19/06/15 |   Gestão ambiental e territorial

Embrapa e Escola Rural firmam parceria para recuperação de igarapé

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Foto: Mauricília Silva

Mauricília Silva - Igarapé Patauá

Igarapé Patauá

Com o crescimento da cidade de Rio Branco diversas áreas rurais se urbanizaram e muitos igarapés foram sendo poluídos e podem desaparecer, como o Igarapé Patauá, que corta a Vila Albert Sampaio, comunidade localizada no quilômetro 14 da BR-364 (sentido Rio Branco/Porto Velho). Para proteger este manancial, a Escola Rural Estadual Oscar Felício de Souza se uniu à Embrapa Acre (Rio Branco) como forma de potencializar conhecimento e esforços. Na terça-feira (9), as duas instituições assinaram Termo de Compromisso em prol do meio ambiente.

A parceria visa a apoiar a execução do projeto "Vamos salvar o nosso igarapé?", iniciativa que integra educadores, estudantes, pais de alunos, funcionários da escola, moradores de comunidades vizinhas e colaboradores da Embrapa no processo de conservação dos leitos e recuperação das nascentes do Igarapé, que passa próximo à instituição de ensino e também corta o campo experimental da Embrapa.

As ações terão como base a educação ambiental, com atividades relacionadas à proteção de cursos d'água, consumo consciente, reciclagem de produtos e produção orgânica. "Esse momento marca o começo do nosso projeto. Essas atividades vão possibilitar aos alunos colocar em prática conteúdos que aprendem em sala de aula, além de novos conhecimentos relacionados à melhoria do meio ambiente", ressalta Graciene Malveira, diretora da Escola.

A Embrapa vai mapear a microbacia hidrográfica para identificar as condições ambientais e apontar pontos críticos. A partir deste trabalho serão planejadas ações para a sua recuperação e conservação, com a participação da comunidade. Por meio da parceria também serão oferecidas oficinas de compostagem e produção orgânica de hortaliças, além da realização de mutirão para o plantio coletivo de mudas nas Áreas de Preservação Ambiental (APPs) do igarapé. Como ação inicial do trabalho de mapeamento, membros da Comissão Local de Gestão Ambiental da Unidade e funcionários da escola percorreram o leito do igarapé, a partir dos limites geográficos com a comunidade e com a área da Embrapa, coletando os primeiros pontos com GPS.

Segundo o colaborador Pedro Raimundo Rodrigues, membro da Comissão de Gestão Ambiental, a ideia é sensibilizar os moradores para a importância de cuidar melhor do igarapé e contribuir para uma destinação mais adequada do lixo doméstico. "Encontramos fogão, bicicleta, pneu, árvores derrubadas e esgoto de fossas. Porém, em alguns pontos do leito a mata ciliar ainda está preservada. Além disso, vários moradores já iniciaram o plantio de mudas onde não há mais vegetação", destaca.

Igarapé e água limpa

Igarapés são cursos d'água constituídos por um braço de rio ou canal e se caracterizam pela pouca profundidade e por correrem, geralmente, no interior da mata. Derivada da língua Tupi, a palavra significa "pequena canoa". Abundantes na Amazônia, esses canais fluviais desempenham importante papel na comunicação e transporte de moradores rurais, por meio da navegação em pequenos barcos e canoas, além de constituírem importante fonte de água e alimento para as famílias. Em Rio Branco, muitos destes mananciais, que no passado se localizavam em colônias e seringais, hoje cortam bairros e outras áreas urbanas.

O aposentado Francisco Miranda de Souza, conhecido como Major, morador da Vila Albert Sampaio há 50 anos, conta que essa localidade abrigou a colocação Aliança do antigo seringal Liberdade. "Neste trecho o igarapé ainda tem água limpa, mas é preciso conscientizar as pessoas para a sua conservação, principalmente os moradores mais próximos das margens", comenta.

Campanha

Uma das ações realizadas na escola é a horta construída e cuidada pelos próprios alunos. Para fazer os canteiros são utilizadas garrafas pets de dois litros, uma alternativa eficiente para reutilização desse resíduo plástico que, quando depositado no meio ambiente, leva cerca de 450 anos para se decompor.

Já foram projetados dois canteiros e no decorrer do projeto serão construídos mais quatro dessas estruturas que vão utilizar aproximadamente 300 garrafas pets. Uma campanha interna, coordenada pela Comissão Local de Gestão Ambiental, incentiva os colaboradores da Unidade a contribuir com esse material, trazendo essas embalagens de casa. "Ao mesmo tempo em que ajuda na execução do projeto, essa ação contribui com o meio ambiente", afirma Rodrigues.

 

 

Mauricília Silva
Embrapa Acre

Contatos para a imprensa

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Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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