19/06/15 |   Agricultura familiar  Transferência de Tecnologia

Oficina de concertação define agenda para agricultura familiar em SE

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Foto: Saulo Coelho

Saulo Coelho - Diretor Waldyr Stumpf reforçou importância da integração

Diretor Waldyr Stumpf reforçou importância da integração

A Embrapa, em parceria com a Secretaria da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (SAF/MDA), realizou em Aracaju, SE, nos dias 10 e 11 de junho, mais uma Oficina de Concertação para Inovação na Agricultura Familiar. As oficinas de concertação vêm sendo realizadas pelo MDA em parceria com a Embrapa em 15 estados desde 2014, e este ano deverão ser concluídas em todas as unidades da Federação.

Em Sergipe, o evento contou com a parceria do Núcleo de Extensão em Desenvolvimento Territorial (NEDET) da Universidade Federal de Sergipe, e reuniu cerca de 70 participantes, entre representantes de diversas instituições ligadas à pesquisa, ensino, assistência técnica e extensão rural, além de organizações ligadas aos movimentos sociais de Sergipe.

A oficina contará, ainda, com a presença do diretor-executivo de Transferência de Tecnologia da Embrapa, Waldyr Stumpf Jr. Ele destacou a importância da integração de todos os atores institucionais e os agricultores familiares no sentido de consolidar uma rede coesa, na qual todos tenham abertura e acesso para dialogar e apresentar suas demandas e necessidades.

Com participação efetiva de atores de todas as naturezas envolvidos no desenvolvimento da agricultura familiar no estado, a oficina contribuiu para promover uma reflexão coletiva sobre as possibilidades de integração e articulação institucional e operacional. A ideia é que as instituições que atuam no estado possam apoiar a organização de ações de inovação que estimulem a autonomia dos processos na agricultura familiar

Segundo o pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE), Amaury Santos, um dos coordenadores do evento, o principal objetivo é fortalecer e consolidar as redes de inovação, além de favorecer a construção de uma agenda comum entre os diversos atores locais.

"Foi possível congregar no encontro uma grande diversidade de atores da agricultura familiar em Sergipe – representantes de quilombolas, mulheres do campo, trabalhadores rurais, sindicatos, gestores públicos, assistentes técnico, extensionistas e articuladores de territórios. São grupos que normalmente não interagem com a frequência desejada, por conta das distâncias e obrigações cotidianas. Apenas por promover essa importante aproximação de atores, não apenas com a Embrapa, mas entre si, a oficina já poderia ser considerada bem sucedida", afirmou Amaury.

Ações
O encontro corresponde a uma das ações do Programa Nacional de Inovação e Sustentabilidade na Agricultura Familiar, lançado em 2014 pelo Governo Federal e que, assim como a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO) e a Política Nacional de ATER (PNATER), constituem-se em importantes pilares para a consolidação do desenvolvimento sustentável no meio rural brasileiro.

De acordo com Amaury Santos, a oficina serviu para fortalecer uma rede já existente e iniciar a construção de uma grande agenda de iniciativas conjuntas. Segundo ele, uma nova oficina está sendo planejada para avançar nas concertações e consolidar uma agenda robusta de seminários, oficinas, cursos e capacitações de assistentes técnicos e extensionistas em todos os territórios, tanto os agentes públicos quanto os de organizações privadas e cooperativas.

"A integração entre ensino, pesquisa e extensão é uma coisa antiga, sobre a qual muito se fala, mas que sempre é muito difícil realizar na prática. O grande objetivo é tentar transformar esse conceito em prática efetiva. E o que vimos aqui nesses dois dias foi animador: representação de toda a diversidade de atores e muita integração e disposição para apresentar demandas e construir coletivamente as soluções. O próximo passo será colocar em prática a agenda construída nesse fórum" declarou.

Impressões
A engenheira agrônoma Marise Santos Freitas, que representou a Prefeitura Municipal de Porto da Folha, afirmou que a experiência foi valiosa para integrar ações de assistência técnica no estado e ver os trabalhos de cada entidade para a agricultura familiar, voltada à agroecologia. "Cada um está fazendo sua parte para agregar ao Território, e o MDA vai ter um retrato de Sergipe como um estado bastante organizado, tanto as empresas técnicas como a sociedade civil", esclareceu.

Na opinião de João Batista da Cruz, do Centro Comunitário de Formação em Agropecuária Dom José Brandão de Castro (Cefac), o momento é oportuno e traz reflexões importantes. "Trata-se de uma política pública da qual o estado precisa. É um anseio do estado mais voltado à agroecologia, voltado à agricultura familiar, voltado ao assentado,  e  essa união de instituições nos faz mais acreditar que é possível acontecer", destacou.

Fábio Weber, assessor de Inclusão Social do Território Alto Sertão Sergipano, fez uma avaliação positiva da oficina e destacou as parcerias entre as instituições para se trabalhar nas principais necessidades dos agricultores familiares e camponeses. "A minha avaliação é positiva porque as instituições que estão aqui hoje têm um trabalho no campo e um bom relacionamento com a gente. Então, estamos todos numa área só, embora boa parte das instituições seja daqui da capital, mas estão lá no campo e conhecem a nossa realidade, e nos chamaram para que pudéssemos levantar um plano e trabalhar em cima de nossos pontos de estrangulamento e necessidades", acrescentou.

Weber destacou, ainda, a importância da participação dos agricultores e demais instituições nas discussões. "Hoje estão aí os movimentos sociais, a sociedade civil como um todo, e a gente consegue equiparar o poder público, no caso o MDA, com os agricultores, com os representantes dos movimentos sociais numa discussão paritária, praticamente, e estamos levando questões em cima das nossas necessidades lá do campo e  isso para gente é fundamental. Não pensando só como Território, mas enquanto Estado, enquanto agricultores, camponeses, no sentido que vimos uma série de ações de instituições, inclusive da Embrapa que tem trabalhado em parceria com movimentos sociais e outras empresas como a Emdagro, a Associação do Semiárido (ASA) e todas as empresas que trabalham com os camponeses lá na ponta", concluiu.

Para Gilmar Matter, consultor da Superintendência da Agricultura Familiar do MDA, a oficina trouxe momentos de reflexões e discussões, destacando a participação das instituições no Programa Nacional de Inovação e Sustentabilidade na Agricultura Familiar. "A única preocupação que a gente tem é que não haja propostas voltadas unicamente para instituições, com problemas pontuais, mas sim que haja propostas que convirjam a todas as instituições envolvidas em ensino, pesquisa e agricultura familiar, para uma coisa maior que possa atender às 90 mil propriedades de agricultura familiar do Estado", avaliou.

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