O Projeto Biomas na Amazônia apresenta os resultados dos experimentos com sistemas integrados de produção em um dia de campo em 19 de junho, sexta-feira, na Fazenda Cristalina, município de São Domingos do Araguaia, região sudeste do Pará. Os visitantes terão a oportunidade de visitar seis ações de pesquisa com diferentes propostas para o uso da árvore nas propriedades rurais, tanto com a finalidade de recuperação de áreas com alto nível de degradação, quanto para seu uso em sistemas produtivos consorciados. Um dos trabalhados a serem apresentados é a recuperação das áreas de voçoroca, nome que em tupi guarani significa "terra rasgada". Trata-se de uma área onde a vegetação e o solo foram retirados para outros usos – construção civil, por exemplo - deixando o subsolo exposto. Com a compactação do subsolo, as chuvas e a erosão, formam-se buracos e depressões no solo onde não cresce mais vegetação alguma. E com a ação do clima na região, cada vez mais o tamanho e a profundidade deles aumentam. A área de voçoroca da Fazenda Cristalina, que fica às margens da Rodovia Transamazônica, onde foi desenvolvido o trabalho, ocupa cerca de 3000m², com inclinações de até 2m de profundidade. "Só para ter uma ideia, considerando que todo o buraco das voçorocas já foi ocupado por solo, na área da Fazenda Cristalina se tem uma perda de quase 6.000m³ de solo, ou seja, quase 600 caminhões de solo perdidos, que foram parar nos cursos d'água, gerando outro problema: o assoreamento", afirma o especialista em recuperação de áreas degradadas, Alexander Resende, pesquisador da Embrapa Agrobiologia (RJ). No local, a primeira ação da pesquisa foi reduzir a quantidade de água que chega na voçoroca, a partir do uso de práticas mecânicas, como terraços, drenagens e bacias de contenção. O pesquisador explica que a ideia é fazer com que a água permaneça mais tempo na área e perca o seu poder de enxurrada."Foram implantadas oito bacias de contenção na área, que são pequenas represas, que podem armazenar até cerca de um milhão de litros de água de chuva, que além de reduzir a erosão da área, pode ser utilizada para matar a sede dos animais", detalha Alexander Resende. O trabalho, que iniciou em 2013, será apresentado de forma detalhada no dia de campo. Inscrições - As vagas para o Dia de Campo do Projeto Biomas - Amazônia são limitadas a 200 participantes, direcionadas a produtores rurais, técnicos agrícolas e engenheiros agrônomos e florestais, que atuam na extensão e assistência técnica rural e institutos de ensino e pesquisa. A inscrição deve ser feita por meio deste formulário até o dia 14 de junho para garantir o recebimento do material no local do evento. O formulário deve ser enviado para o e-mail biomas.am@embrapa.br. Sobre o Projeto Biomas – Na Amazônia, o Biomas conta com 22 subprojetos de pesquisa, desenvolvidos de forma simultânea, na região sudeste do Pará, e coordenados por pesquisadores de seis unidades da Embrapa e por cinco instituições de ensino e universidades de diversas regiões do Brasil. O pesquisador Alexandre Lunz, da Embrapa Amazônia Oriental e coordenador regional do projeto, conta que os trabalhos são desenvolvidos em áreas de produtor e os resultados estão abertos ao segmento produtivo da região. O objetivo é identificar formas sustentáveis para viabilizar a propriedade rural, considerando a árvore em seus sistemas propostos, nas diferentes regiões brasileiras. O projeto Biomas é fruto de uma parceria entre a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), sendo desenvolvido nos seis biomas brasileiros. O Projeto Biomas tem o apoio do Sebrae, Senar, Monsanto e John Deere.