05/06/18 |   Transferência de Tecnologia

Projeto desenvolvido no Bailique recebe Prêmio BNDES de Boas Práticas em Sistemas Agrícolas Tradicionais

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Foto: Márcia do Carmo

Márcia do Carmo - Agroextrativistas do Arraiol do Bailique preparam adubo orgânico para viveiro de mudas

Agroextrativistas do Arraiol do Bailique preparam adubo orgânico para viveiro de mudas

O Projeto Semear (Produção de Sementes Florestais e Crioulas em Comunidades do Arquipélago do Bailique) foi premiado na seleção do Prêmio BNDES 2018 de Boas Práticas em Sistemas Agrícolas Tradicionais no Brasil (SATs). Das 58 iniciativas inscritas, de vários estados do Brasil, 15 passaram pela seleção para receber prêmios em dinheiro. Quatro projetos premiados são da região Norte, sendo um do Amapá.  

O Prêmio BNDES de Boas Práticas para Sistemas Agrícolas Tradicionais (SATs) é resultado da parceria entre o BNDES, a Embrapa, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan/Ministério da Cultura) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). Os primeiros cinco colocados receberão o valor bruto de R$ 70 mil e os demais R$ 50 mil.

O objetivo do Prêmio BNDES de SATs é reconhecer e valorizar boas práticas de salvaguarda e conservação de bens culturais e imateriais associados à agrobiodiversidade, exemplos de convivência com a terra, amostras da genuína cultura do campo em que natureza e comunidades se misturam e se confundem num jeito de viver especial.

Projeto Semear
O Projeto Semear, com foco na valorização da agrobiodiversidade da comunidade Arraiol do Bailique, foi desenvolvido em uma parceria entre a Embrapa Amapá, Associação das Comunidades Tradicionais do Bailique (ACTB) e apoio financeiro do Ministério do Meio Ambiente. A comunidade Arraiol do Bailique é representativa da região do Bailique. A população do Arraiol trabalha com roçado, sistemas agroflorestais, criação de búfalos, manejo de açaizais nativos, pesca e caça, e todas as famílias mantêm quintais e girais onde produzem frutas, temperos e plantas medicinais. Toda essa riqueza ambiental e produtiva está retratada em 50 registros fotográficos que compõem uma exposição itinerante iniciada na comunidade Arraiol do Bailique, por ocasião da tradicional Festa do Divino.

Jovem moradora do Arraiol do Balique, Daiana Machado Lopes, 21, destacou os benefícios que obteve pelo Projeto Semear, junto com seus familiares e amigos da comunidade. “Aprendemos técnicas de como trabalhar com as sementes, tivemos a capacitação de uso do GPS, práticas de arvorismo, além de dicas de comunicação para negócios com oficinas de fotografia e como utilizar as redes sociais. Foi importante para nós podermos contar com tantos parceiros”. Além da divulgação do resultado por meio do site do BNDES, será promovido um evento de premiação e capacitação, realizado pelas instituições organizadoras. Para garantir a participação dos premiados, os representantes das comunidades vão receber um valor bruto adicional de R$ 5 mil para custeio das despesas. 

Executado durante os anos de 2016 e 2017, o Projeto Semear envolveu moradores do Bailique em iniciativas como mapeamento participativo do uso e ocupação, demarcação de Áreas de Coleta de Sementes (ACS), capacitação em produção e comercialização de sementes e mudas florestais, boas práticas para a produção de óleos vegetais, manejo de mínimo impacto de açaizais nativos, manejo de pau mulato em sistemas agroflorestais, ferramentas gerenciais e de comunicação para a implementação de plano de negócios, elaboração e distribuição do Calendário Produtivo 2018. “Este Prêmio significa um reconhecimento importante do Sistema Agrícola Tradicional (SAT) praticado no Bailique, que tem no açaí seu principal produto, e a necessidade de sua valorização e conservação. Ele é parte da política das Nações Unidas de reconhecimento do Patrimônio Agrícola Mundial, paisagens que combinam biodiversidade agrícola, ecossistemas resilientes e uma herança cultural valiosa. A comunidade vai receber R$ 50 mil reais para investir no viveiro e em suas atividades produtivas”, ressaltou a pesquisadora da Embrapa Amapá, Ana Euler, coordenadora do Projeto Semear. 

Dulcivania Freitas (DRT-PB 1.063/96)
Embrapa Amapá

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