O chefe-geral da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE), Manoel Moacir Macedo, cumpriu nesta sexta (16), seu último dia como gestor da Unidade da Embrapa, cuja exoneração se deu em cumprimento pela estatal de uma decisão judicial.

Sua saída, além de dois outros chefes de Unidades da Embrapa na mesma situação, foi determinada em decorrência do cumprimento de sentença baseada na Lei das Estatais, segundo a qual gestores que não integram os quadros efetivos das empresas públicas ficam impedidos de ocupar cargos comissionados, com exceção das posições de presidente e diretores executivos.
 
O presidente da Embrapa, Maurício Lopes, declarou terem se exaurido as possibilidades judiciais de recursos, não havendo alternativa senão a substituição dos gestores.
 
O Ministério Público do Trabalho do Distrito Federal é o autor da ação, e rejeitou as justificativas apresentadas pela Embrapa, entre as quais o fato de Manoel e os outros dois chefes impactados – Sebastião Barbosa, da Embrapa Algodão (Campina Grande, PB), e Gabriel Bartholo, da Embrapa Café (Brasília, DF) – terem participado de processo seletivo público para a investidura no cargo.
  
O chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Unidade, Marcelo Fernandes, assumie a Chefia-Geral da Unidade em caráter interino a partir desta segunda (19), até que seja deflagrado um novo processo de busca e seleção. O período regimental do mandato atual da Chefia se encerra em outubro de 2019.
 
Trajetória
Com grande experiência em gestão e longa história na Embrapa, onde começou como estagiário e se integrou ao quadro efetivo em 1979, Macedo ocupou o cargo de chefe de administração em duas outras Unidades: Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA) e Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), além da Secretaria de Gestão Estratégica na Sede da Empresa e Chefia de Gabinete na gestão do presidente Murilo Flores.
 
Por anos dividiu sua atuação na Embrapa entre a pesquisa em sociologia rural, a difusão de tecnologia e a gestão. Possui graduação em agronomia pela Universidade Federal da Bahia (1976), e em direito pela Universidade Católica do Salvador (1989), mestrado em extensão rural pela Universidade Federal de Viçosa (1984) em Minas Gerais, e PhD em sociologia pela University of Sussex (1997), Brighton, Inglaterra.
 
Por mais de oito anos, atuou como presidente da Fundação de Seguridade Social (Ceres) – o fundo de pensão dos empregados da Embrapa, Emater e Epamig, Minas Gerais; Epagri e Cidasc, Santa Catarina. Desligou-se dos quadros efetivos da Embrapa em 2009.

Tomou posse na Embrapa Tabuleiros Costeiros em outubro de 2013, tendo apresentado um extenso e ousado plano de trabalho. Nesses quatro anos, a Unidade ampliou sua visibilidade pública – junto aos parceiros, às entidades do campo e à sociedade em geral. Aprovou e lidera quatro grandes arranjos de pesquisa, expandiu a carteira de projetos e o rol de parceiros e teve uma excelente classificação no último ciclo de avaliação de desempenho das Unidades.
 
Reconhecimento
Lopes ressaltou que Macedo tem longa história na Embrapa e na Ceres, e deu uma grande contribuição para a Unidade sediada em Aracaju. “Atuou de forma competente e dedicada, ajudando a Unidade a se fortalecer na pesquisa e na região. Abriu novas frentes como o SEALBA (projeto de Inteligência Territorial Estratégia para a fronteira agrícola de Sergipe, Alagoas e Bahia) e fortaleceu a carteira de projetos”, reconheceu o presidente. 
 
Macedo, que também é advogado e jurista, declarou que aceita republicanamente a decisão e a cumprirá irrestritamente. “Sou fruto dessa empresa e tenho consciência da minha contribuição. Estou convicto de que fizemos, eu e a equipe íntegra e competente que me assessorou até aqui, um trabalho importante para o desenvolvimento da Unidade, que deverá ter continuidade”, afirmou.