Trabalho em parceria amplia atuação da pesquisa com trigo no RS
Trabalho em parceria amplia atuação da pesquisa com trigo no RS
Para driblar os problemas enfrentados pelas empresas de pesquisa no Brasil a Embrapa tem formalizado parcerias com as Organizações Estaduais de Pesquisa Agropecuária (OEPAs), potencializando a geração de resultados de forma mais rápida e eficiente. Um exemplo dessa parceria está no Rio Grande do Sul, onde a Embrapa Trigo e a Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro) trabalham juntas no desenvolvimento de cultivares de trigo.
O convênio de cooperação técnica entre a Embrapa Trigo e a Fepagro foi assinado em 2012, com meta de gerar as primeiras cultivares resultantes da parceria até o ano de 2025. De acordo com o pesquisador da Embrapa Trigo, Ricardo Lima de Castro, o convênio prevê a realização de 120 cruzamentos em campo por ano para trigo pão e outros 30 cruzamentos para trigo duplo propósito.
Além da garantia da co-titularidade no lançamento de cultivares, o convênio permite agregar estrutura e recursos humanos das duas instituições. "A Fepagro está localizada em locais estratégicos onde a Embrapa sozinha não consegue chegar. A parceria permite conduzir ensaios a campo com a qualidade que a presença diária proporciona, contando com a excelência dos pesquisadores da Fepagro", afirma Castro. Ele lembra que a diversidade na localização das unidades da Fepagro favorece a experimentação do trigo em climas variados, ampliando a adaptação das linhagens para o desenvolvimento de cultivares mais regionalizadas. O trabalho em parceria conta também com o pesquisador Eduardo Caierão, além do grupo de melhoramento e técnicos da Embrapa Trigo.
O programa de melhoramento de trigo da Fepagro é o mais antigo do país, com história que começou em 1919 e contou com grandes nomes da pesquisa com trigo como o geneticista Iwar Beckman, responsável pelo lançamento da cultivar Frontana, considerada um marco no melhoramento genético de trigo no Brasil. Atualmente, o trabalho com trigo está centralizado na Fepagro Nordeste, em Vacaria, RS, região considerada muito favorável ao cultivo do cereal, com clima seco e frio no inverno.
A coordenação dos trabalhos é do pesquisador Rogério Ferreira Aires: "Acho natural essa aproximação entre a Fepagro e a Embrapa, tendo em vista os objetivos comuns, enquanto instituições públicas, e pelo fato de apresentarem características complementares. Enquanto a Embrapa possui uma atuação nacional a Fepagro possui grande capilaridade regional". Para ele, o maior beneficiário desta união é o setor tritícola gaúcho.
Os experimentos com trigo também são desenvolvidos na Fepagro Noroeste (Santa Rosa, RS) e Fepagro Forrageiras (São Gabriel, RS), e contam com o apoio da Embrapa Pecuária Sul. Além do melhoramento, há mais de 25 anos Embrapa Trigo e Fepagro são organizadoras do Ensaio Estadual de Cultivares de Trigo, principal documento orientador do produtor na escolha das sementes a cada nova safra. Na soja, é desenvolvido o projeto sucessão trigo/soja, com estudos de época de semeadura e ajuste regionalizado. Outras parcerias com a Embrapa são as redes de ensaio de milho, como o Ensaio Estadual de Híbridos de Milho, que tem a participação da Embrapa Clima Temperado e da Embrapa Milho e Sorgo.
Joseani M. Antunes (9693 MTb/RS)
Embrapa Trigo
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