Plantio de banana consorciado com milho e melancia anima produtores do Juruá
Plantio de banana consorciado com milho e melancia anima produtores do Juruá
Mostrar que é possível obter alto rendimento em uma área cultivada com pouco mais de um hectare. Esse é o objetivo do trabalho realizado em uma Unidade Demonstrativa (UD) de banana instalada pela Embrapa na propriedade do agricultor Sebastião Oliveira, localizada na comunidade Alto Pentecostes, município de Mâncio Lima, na regional do Juruá (AC).
A implantação do bananal, em junho do ano passado, começou com o manejo do solo com uso de rolo faca, seguido de aplicação de calcário e dessecação da palhada com herbicida. Em setembro, foi feito o plantio de milho e, no mês seguinte, o da banana no meio do milharal.
Em abril desse ano, após a colheita do milho, o bananal ainda não sombreava a área, e isto possibilitou o cultivo consorciado de melancia, que vai gerar uma renda extra para o produtor, até que o bananal comece a produzir. A condução do plantio de banana, com cerca de 1200 touceiras das variedades Thap maeo, Maravilha e Pacovan Ken, resistentes à sigatoka-negra e recomendas pela Embrapa, tem sido feita conforme recomendações da pesquisa para o cultivo da fruta.
Segundo o analista Marcelo Klein, supervisor do Setor de Transferência de Tecnologia do Juruá, é importante seguir à risca as recomendações técnicas de calagem, adubação de base e cobertura e desperfilhamento. "O preparo do solo e o cumprimento das etapas do manejo da cultura são requisitos fundamentais para aumentar a produtividade e possibilitar o cultivo de mais de uma cultura na área", comentou.
Em estudo recente, realizado pela Embrapa com produtores de banana, ribeirinhos do Juruá, moradores da comunidade Praia da Amizade, município de Rodrigues Alves, observou-se que são colhidos entre 40 a 50 cachos por mês em bananais com dois a quatro hectares. Esses números representam menos da metade da produção ideal de um bananal implantado com recomendações técnicas adequadas.
Para Klein, os principais desafios para o desenvolvimento da bananicultura no Juruá são a introdução de variedades resistentes à sigatoka-negra e o manejo do bananal. "Apesar de os solos da região apresentarem uma fertilidade natural excelente, o manejo inadequado da cultura contribui para a baixa produtividade", acrescentou.
Como parte das ações previstas nos contratos de cooperação técnica assinados entre a Embrapa Acre e as prefeituras do Juruá, com o auxílio das Secretarias de Agricultura e escritórios do serviço de extensão rural dos municípios de Rodrigues Alves, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Cruzeiro do Sul, em 2014 foram distribuídas cerca de 22 mil mudas de variedades de bananas resistentes a doenças, recomendadas pela Empresa, a produtores familiares da região.
Técnicos da Embrapa e da extensão rural visitam periodicamente as áreas dos bananais implantados e orientam produtores com relação ao manejo do solo e da cultura, de modo que possam aumentar a produtividade dessa cultura.
Produção de mudas
Outro objetivo da UD é servir de viveiro de mudas de banana resistentes à sigatoka-negra. O bananal implantado tem capacidade de produzir entre 12 e 24 mil mudas por ano, material que repassado gratuitamente aos produtores da região, para implantação de novos bananais.
Segundo o agricultor Sebastião Oliveira, a experiência de plantio consorciado está dando certo e tem despertado o interesse de outras famílias. "A idéia está vingando, vários vizinhos estão animados para repetir o modelo de plantio que adotei aqui e já encomendaram mudas do meu bananal", comentou o produtor.
Mauricilia Silva
Embrapa Acre
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