Água, ciência e o papel da mulher
Água, ciência e o papel da mulher
Foto: Kelita Andrade
As palestrantes defenderam a importância da ciência na gestão da utilização dos recursos hídricos
A recente oitava edição do Fórum Mundial da Água, que aconteceu em Brasília, colocou o tema na ordem do dia. Procurando saber melhor como anda a pesquisa em recursos hídricos a Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ) promoveu, no dia 06 de abril, no seu auditório, o seminário ‘Ciência e água: como estamos caminhando?’.
As aproximadamente 50 pessoas que estiveram no centro de pesquisa carioca acompanharam, na abertura, o chefe geral da Embrapa Solos, José Carlos Polidoro, reforçar a missão da casa em estabelecer a governança em água na Embrapa.
- Água e solo caminham juntos na agricultura, lembrou Polidoro.
O seminário, que enfatizou a presença da mulher no tema, trouxe duas palestrantes de instituições parceiras: Estela Neves, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da UFRJ, e Vivian Dominguez Uga, do Departamento de Inclusão Produtiva, do BNDES.
Vivian lembrou da difícil situação das mulheres no semiárido, onde o Banco promove o Programa Cisternas, que, em 2018, destinou R$ 100 milhões para a instalação de 6.800 cisternas de segunda água (modelo de 52 mil litros) em nove estados da região. Desde 2013, o BNDES já apoiou, com recursos não reembolsáveis, 25 mil cisternas de segunda água.
“As cisternas de segunda água captam e armazenam água da chuva para ser usada na irrigação de plantações e na criação de animais. Seus destinatários são famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou pela falta regular de água no Semiárido Brasileiro”, disse Vivian. O semiárido abrange nove estados (AL, BA, CE, MG, PB, PE, PI, RN e SE) e 1.135 municípios onde vivem cerca de 23,8 milhões de brasileiros, sendo 8,5 milhões na área rural.
Iniciativa semelhante na mesma região, as barragens subterrâneas, estudadas pela pesquisadora da Embrapa Solos, Maria Sônia Lopes, também foram lembradas. A barragem também é uma tecnologia de captação da água da chuva que contribui para o convívio dos sertanejos com o semiárido, proporcionando a produção de água para a atividade agropecuária e diminuindo os riscos da agricultura dependente de chuva. Segundo estimativas da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) existem mais de 1.500 barragens no Semiárido.
O sucesso de inciativas como o Programa Cisternas e as barragens subterrâneas é resultado de uma mudança na maneira de encarar o desafio do semiárido.
- Antes havia o conceito do combate à seca, a partir dos anos 90 procuramos desenvolver maneiras de tornar mais fácil a convivência com ela, disse Vivian.
A pesquisadora da Embrapa Solos, Rachel Bardy Prado, defende uma visão holística do tema. “É necessário um olhar múltiplo da ciência para a questão da água no meio rural, englobando reúso, manejo e saneamento, por exemplo”.
Essa abordagem é essencial, já que, como lembrou Estela Neves, “vivemos uma fase na qual a governança da água não acontece em regime de abundância, mas de escassez”.
Artigo
Sobre o tema, as pesquisadoras da Embrapa Solos Alba Martins, Azeneth Schuler, Elaine Fidalgo e Rachel Prado escreveram o artigo ‘O papel das mulheres na conservação e gestão da água’, disponível em https://www.embrapa.br/solos/busca-de-noticias/-/noticia/32530336/o-papel-das-mulheres-na-conservacao-e-gestao-da-agua
Carlos Dias (20.395 MTb RJ)
Embrapa Solos
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Mais informações sobre o tema
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