O interesse pelas pesquisas da Embrapa Amazônia Ocidental com hortaliças, fruteiras e produção de plantas medicinais motivou um grupo de 22 membros do Projeto Horta do Altíssimo, ligado ao Grupo de Desbravadores da Igreja Adventista do 7º Dia, do bairro Parque das Garças (Zona Norte) de Manaus, a visitar a empresa nesta quinta-feira, 1º de março de 2018. Jovens e adultos foram recebidos por pesquisadores e técnicos da Embrapa. O grupo conheceu os plantios do Campo Experimental da Embrapa, no km 29 da AM-010 e recebeu amostras de várias plantas para cultivo na horta comunitária que está sendo implantada numa área próxima à igreja. O objetivo da visita, segundo Bruna Pereira, diretora do clube, foi subsidiar os participantes de informações técnicas e conhecimentos práticos sobre o cultivo em horta, pois a Igreja Adventista está implantando uma horta comunitária que vai ser cuidada pelos jovens carentes do bairro. “A ideia é ocupar os jovens e proporcionar o aprendizado de como plantar verduras e hortaliças que servirão para o seu próprio alimento e quem sabe até mesmo proporcionar uma renda extra”, explicou. Os visitantes foram recebidos pelo pesquisador José Nestor de Paula Lourenço, que abordou o tema horta orgânica comunitária e mostrou como se faz a compostagem de resíduos orgânicos para produção de adubo. Demonstrou modelos de canteiros feitos com aproveitamento de pneus e garrafas pets e destacou a importância do envolvimento de alunos, professores e a comunidade em geral nesse tipo de ação. Muito interessados, os visitantes trocaram várias informações com o pesquisador. Em seguida, os visitantes foram recebidos no campo pelo pesquisador Francisco Célio Maia Chaves, que mostrou a importância das plantas medicinais e alguns tipos de vasos para mudas. Apresentou as espécies nativas e exóticas, tais como: gengibre, açafrão, hortelã, menta, capim santo, citronela e vinagreira. Comentou que não poderia receitar o uso dessas plantas, mas que muitas já são usadas pela população para curar ou evitar doenças. Ao final, doou umas amostras para o Projeto Horta do Altíssimo. O cultivo de tomate protegido, feito em casa de vegetação, com controle automático de fertilizantes, foi demonstrado pelo pesquisador Rodrigo Fascin Berni, cujo experimento está sendo conduzido em 350 vasos, com quatro variedades de tomateiro. Rodrigo explicou que os tomateiros do experimento levaram 25 dias para brotar desde a semeadura, depois foram transplantados nos vasos com substrato de fibra de coco e precisaram de mais 90 dias para produzir. O adubo é aplicado pelo processo de fertirrigação, ou seja, diluído na água que chega às plantas por meio de canalizações. O experimento encantou os visitantes, pois os tomateiros estão carregados de frutos. Com informações do técnico Anderson Wolff, os visitantes conheceram o viveiro central da Embrapa Amazônia Ocidental. Receberam informações sobre a produção de mudas e os cuidados que se deve ter com essa fase da planta. Em seguida receberam algumas mudas de espécies frutíferas, excedente da pesquisa, para serem plantadas na horta comunitária. Raimundo Holanda, membro do Projeto Horta do Altíssimo, disse que "a visita foi muito proveitosa porque a igreja possui uma horta em um terreno cedido por um comunitário, onde os membros da igreja e do Grupo de Desbravadores podem cultivar, cuidar das plantas e assim, futuramente estender à comunidade, despertando o interesse pela prática que poderá lhes proporcionar verduras e legumes saudáveis, além de ocupar o tempo ocioso dos jovens, visto que a comunidade é muito carente. "Então achamos que essa atividade poderá lhes ocupar com algo mais salutar e quem sabe até render lucros”. Além das mudas de plantas e sementes, os membros do Projeto levaram para a comunidade uma coletânea de publicações que tratam de diversas tecnologias desenvolvidas pela Embrapa, que poderão auxiliar no cultivo da horta.