Embrapa e BID promovem evento sobre agricultura sustentável para Caatinga
Embrapa e BID promovem evento sobre agricultura sustentável para Caatinga
Técnicos, pesquisadores e representantes da sociedade civil reuniram-se na última quarta-feira, dia 4, no Centro Administrativo do Banco do Nordeste, em Fortaleza, para debater os desafios do desenvolvimento de uma agricultura sustentável no bioma Caatinga. O resultado da oficina, uma realização em conjunto do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Embrapa, é a definição de um conjunto de ações e propostas para os próximos anos que possa contar com financiamento do banco. Além da Caatinga, as oficinas abrangerão outros quatro biomas brasileiros: Pampa, Cerrado, Amazônia e Mata Atlântica.
Segundo Elísio Contini, pesquisador da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (SIRE) e coordenador da oficina, o BID já havia atuado de forma conjunta com a Embrapa em projetos relacionados à agricultura há algum tempo. A intenção é retomar essa parceria: “Essa reunião busca tornar mais claras as prioridades na agricultura, do ponto de vista do banco e dos principais usuários dos recursos, ou seja, as instituições de ensino/pesquisa e os governos”.
Contini ressalta ter havido muitos avanços no conhecimento existente sobre o bioma: “Houve progressos consideráveis nos últimos anos em termos de produção e gestão dos recursos hídricos, mas precisamos retomar com força a irrigação no semiárido e a gestão da água”.
Hugo Flórez Timorán, representante do BID no Brasil, explica o que motivou o banco a realizar as oficinas: "O Brasil é um país continental. Por isso, precisamos tratar sua agricultura a partir dos biomas e a Embrapa é um parceiro muito importante porque tem muito reconhecimento internacional". De acordo com o dirigente, a metodologia a ser adotada envolve a identificação e priorização dos desafios, mas também a proposição de soluções que possam contar com o financiamento do banco a partir das prioridades estabelecidas pelo governo brasileiro em seus mais diversos níveis (federal, estadual e municipal).
Antônio Márcio Buainain, professor do Instituto de Economia da Unicamp e um dos assessores da oficina, comenta que a participação das instituições de pesquisa é fundamental em todo esse processo. "Não se pode pensar no desenvolvimento do bioma sem inovação tecnológica. O desafio primeiro é saber como lidar com a escassez de água, aumentando a produção e adaptando novas variedades. Em seguida, como aproveitar melhor a biodiversidade da caatinga, que, embora seja riquíssima, ainda é uma grande desconhecida. Seguramente, há muita matéria-primeira para grandes soluções e isso passa por essas instituições", afirma.
Espaço de oportunidades
Durante a solenidade de abertura da oficina, o chefe-geral da Embrapa Agroindústria Tropical, Lucas Leite, afirma que se a Caatinga era vista como um problema, hoje o bioma é compreendido como um espaço de oportunidades a partir do surgimento do paradigma de valorização da biodiversidade regional.
"Há uma capacidade analítica, pessoas capacitadas e um ambiente propício para se avançar nessa temática de um ponto de vista multifuncional. Temos um potencial grande de identificar novas moléculas e princípios ativos e uma forte expectativa de darmos nossa contribuição diante de grandes financiadores como o banco do nordeste e o BID", ressalta.
Sobre o BID
O Banco Interamericano de Desenvolvimento tem como missão melhorar vidas. Estabelecido em 1959, o BID é a principal fonte de financiamento de longo prazo para o desenvolvimento econômico, social e institucional da América Latina e do Carine. O BID também realiza pesquisas de vanguarda e oferece assessoria de políticas, assistência técnica e capacitação para clientes do setor público e privado em toda a região.
Ricardo Moura (DRT 1681 JPCE)
Embrapa Agroindústria Tropical
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