Concluintes de Técnico em Agropecuária do IFAP conhecem pesquisas com pirarucu no Campo da Embrapa
Concluintes de Técnico em Agropecuária do IFAP conhecem pesquisas com pirarucu no Campo da Embrapa
Foto: Luiz Sabioni
Os alunos participaram de atividades práticas nos tanques escavados da Embrapa Amapá
Alunos de duas turmas concluintes do curso Técnico em Agropecuária, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amapá (IFAP), campus Porto Grande, conheceram in loco as pesquisas da Embrapa Amapá, realizadas no Campo Experimental de Fazendinha (Macapá/AP), referentes ao manejo nutricional e reprodutivo do pirarucu, na última sexta-feira, 13/4. A programação constou de palestras interativas e demonstrações práticas sobre alimentação de alevinos e matrizes, manejo reprodutivo, manejo alimentar, captura, pesagem e biometria de pirarucu. A visita técnica aconteceu na área onde foram escavados três tanques, para fins de pesquisas com o pirarucu, viabilizados por meio de convênios entre a Embrapa Amapá, o Sebrae Amapá e a empresa Pronorte.
Dois tanques medem 35 x 35 metros e um tanque tem dimensão de 35 x 70 metros. Em um tanque de 35 x 35m, são mantidos 135 pirarucus jovens (alevinos), que estão passando por processo de seleção para serem futuras matrizes (reprodutores); no outro tanque de 35 x 35m estão dois pirarucus adultos (matrizes / reprodutores) e no tanque maior, 70 x 35m, a Embrapa mantém seis pirarucus adultos (matrizes / reprodutores). Estes animais estão há dez meses nas instalações da Embrapa Amapá e os pirarucus adultos estão passando, atualmente, pelo primeiro ciclo reprodutivo.
O professor da disciplina Aquicultura, Bruno Lacerda Denucci, explicou que esta visita técnica faz parte de uma cooperação com a Embrapa. “Vejo que é fundamental atividades como esta, como complemento da parte teórica para ampliar o conhecimento sobre as peculiaridades da reprodução e alimentação do pirarucu, que é o foco da nossa visita técnica, e da importância desta espécie no contexto do Amapá, em função das condições climáticas e de toda a quantidade de água disponível para criação do pirarucu”, destacou o professor. Os estudantes irão elaborar relatório individual sobre o conteúdo apresentado pela Embrapa, e a tarefa é válida também como exercício de redação para a prova do Enem. O estudante José Cesar Nascimento Nunes, 18, residente na cidade de Porto Grande e integrante de uma turma concluinte, ressaltou que a programação foi “muito importante para todos nós, e certamente é um conhecimento importante também para os produtores e consumidores, que precisam saber que é possível o manejo qualificado de pirarucus”.
Em uma dinâmica de interação com os alunos, a pesquisadora da Embrapa, Eliane Yoshioka, falou sobre a importância dos carboidratos, proteínas e lipídios necessários para a saúde do organismo humanos, e que também são necessários para o desenvolvimento saudável dos peixes em cativeiro. Apontando as amostras de ração extrusada e peletizada, de variados tamanhos, ela destacou que é fundamental a escolha de uma ração composta de nutrientes “porque eles (os peixes) ficam confinados, então nós somos responsáveis por atender as necessidades nutricionais deles”. A variação significativa do preço da saca de ração, com 25 quilos, para peixes também foi um assunto abordado. Eliane explicou que a saca pode custar R$ 40,00, como também pode ter preço de R$ 380,00, dependendo do percentual de proteína, da procedência (se nacional ou importada). “Além disso, a marca da ração influencia no preço, porque depende da fábrica, da qualidade do ingrediente utilizado para produzir a ração”, acrescentou. Entre os procedimentos com relação ao armazenamento da ração, a pesquisadora frisou atenção ao uso estrito dentro do prazo de validade, ou seja, o mesmo cuidado que é observado com os alimentos para as pessoas, “senão o peixe adoece, cresce pouco”. A dica é nunca armazenar direto no chão ou próximo a paredes, para evitar o risco da ração umedecer. “E atenção, se encontrarem um grãozinho com fungo, descartem a saca toda”.
De acordo com o pesquisador da Embrapa, Cesar Santos, supervisor do Campo Experimental de Fazendinha, o objetivo foi demonstrar a importância do manejo do pirarucu para reprodução e que este procedimento envolve manejo de adultos (reprodutores) e de alevinos (recém-nascidos). “Como o pirarucu é carnívoro, ou seja, se alimenta de outros peixes, então para você criar o pirarucu precisa treiná-lo desde a fase de alevino a aceitar a ração, porque ele é acostumado a caçar ativamente o peixe, e a ração fica parada na água, é inerte, então não tem o estímulo da caça à presa”, explicou o pesquisador. Ele ressaltou aos visitantes que, neste aspecto, o foco das pesquisas é atuar na cadeia produtiva do alevino. “Não estamos falando do peixe fresco para abate, mas sim para produção e comercialização de alevinos, porque é um nicho importante de mercado local e representa uma oportunidade de negócio para os produtores”. Diferente de outros peixes em que os alevinos são vendidos por milheiro, a exemplo do tambaqui, o alevino do pirarucu é vendido por unidade, sendo que cada unidade é avaliada por centímetro. O preço médio atual de mercado é R$ 1,00 o centímetro do pirarucu.
A turma de Técnico em Agropecuária faz parte dos cursos integrados, onde o aluno estuda o ensino médio e o curso técnico ao mesmo tempo. A duração média do curso é de três anos. Entre os visitantes do IFAP campus Porto Grande estavam também os professores Wladson da Silva Leite (Biologia) e Jamil da Silva (Química); e dos técnicos administrativos do setor de campo: Eduardo José de Carvalho, Aline dos Santos, Felipe Brener, Elton da Silva e Luiz Sabioni. Para saber mais sobre o IFAP Porto Grande clique aqui
Dulcivania Freitas (DRT-PB 1.063/96)
Embrapa Amapá
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