10/07/15 |   Florestas e silvicultura

Profissionais serão multiplicadores da tecnologia Modeflora na região Norte

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Foto: Daniel Papa

Daniel Papa -

Profissionais da área de floresta dos estados do Amazonas, Rondônia e Acre participam do 1º Curso de Formação de Multiplicadores da Tecnologia Modeflora. Referência na Amazônia, a tecnologia do Modelo Digital de Exploração Florestal (Modeflora) foi desenvolvida pela Embrapa e já foi apresentada a profissionais e empresas de grandes centros do país. A capacitação teve início na segunda-feira (6) e termina em 10 de julho, na sede da Embrapa Acre, em Rio Branco.


O objetivo desse módulo é nivelar os conhecimentos sobre o Modeflora e incentivar sua utilização e multiplicação pelos participantes, que já fizeram o curso sobre a tecnologia em outras ocasiões. O pesquisador Evandro Orfanó e o analista Daniel Papa, engenheiros florestais da Embrapa Acre, apresentaram as últimas inovações tecnológicas usadas no manejo florestal e a nova base de dados do Modeflora, realizada na área de 800 hectares de floresta da Embrapa Acre.


"É uma tecnologia muito interessante que vai será utilizada em várias atividades florestais, além do manejo. No interior do Amazonas, trabalhamos muito com manejo florestal de pequena escala e esse modelo vai reduzir os custos tanto na parte operacional de inventário quanto na parte de exploração", disse Júlio Falcão, do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam).


Papa atribuí o sucesso do Modeflora à qualidade da tecnologia uma vez que ela proporciona benefícios econômicos, ambientais e sociais. "A Embrapa, além de ter uma tecnologia de alta qualidade, se preocupa em levar essa tecnologia para o público. Com o uso do Modeflora pode haver ganhos econômicos de até 30%  no manejo florestal e também redução dos impactos sobre a floresta", enfatizou o analista.


Para Keiti Matsubara, funcionário do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), de Porto Velho, o projeto se caracteriza por ser rápido e prático. Isso aumenta a produtividade, reduz o tempo gasto nos inventários e no planejamento de pátios, trilhas e estradas, além de facilitar as análises dos manejos das concessionárias federais e nas vistorias feitas pelo órgão. Eurico Santiago, também do Ibama, disse que é importante os órgãos ambientais  aderirem ao uso do Modeflora, porque é a ferramenta doo futuro do manejo florestal. "Não vai ter mais o projeto convencional (X e Y). Daqui para frente, vai ser somente esse modelo e quem não se atualizar vai ficar para trás", concluiu.


"Vale ressaltar que o manejo florestal é a principal atividade econômica que aproveita os recursos da floresta na Amazônia e com a utilização do Modeflora o produtor pode melhorar a qualidade dos planos de manejo. Portanto, a metodologia pode ser aplicada em toda a região Amazônica onde ainda existe cobertura vegetal primária", afirma Papa.


O curso contou com a participação de profissionais do município de Lábrea (AM), analistas do Ibama e empresas de manejo florestal de Rondônia, além de engenheiros florestais do Acre.


Modeflora


Uma das principais vantagens do Modeflora é a precisão nas informações proporcionadas com o uso da tecnologia. Ou seja, ao utilizar o Sistema de Posicionamento Global (GPS), o Sistema de Informação Geográfica (SIG) e o Sensoriamento Remoto (SR), que são ferramentas necessárias para operar a metodologia, é possível obter a localização das árvores e fazer o microzoneamento da área com muita precisão. Facilita, assim, a construção do plano de manejo, porque o profissional terá uma visualização prévia no computador de toda a área desejada, onde estão as áreas planas e acidentadas. Com essas informações, o que é executado em campo fica muito parecido com o que é planejado em escritório.


Além disso, diminui os erros em inventários, o tempo na realização de mapeamentos nas pesquisas e os gastos financeiros desse processo. "Isso explica a importância de difundir a tecnologia para diferentes orgãos, principalmente da Amazônia", diz Papa.


Difusão


Em junho, o multiplicador Diego Cavalcante, engenheiro florestal e que atuou como estagiário na Embrapa, ofertou um módulo do Modeflora para técnicos e engenheiros florestais em Macapá.


"O Acre é pioneiro nesta tecnologia e desde 2010 a Embrapa tem esse papel de transferir essa tecnologia para grandes centros, principalmente na Amazônia, que é onde tem manejo de floresta nativa. É fundamental atualizar os profissionais para usarem a tecnologia, porque isso vai reduzir os custos, os desmatamentos e os impactos na floresta", disse Cavalcante.

Priscila Viudes (Mtb 030/MS)
Embrapa Acre

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