arrendatário a área de graça, fornece o calcário e parte do óleo diesel utilizado nas operações de plantio do arroz, após um ou dois anos de cultivo da cultura, ele pega a área novamente para formar o pasto, ou para o cultivo da soja.
O custo de produção com o arroz é relativamente baixo na região e fica em torno de R$ 1 mil em que o arrendatário utiliza a semente, a adubação de semeadura, uma aplicação de inseticida e outra de fungicida; a adubação de cobertura é feita com 20 kg/ha aos 20 dias após a emergência da cultura. "Na região do Vale do Araguaia, entre os estados de Goiás e do Mato Grosso, se estima uma área de 3 milhões de hectares em pastos degradados com potencial para serem utilizados no cultivo do arroz", destaca Lúcio.
Produção Orgânica - No dia 9, Yvvone e Ruby, Nascente e Antônio visitaram a fazenda de produção orgânica, em Hidrolândia (GO), do agricultor e professor da UFG, Paulo Marçal, que produz arroz, feijão, banana e hortaliças. A produção é comercializada em mercados especializados de Goiânia.
Paulo conta que começou a produção orgânica por acaso, tentando provar que era possível cultivar tomate sem precisar de utilizar agrotóxicos. Hoje ele produz diversas variedades crioulas de arroz, feijão e milho, resgatando os materiais tradicionais de comunidades rurais.
Após a visita a Hidrolândia a delegação seguiu para a sede da Embrapa de Goiás, onde foram realizadas as apresentações institucionais da Embrapa Arroz e Feijão e do Ministério da Agricultura do Suriname. O gestor de Ciência e Tecnologia da Unidade de Goiás, Élcio Guimarães, ressaltou os principais trabalhos desenvolvidos na Empresa, destacando que a instituição está de portas abertas a novos projetos e parcerias.
Por sua vez, Yvvone relatou os principais trabalhos desenvolvidos no Suriname e manifestou ao gestor de Ciência e Tecnologia da Unidade interesse em contar com especialistas da Embrapa para ministrar cursos de produção com equipamentos para a agricultura familiar no Suriname.
Para o pesquisador da Embrapa e coordenador técnico do projeto, Adriano Nascente, a visita técnica das pesquisadoras ao Centro-Oeste foi bastante proveitosa, pois foi possível mostrar como é trabalhado o cultivo do arroz de terras altas em áreas extensas da região, experiências que ainda não são praticadas no Suriname. Além disso, o estreitamento das relações entre os dois países pode proporcionar a elaboração e execução de outros projetos.
Com base nos bons resultados obtidos do projeto em Suriname, o governo da Nova Zelândia tem apoiado uma nova ação para os agricultores familiares do Maranhão e já sinalizou a possibilidade de implantação de projetos envolvendo, principalmente, a cultura do feijão comum no Suriname.
Projeto Brasil-Suriname e Nova Zelândia - O projeto trilateral envolve a Agência Brasileira de Cooperação (ABC/MRE), Embrapa, Ministério da Agricultura de Suriname e a embaixada de Nova Zelândia no Brasil. O projeto se iniciou em abril de 2016 com a instalação de experimentos para avaliação de cultivares (quatro do Brasil e três variedades locais de Suriname), além de experimentos para avaliar níveis de fertilização com nitrogênio, fósforo e potássio.
Por meio do projeto, se propôs realizar pesquisas locais, demonstrando aos agricultores do Suriname técnicas adequadas de cultivo, como adubação, espaçamento, população e controle de plantas daninhas para promover o aumento significativo da produtividade de grãos de arroz no país, além de garantir segurança alimentar aos produtores Quilombolas que atualmente têm que comprar arroz de outras regiões do Suriname.
Helio Magalhães (DRT/MG 4911)
Embrapa Arroz e Feijão
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