31/03/18 |   Transferência de Tecnologia

Embrapa apoia capacitação sobre produção de móveis em bambu

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

Foto: Diva Gonçalves

Diva Gonçalves - Objetos produzidos em bambu durante capacitação

Objetos produzidos em bambu durante capacitação

Artesãos e profissionais de marcenaria que atuam em empresas de fomento à produção moveleira do Acre participaram de oficina sobre fabricação de móveis e objetos em bambu, no Instituto SENAI de Tecnologia, entre 26 de fevereiro e 16 de março. A capacitação de 120 horas teve como objetivo formar multiplicadores de conhecimentos, para disseminar o uso do bambu como matéria-prima no Acre. Uma exposição com mais de 50 peças produzidas pelos alunos durante o evento, marcou o encerramento da atividade.

 

Realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Acre (FIEAC), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae), Embrapa Acre e Secretaria de Pequenos Negócios, a oficina abordou técnicas de extração, tratamento e processamento de bambu para produção de peças utilitárias e decorativas com uso dessa matéria-prima. 

 

De acordo com o designer Paulo Bustamante, que há mais de 20 anos trabalha com bambu e veio de Minas Gerais para ministrar a capacitação, para garantir o desenvolvimento da produção industrial e artesanal com bambu é importante conhecer diferentes aspectos do processo produtivo e, ao mesmo tempo, focar em conhecimentos específicos essenciais. “Um dos enfoques principais do processamento das varas de bambu, incluiu cortes primários e avançados e diferentes tipos de encaixe da madeira”, explica.

 

Para quem atua na formação de mão-de-obra qualificada para o mercado, como o instrutor da área de marcenaria e marchetaria do Instituto Senai, Udson Teles, um dos 15 participantes da oficina, é fundamental ter acesso a novas matérias-primas. No caso do bambu, além de ser um recurso abundante na região, é resistente, flexível e ainda confere beleza às peças. “Além de informações técnicas, dispomos de equipamentos adequados para avançar na produção para esse mercado. A expectativa agora é que aumente a procura por capacitações na atividade”, acrescenta.

 

Resultados

 

Eufran Amaral, chefe-geral da Embrapa Acre, considera que investir em capacitação é essencial para desenvolver a cadeia do bambu no Acre. Formar multiplicadores de conhecimentos ajuda a divulgar o bambu como base para a construção de uma diversidade de produtos, desde móveis até pequenos objetos de alto valor agregado. “Dessa forma estamos divulgando o potencial de um produto versátil e abundante no estado e propiciando oportunidade para o acesso a conhecimentos importantes para quem deseja trabalhar com bambu”. O gestor também destaca que a integração institucional foi fundamental para oferecer aos participantes um ambiente adequado e as ferramentas necessárias para o sucesso do aprendizado.

 

Segundo o Diretor Regional do Senai, Cesar Dotto, contar com um especialista que entende desde a coleta da matéria-prima até a finalização do produto final, permitiu trabalhar uma série de deficiências no contexto da produção com bambu. “Precisamos avançar nessa cadeia produtiva e aproveitar a versatilidade dessa matéria-prima. Os resultados da oficina, materializados numa infinidade de produtos, indicam que há um futuro promissor em relação à geração de novos negócios e empreendedorismo com uso do bambu”, afirma.

 

Gabaritos

 

O artesão e agricultor Francisco Rafael de Melo (o seu França), pioneiro no cultivo de bambu no Acre, atua na fabricação de móveis e objetos com o vegetal há mais de dez anos. Da plantação de cerca de três hectares, ele retira matéria-prima para a produção, mas sentia necessidade de novos conhecimentos para ampliar o negócio e aumentar a renda.

 

"O que mais me chamou a atenção foram os gabaritos, espécie de moldes para montagem das peças, que permitem padronizar o dimensionamento dos produtos e garantem maior precisão ao processo de confecção. Além de melhorar a qualidade dos móveis produzidos, com essa técnica poderei inovar na atividade, fabricando peças que antes não conseguia fazer”, ressalta Melo.

 

Na opinião de Mâncio Lima Cordeiro, Superintendente do Sebrae, órgão que apoia ações de pesquisa e fomento para aproveitamento de bambus nativos no Acre, é inegável o potencial econômico dessa matéria-prima.  As possibilidades de negócio são muitas, mas é preciso definir a melhor alternativa de aplicação, considerando onde estão localizadas as reservas nativas, a logística de transporte e a capacidade do mercado. "Dessa forma, é possível aproveitar melhor esse recurso natural e beneficiar tanto o produtor rural, que vive na floresta e pode ser fornecedor de bambu para diferentes nichos mercadológicos, como outros atores da cadeia produtiva”, explica.

 

 

Diva Gonçalves (Mtb-0148/AC)
Embrapa Acre

Contatos para a imprensa

Telefone: (68) 3212-3250

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Galeria de imagens

Encontre mais notícias sobre:

bambucapacitacaoproducao-artesanalproducao-industrial