Ciência, sociedade e meio ambiente: uma parceria possível
03/06/15
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Biodiversidade
Ciência, sociedade e meio ambiente: uma parceria possível
Produzir conhecimento e desenvolver tecnologias e alternativas capazes de tornar a agricultura mais sustentável e menos nociva ao ambiente. Esse tem sido o principal compromisso da Embrapa Agrobiologia, que se reflete não apenas nas pesquisas, mas também na participação junto à sociedade visando à elaboração de políticas públicas. Atualmente, oito empregados participam de nove comissões, comitês e conselhos locais, regionais e nacionais relacionados ao tema Meio Ambiente. "Ser convidada para atuar nesses comitês é o reconhecimento da capacidade técnica da Embrapa", afirma a pesquisadora Elizabeth Correia, chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Unidade.
O reconhecimento das pesquisas realizadas por mais de 20 anos na área de agricultura orgânica, por exemplo, é refletido na participação do pesquisador José Antonio Espindola na Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (CNAPO). Ele é representante da Embrapa nesse colegiado, que é uma das instituições responsáveis por realizar e operacionalizar as atividades relacionadas ao Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo).
A CNAPO é formada por representantes da sociedade civil envolvidos com a produção agroecológica e por representantes do governo. "É essencial essa aproximação entre os órgãos públicos e as demandas da sociedade", conta Espindola. Ele acrescenta que sua participação permite trazer esse diálogo para dentro da Embrapa. "Isso nos permite saber quais as possíveis contribuições da pesquisa ou mesmo levar o conhecimento até técnicos e agricultores", complementa o pesquisador.
Na esfera regional, Mariella Uzêda atua no Subcomitê Leste da Guanabara, que tem como papel planejar a gestão e o uso da água. Nele, a sociedade civil, as distribuidoras e a academia tentam, juntos, estabelecer estratégias que limitem o impacto sobre o recurso, entendendo as demandas dos diferentes setores.
A pesquisadora também faz parte da Comissão de Produção Orgânica do Rio de Janeiro (CPOrg-RJ), que tem a intenção de auxiliar na avaliação de insumos propostos para a comercialização, assim como ampliar a discussão e o espaço ocupado pela agricultura orgânica no Estado. "Como envolve certificadoras e setores produtivos, como agricultores e indústria, traz um convívio bastante enriquecedor, uma vez que a Embrapa está muito mais focada nas técnicas e tecnologias agrícolas", conta Mariella.
Já o pesquisador Luiz Fernando Duarte de Moraes atua há um ano como vice-presidente do Conselho Deliberativo da Associação do Mico-Leão-Dourado, cujo compromisso é preservar, proteger e estudar o mico-leão-dourado e seu habitat. O pesquisador salienta a importância da participação da Embrapa Agrobiologia em comitês externos: "Nós somos um órgão público, que presta serviços públicos a partir de recursos levantados junto à sociedade. Isso aumenta a nossa responsabilidade social e o valor da nossa atuação. Por isso é importante darmos retorno à sociedade que nos rodeia."
Luiz Fernando também representa a unidade no Conselho Municipal de Meio Ambiente (CMMA) de Seropédica, junto com o técnico Geraldo Baêta. A função da Embrapa é assessorar o poder executivo na gestão ambiental. Também no município, o analista Ilzo Artur Risso participa do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural.
Outros empregados contribuem ainda em cidades do entorno. É o caso da pesquisadora Eliane Ribeiro, que é vice-presidente do Conselho do Meio Ambiente, Agricultura e Pesca de Itaguaí (CMAAP). Para ela, a instituição tem grande importância neste momento, em que o município vive uma fase de crescimento industrial. O conselho é formado por representantes da Marinha do Brasil, Emater, Secretaria de Educação e algumas ONGs. "Eu, como representante da Embrapa Agrobiologia, percebo que a Unidade é muito bem conceituada na região por suas atuações", conta a pesquisadora.
O analista da área de Transferência de Tecnologia Ernani Jardim, por sua vez, participa de um grupo de trabalho que faz o diagnóstico de saneamento rural no Comitê Guandu. Os comitês de bacia têm um papel de gerenciamento da área em que esta se situa. O Comitê Guandu é vinculado à Bacia do Rio Paraíba, de onde vem grande parte da água que abastece a população fluminense. "Se não houver uma preocupação com a Bacia do Guandu, coloca-se em risco a qualidade e a disponibilidade da água que chega ao Rio de Janeiro. E isso impacta na produção agrícola e pecuária de toda a região", explica o analista.
A importância de se fazer presente
Para a pesquisadora Juliana Freire, representante da Embrapa no Comitê Gestor da Flona Mário Xavier, em Seropédica, e coordenadora da Subcomissão Técnica Estadual de Sementes e Mudas Florestais, a participação nessas comissões externas são ótimas para a pesquisa ver o que está acontecendo na sociedade civil.
O Conselho Gestor da Flona Mario Xavier, por exemplo, tem formação participativa com segmentos da sociedade e instituições públicas e tem a função de auxiliar a resolução de conflitos e produzir um planejamento estratégico de ações a serem implementadas. "São espaços onde temos que nos mostrar presentes para que tenham melhor uso e futuro", diz.
Já a Subcomissão Estadual de Sementes e Mudas Florestais tem o objetivo de esclarecer e auxiliar o Ministério do Meio Ambiente na aplicação da legislação, que é relativamente recente e impactou bastante na forma de trabalhar do produtor, tornando a prática profissional. "Acho importante colocar em prática a teoria e transformar pensamentos em atos políticos", enfatiza Juliana.
Ana Lucia Ferreira (MTb 16913/RJ)
Embrapa Agrobiologia
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Colaboração: Adrian Busch (estagiária de Jornalismo)
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