Iniciação científica: aqui começa a formação dos novos pesquisadores
Iniciação científica: aqui começa a formação dos novos pesquisadores
Parte das informações e conhecimentos que constituem soluções tecnológicas para a agropecuária tem origem nas atividades de estágios e bolsas concedidas por instituições de pesquisa a estudantes dos cursos de nível médio e de graduação. A qualidade e o nível dessa contribuição poderão ser observados na X Jornada de Iniciação Científica, que acontece nos dias 7 e 8 de julho, na Sede da Embrapa Semiárido.
O evento reúne trabalhos científicos elaborados a partir de ações realizadas por esses estudantes nos projetos de pesquisa em andamento na instituição. Ainda que os resultados apresentados sejam, quase sempre, parciais, a jornada expõe a dinâmica da formação intelectual e técnica dos jovens estudantes, e a evolução no manejo de metodologias, de equipamentos, coleta e análise de dados, que auxiliam os pesquisadores a resolverem problemas que afetam a produtividade dos sistemas agrícolas.
Neste ano, vão ser apresentados 47 trabalhos vinculados a projetos em execução na Unidade, cujas bolsas de estudo são financiadas pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE).
Expandido - Vinte e nove desses trabalhos serão expostos e apresentados na forma de pôster. Outros dezoito, de forma oral. As exposições têm por base um resumo expandido de 3 a 5 páginas, com estrutura de tópicos semelhantes à de um pequeno artigo científico cujo rigor técnico passa pela avaliação de uma comissão de revisores para ser aceito no evento.
É o caso dos cinco resumos submetidos por dois bolsistas e dois estagiários sob a orientação da pesquisadora Patrícia Coelho de Souza Leão, da Embrapa Semiárido, e que tratam da avaliação de novas cultivares e porta-enxertos de videiras para produção de vinho, suco e uvas de mesa, nas condições do Submédio do Vale do Rio São Francisco. A redação dos artigos é parte importante do treinamento em pesquisa que os estudantes recebem desde que são selecionados nos editais para ingresso ao programa de iniciação científica.
Em geral, os alunos chegam aqui com pouca ou nenhuma noção da dinâmica da pesquisa, sem possuir qualquer publicação nos seus currículos, e alheios aos processos de produção científica. "Aqui, eles aprendem a planejar e instalar experimentos, definir delineamentos estatísticos, coletar, organizar e avaliar dados", explica.
Carreira – O interesse na execução do projeto ajuda na descoberta de vocações que, em geral, se manifesta no interesse por aumentar a produção científica, melhorar currículos, sem descuidar da aprovação nas disciplinas da grade curricular. Os convênios entre as instituições de pesquisa e de ensino exigem dos (as) alunos (as) o bom desempenho acadêmico e técnico como parte da formação que fará os estagiários e bolsistas ampliarem as possibilidades de seguir adiante na carreira científica após a conclusão do curso universitário: ingressar num programa de pós-graduação.
Neste caminho, já estão a estagiária Maysa de Macedo e a bolsista Renata Cipriano, alunas do 80 e do 50 períodos, respectivamente, do Curso de Biologia da Universidade do Estado de Pernambuco (UPE). Orientandas da pesquisadora Maria Auxiliadora Coelho de Lima, pouco sabiam sobre a Embrapa e, praticamente, nada sobre Fisiologia da Pós-Colheita, área na qual passaram a trabalhar a partir de agosto de 2013 e setembro de 2014.
Envolvidas em análises de uvas da variedade Syrah, para produção de vinho, complementam estudos que medem a qualidade dos frutos cultivados sob dois sistemas de condução (espaldeira e lira) e seis porta-enxertos. Maysa avalia compostos fenólicos e resistência das bagas à compressão e já publicou cinco resumos expandidos.
Renata, por sua vez, estreia sua primeira publicação científica nesta edição da Jornada de Iniciação Científica com o trabalho "Qualidade de uva Syrah no sexto ciclo de produção da planta sobre diferentes sistemas de condução e porta-enxertos".
Para elas, o que realizam nas pesquisas adquirem mais importância por buscarem encontrar soluções para um segmento expressivo da agricultura regional: a vinicultura.
A X Jornada de Iniciação Científica da Embrapa Semiárido (X JICES) será aberta hoje (07/07) com uma apresentação institucional da Embrapa Semiárido pelo Chefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento, Flávio de França Souza. Logo após a professora Márkilla Zunete Beckmann Cavalcante, da UNIVASF, fará palestra sobre o Potencial da Floricultura no Semiárido.
Atualmente, a Embrapa Semiárido tem 71 estagiários remunerados, 30 alunos realizando Estágio Obrigatório e 154 bolsistas. Destes, 26 são de Iniciação Científica, 36 são bolsistas de nível superior, 56 são bolsistas pós-gradução que desenvolvem suas Dissertações (Mestrado) e 36 se encontram em fase Doutorado, realizando os trabalhos que comporão suas teses. A maioria é vinculada a universidades e escolas técnicas de vários estados da região Nordeste.
Atualmente, a Embrapa Semiárido tem 71 estagiários remunerados, 30 alunos realizando Estágio Obrigatório e 154 bolsistas. Destes, 26 são de Iniciação Científica, 36 são bolsistas de nível superior, 56 são bolsistas de pós-gradução em nível de mestrado, e 36 em nível de Doutorado. Todos vinculados a Instituições de ensino e Instituições de Fomento à pesquisa, que mantém convênio de complementação educacional com a Embrapa.
Marcelino Ribeiro (MTb / BA 1127)
Embrapa Semiárido
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