SIT: seminários debatem mudanças climáticas e estratégias para a convivência com a seca
25/05/15
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Mudanças climáticas Transferência de Tecnologia
SIT: seminários debatem mudanças climáticas e estratégias para a convivência com a seca
Dois seminários sobre o tema mudanças climáticas e seus impactos na agropecuária serão realizados nas próximas terça e quarta-feira, 26 e 27, na Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG), e transmitidos online dentro da programação da 8ª SIT (Semana de Integração Tecnológica). O tema "Mudanças climáticas e seus impactos na agropecuária regional" pretende reunir subsídios para a construção de uma abordagem mais teórica e geopolítica das mudanças climáticas, discutindo as vulnerabilidades regionais sob a ótica da seca. Nesse contexto, os palestrantes tentarão traçar um paralelo da nova realidade da agropecuária regional – sobretudo para o homem do campo da região Central de Minas Gerais – com experiências de sucesso.
Já o segundo seminário – "Estratégias e tecnologias para uma agricultura em um clima mais seco" – tem o objetivo de apontar caminhos e alternativas para o produtor conviver de uma melhor maneira com a escassez de chuvas, propondo abordagens práticas e dirigidas ao seu dia-a-dia. Exemplos são a construção de barraginhas nas propriedades (como forma de abastecer o lençol freático e revitalizar nascentes); alternativas de forrageiras para a implantação de pastagens; e o uso do sorgo e do milheto como culturas mais tolerantes à falta d'água tanto na produção de grãos quanto com o propósito de forragem para o gado. Outra vertente que será apresentada é a importância da adoção de sistemas de produção melhorados para a nova realidade.
Segundo o coordenador dos seminários, o engenheiro agrônomo Diego de Oliveira Carvalho, as palestras, painéis temáticos e exposições no campo pretendem enriquecer o debate e a troca de experiências, de forma presencial e também virtual, entre pesquisadores e especialistas, agentes de extensão rural, instituições de ensino superior, professores, estudantes, produtores rurais e "todos aqueles que, de uma forma ou de outra, experimentam, cotidianamente, os desafios impostos pelas mudanças climáticas e os seus impactos na agropecuária nacional e, mais do que isso, anseiam por encaminhamentos acerca de estratégias e oportunidades para melhor conviver com a seca".
SERVIÇO – Os eventos terão a transmissão ao vivo via internet por meio da rede social temática Repileite (Rede de Pesquisa e Inovação em Leite), coordenada pela Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora-MG). Para assistir online, o usuário deverá acessar http://www.repileite.com.br/ . Para a participação presencial, na Embrapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas-MG, a inscrição deverá ser feita pelo site http://sit.cnpms.embrapa.br . Tanto as inscrições para a participação online quanto para a presencial são gratuitas.
Abaixo, confira a programação dos seminários e um breve resumo de algumas das apresentações.
Seminário "Mudanças climáticas e seus impactos na agropecuária regional"
Data: 26/05/2015 (terça-feira)
Horário: 8h às 17h30
Programa
Vulnerabilidade regional às mudanças climáticas
Palestrante: Andréa Brandão Andrade (Feam, Fundação Estadual do Meio Ambiente)
Resumo: Desde 2013, a Feam, com a cooperação do Conselho Regional de Nord Pas de Calais e a Agência Francesa de Meio Ambiente e Gestão da Energia, vem trabalhando na elaboração e execução do Plano de Energia e Mudanças Climáticas de Minas Gerais. Foi produzida uma gama de documentos e estudos técnicos relacionados a temas afetos, tais como eficiência energética, energias renováveis, inventários de emissão de gases de efeito estufa, vulnerabilidade territorial e adaptação às mudanças climáticas, entre outros. Alguns desses resultados serão apresentados, com o objetivo de identificar os principais desafios que a região Centro-Sul enfrenta, bem como as estratégias mais adequadas para lidar com as adversidades.
Risco na atividade agropecuária regional no cenário climático atual
Palestrante: Daniel Pereira Guimarães (Embrapa Milho e Sorgo)
Resumo: Abordagem sobre as tendências de mudanças climáticas no mundo e no Brasil, impactos antrópicos, impactos regionais e implicações na área agrícola. Atividades humanas, uso e ocupação dos solos na região e a geração de ilhas de calor em Sete Lagoas. Indicação de ações mitigadoras e tendências futuras na área agrícola.
Nova realidade da agropecuária regional
Palestrantes: Marcelo Candiotto Moreira (Coopersete) e Warley da Silva Rocha (Sicoob Credisete)
Resumo: Utilização de alimentos alternativos, substituição parcial e total do volumoso, alternativas de suplementação para bovinos no período chuvoso e seco e segmentação da cadeia produtiva.
Debate – Experiências e oportunidades para a agropecuária regional
Moderador: Clóvis Públio (Emater-MG)
Giro Tecnológico – Estação Experimental da Epamig
Estação 1: Conservação de solo e água (Samuel Petraccone Caixeta, UFSJ)
Estação 2: Sistemas de irrigação (Alexandre Matos Martins, Emater-MG)
Estação 3: Manejo de rebanho leiteiro mestiço (Waldir Botelho, Epamig)
Serão apresentados os aspectos relacionados à pecuária de leite com ênfase no manejo e alimentação do rebanho bovino mestiço. A produção de leite a pasto no verão e volumosos no inverno reduzem os custos de produção, propiciando maior renda aos produtores de leite. A Epamig vem ao longo dos últimos anos disponibilizando tecnologias de produção de leite em rebanhos F1 (meio sangue), provenientes de matrizes zebuínas cruzadas com touros holandeses. Esses animais apresentam alta rusticidade, baixa taxa de descarte e infestação parasitária, além de longevidade.
