17/06/15 |   Agroenergia  Agroindústria

Estudo busca bio-óleo com melhor qualidade

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Foto: Anna Letícia Pighinelli

Anna Letícia Pighinelli - Estabilidade, pH e poder calorífico estão entre as características que se pretende melhorar com a adição de catalisadores ao processo

Estabilidade, pH e poder calorífico estão entre as características que se pretende melhorar com a adição de catalisadores ao processo

Uma pesquisa em parceria da Embrapa com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (ARS/USDA) está empenhada em obter do eucalipto um combustível líquido, o bio-óleo. Trata-se de um material viscoso, que pode ser utilizado diretamente em caldeiras para gerar energia – com ajustes nos equipamentos e o bio-óleo dentro de especificações técnicas específicas. Também pode ser convertido em produtos como gasolina, querosene de aviação e químicos de origem renovável.
 
O trabalho começou em 2013, quando a analista Anna Letícia Pighinelli passou pouco mais de um ano no Eastern Regional Research Center (ERRC) do ARS/USDA, testando três variedades de eucalipto no processo de pirólise, que dá origem ao bio-óleo. Agora, o pesquisador Emerson Leo Schultz está no mesmo instituto, fazendo experimentos com a adição de catalisadores.
 
A pirólise é um processo termoquímico que consiste na degradação de matéria orgânica na ausência de oxigênio, gerando três produtos: biochar (sólido), bio-óleo (líquido) e gases. Schultz explica que a estratégia de adicionar catalisadores visa a melhorar propriedades do bio-óleo, tais com pH, estabilidade e poder calorífico. Isso porque eles realçam reações químicas responsáveis pela remoção do oxigênio da biomassa. 
 
Os principais catalisadores utilizados atualmente em estudos foram desenvolvidos para o processamento do petróleo, que tem composição química diferente da biomassa, com teor de oxigênio muito menor.  "Na pirólise catalítica, o desafio é remover o oxigênio contido na biomassa, produzindo compostos de interesse como combustíveis ou produtos químicos", diz o pesquisador. 
Ele explica que, embora muitos estudos já tenham sido feitos, ainda é preciso desenvolver novos catalisadores e começar a ampliar a escala dos testes, normalmente realizados em laboratório. No trabalho no ARS/USDA, que deve durar um ano, Emerson vai justamente trabalhar com o aumento de escala, conduzindo experimentos também em um reator de leito fluidizado desenvolvido pela equipe do pesquisador Akwasi Boateng. Trata-se de um grupo de pesquisa com anos de dedicação ao tema nos Estados Unidos, país que, junto com a Europa, concentra o maior número de trabalhos desenvolvidos na área. 
 
Esse trabalho em conjunto com ARS/USDA está inserido em amplo projeto de pesquisa da Embrapa para desenvolver tecnologias de aproveitamento energético de espécies florestais, com destaque para o eucalipto. Por isso, três variedades da cultura foram escolhidas como biomassas a serem testadas: Eucalyptus urophylla, Eucalyptus grandis e Eucalyptus urograndis. A expectativa de Emerson é obter bio-óleo com propriedades melhores do que o proveniente da pirólise térmica. 
 

Vivian Chies (MTb 42.643/SP)
Embrapa Agroenergia

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