26/02/18 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Trichoderma se destaca como principal agente de biocontrole de doenças de plantas

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Foto: Cristina Tordin

Cristina Tordin - Monte em sua apresentação

Monte em sua apresentação

O seminário realizado pelo Fórum de Adequação Fitossanitária sobre Trichoderma e seus mecanismos de ação para o biocontrole de doenças de plantas em 23 de fevereiro na Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), em parceria com a Universidad de Salamanca, Espanha, trouxe Enrique Monte, professor daquela Universidade, para apresentar a extensa versatilidade deste fungo.

Conforme o professor, que iniciou seus trabalhos nessa área em 1986, o Trichoderma se adapta a ambientes diferentes devido ao seu alto oportunismo de produção de enzimas hidrolíticas e grande capacidade para reparar danos celulares. Além de certa  tolerância ao calor, ajuda as plantas a superar estresses ambientais. Em sua primeira experiência com esse fungo, Monte trabalhando em um campo infestado com Rizoctonia solani, verificou que o Trichoderma foi eficiente em seu controle. Seus mecanismos de biocontrole são o micoparasitismo, a antibiose e a competição, além da indução de resistência da planta.

O professor espanhol destacou outro ponto importante: Trichoderma resiste ao estresse oxidativo e produz esse estresse também para “atacar” os patógenos da planta. O fungo foi eficiente no controle de diversas doenças das culturas de tomate, pimenta, pepino, abobrinha, pimentão, oliveiras e morango, também induzindo maior rendimento das plantas.

Monte destacou o fato de que quando a planta não tem patógenos, Trichoderma promove o seu crescimento, inclusive do sistema radicular, favorecendo também o desenvolvimento de raízes laterais, além da solubilização de nutrientes e tolerância a estresses abioticos. Ainda foi observado outro ponto: a aplicação de maior concentração de Trichoderma não implica em melhores resultados.

Para o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Wagner Bettiol, moderador do seminário, “o entendimento dos mecanismos de ação é fundamental para a utilização de Trichoderma na agricultura, visando ao controle de fitopatógenos”.

Para adaptar-se a tantos ambientes, enfatiza Monte, “as espécies de Trichoderma desenvolveram a capacidade de produzir uma grande quantidade de enzimas extracelulares e sistemas muito eficazes de resistência, reparação de danos celulares e moleculares”. Estas espécies de Trichoderma têm sido exploradas pelas suas principais habilidades, que são a produção de enzimas com importantes aplicações biotecnológicas e a capacidade de controlar patógenos de plantas por meio de diferentes mecanismos de ação, com destaque para o micoparasitismo, a antibiose, a competição por substratos e nutrientes e a indução de resistência das plantas.

Estiverem presentes cerca de 150 participantes, entre estudantes, engenheiros, agricultores e representantes de empresas de controle biológico.

 

Cristina Tordin (MTB 28499)
Embrapa Meio Ambiente

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