Estação 4: Cana-de-açúcar na alimentação do rebanho
Seminário "Estratégias e tecnologias para uma agricultura em um clima mais seco"
Data: 27/05/2015 (quarta-feira)
Horário: 8h às 17h30
Programa
A propriedade rural no contexto de escassez hídrica
Palestrante: João Herbert Moreira Viana (Embrapa Milho e Sorgo)
Resumo: A palestra versa sobre as relações entre a propriedade rural e os recursos hídricos, discutindo aspectos relacionados à interação do ambiente com os processos de produção, à gestão da propriedade e ao posicionamento do indivíduo e da sociedade face aos desafios da escassez de recursos. Serão abordados temas relevantes relacionados aos riscos e às oportunidades que as oscilações climáticas oferecem à atividade agrícola.
Fertilidade no perfil do solo e sistemas de produção melhorados como estratégia para convivência com a seca
Palestrante: Emerson Borghi (Embrapa Milho e Sorgo)
Gestão de pessoas na pecuária leiteira
Palestrante: Emerson Ângelo Alvarenga (Rehagro)
Resumo: A cada dia ouvimos temas e debates sobre pessoas que trabalham nas empresas rurais. É crescente o numero de perguntas como: quais os desafios da gestão de pessoas no agronegócio? Qual a importância das pessoas dentro do sucesso do nosso negócio? O que seria das empresas sem as pessoas? Quanto tempo é investido na capacitação das pessoas? Por que permanecem tão pouco tempo nas empresas? É fácil encontrarmos pessoas qualificadas?
Perguntas e comentários como estes merecem reflexões profundas sobre a maneira de conduzir a empresa. A evolução dos modelos de gestão dentro das fazendas, principalmente no que diz respeito aos recursos humanos, pode ser considerada um fator extremamente importante para um futuro promissor no agronegócio. Podemos afirmar que a relevância das pessoas para o sucesso do negócio é muito maior do que muitos possam imaginar e que a qualificação dessas pessoas deve ser o foco de todas as empresas / propriedades rurais que realmente almejam permanecer num mercado cada dia mais competitivo.
A necessidade de conhecimento que envolve aspectos do relacionamento humano é praticamente uma constante, independentemente do nível hierárquico na empresa. Assim, precisamos desenvolver e evoluir habilidades e competências para gestão de pessoas dentro do negócio. Então, entendemos que não somente os conceitos e conhecimentos técnicos são responsáveis para o sucesso do negócio e sustentabilidade. Precisamos é entender de gente.
Giro Tecnológico – Vitrine de Tecnologias da Embrapa
Estação 1: Barraginhas (Luciano Cordoval de Barros, Embrapa Milho e Sorgo)
Estação 2: Alternativas forrageiras para implantação de pastagens (Rosângela Simeão, Embrapa)
A atividade pecuária bovina enfrenta uma situação que pode parecer conflitante nos dias atuais. Ao mesmo tempo em que há uma expectativa de aumento na demanda de seus produtos, pelo crescimento populacional global, é também a atividade com maior responsabilidade pela produção de metano, gás que contribui significativamente para a emissão de gases de efeito estufa, responsáveis pelas mudanças climáticas. O aumento de consumo de carne, couro, leite e derivados é excelente para o Brasil, uma vez que o nosso País dispõe do maior rebanho comercial mundial. Entretanto, isso também traz uma imensa responsabilidade e uma demanda de ações para reduzir o impacto ambiental da atividade pecuária.
As altas emissões de metano estão associadas aos sistemas de produção ineficientes, baixa qualidade da alimentação bovina e a criação de animais de baixo potencial de produção. No Brasil, a grande extensão de pastagens degradadas ou em processo de degradação apresenta um impacto direto nas mudanças climáticas, contribuindo para o seu aumento. Esse é um cenário que precisa ser mudado e depende da intervenção direta do produtor, com o apoio da pesquisa da Embrapa e por políticas governamentais.
A degradação de pastagens é causada principalmente pelo super-pastejo, desencadeado pela falta de manejo adequado, pela baixa reposição de fertilidade nas pastagens formadas e, muitas vezes, pelo uso de cultivares forrageiras inadequadas. O aumento da produtividade em pastagens é o principal aspecto a ser considerado na mudança do cenário e redução do seu impacto nas mudanças climáticas.
A produtividade animal em pastagens é determinada por dois componentes básicos: desempenho por animal (ganho de peso vivo) e capacidade de suporte (número de animais por unidade de área). O desempenho animal é função da ingestão de matéria seca, da qualidade da forragem e do potencial genético do animal, enquanto a capacidade de suporte é função do potencial de produção de matéria seca da forrageira e da eficiência de colheita. Esses ajustes, orientações de manejo e modo de intervenção do produtor serão o tema do Curso de Manejo de Pastagens durante a Semana de Integração Tecnológica.
Estação 3: Milho, sorgo e milheto na nova realidade climática (Iran Dias Borges, UFSJ)
Estação 4: Sorgo forrageiro: alternativa para silagem em condições de escassez hídrica (José Avelino Santos Rodrigues, Embrapa Milho e Sorgo, e Sinval Resende Lopes, Embrapa Produtos e Mercado)
Serão apresentados aspectos da cultura do sorgo e os diferenciais do cereal para a região, como a maior tolerância à seca.
Guilherme Viana (MG 06566 JP)
Embrapa Milho e Sorgo
Contatos para a imprensa
milho-e-sorgo.imprensa@embrapa.br
Telefone: (31) 3027-1905
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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