26/07/18 |   Transferência de Tecnologia

Curso aborda produção de cana-de-açúcar e a fabricação de cachaça

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Foto: Sérgio Tuninho

Sérgio Tuninho - Curso abordou aspectos da produção da cana-de-açúcar para fabricação de cachaça

Curso abordou aspectos da produção da cana-de-açúcar para fabricação de cachaça

Um público de 35 pessoas, entre produtores de cana-de-açúcar e estudantes, participou do curso Mestre Alambiqueiro, realizado no campus Jaguari/RS do Instituto Federal Farroupilha (IFFar) entre os dias 19 e 21 de julho. Dois pesquisadores da Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) integraram a programação abordando as tecnologias envolvidas no sistema de produção da cana-de-açúcar – matéria-prima para produção de cachaça – e as principais pragas envolvidas na cultura.

No âmbito de cultivo, o pesquisador Sérgio dos Anjos falou sobre as “Tecnologias da produção de cana-de-açúcar no Sul do Brasil.” Segundo ele, a cana é um material que tem ótima adaptação em diferentes ambientes e que pode produzir até 200 toneladas em 10 meses. O ciclo produtivo pode chegar a seis anos, totalizando cinco cortes, em média. “Aplicar tecnologia em cana é um retorno bastante garantido”, disse.

Ele ainda falou sobre o histórico da pesquisa de cana no Rio Grande do Sul e destacou a busca por variedades de ciclo médio ou tardio – para o produtor produzir por mais tempo –, e com maior tolerância ao frio. O trabalho já resultou na caracterização de mais de seiscentos materiais e na recomendação de doze variedades para o Estado. Também foi elaborado um zoneamento, que indica as regiões com as condições climáticas mais adequadas ao cultivo.

De acordo com o técnico de laboratório do IFFar em Jaguari e um dos organizadores do curso, André Sabino, o objetivo foi capacitar o público-alvo sobre as boas práticas de produção ao longo de todo o processo. Segundo ele, o município já abrigou cerca de 400 alambiques no passado, por isso a ideia agora é resgatar o conhecimento local e fomentar novamente a atividade. “A intenção é estimular os produtores, vendo um valor no produto agregado, a investir nessa produção”, completou. 

Atualmente, o IFFar possui área de cultivo e um alambique escola para produção de cachaça com finalidades educativas. O excedente da cana é transformado em álcool e, segundo Sabino, abastece 40% da frota de veículos do Instituto.

Controle de pragas

Com relação às pragas e doenças que afetam a cultura, o pesquisador Dori Edson Nava destacou a importância do manejo. “Se você não tiver uma cana sadia, você usa material contaminado para produção de cachaça. E a qualidade do produto final vai ser prejudicada”, disse. Na palestra, Nava abordou a disseminação e consequências de problemas como pulgões, cochonilhas e tripes e suas respectivas estratégias de controle. E, juntamente do bolsista de doutorado da Embrapa e funcionário de Instituto, Vinícius Sturza, abordou o manejo da Broca da Cana – principal praga da cultura atualmente.

O curso

Esta foi a 5º edição do curso, que busca ensinar teoria e prática da produção artesanal de cachaça com foco no Sul do Brasil. Durante o evento, também foram abordadas todas as etapas para recepção da cana-de-açúcar e produção da cachaça; os aspectos legais para formalização da agroindústria; as questões ambientais e o gerenciamento de resíduos; e o funcionamento da tributação para bebidas alcoólicas. Os participantes também ouviram relatos de sucesso e realizaram visita técnica a uma agroindústria. O evento foi uma promoção da empresa Limana com o IFFar e contou com a parceria da Embrapa Clima Temperado.

Produção

A cana-de-açúcar produz, em média, cerca de 90 toneladas por hectares em corte, mas dependendo da variedade, das condições de solo e clima, e do nível tecnológico empregado, pode chegar a 120 toneladas. Com relação à produção de caldo, o rendimento gira em torno de 65% – cem quilos de cana resultam em 65 litros. Após extraído, esse caldo é diluído, fermentado com levedura e nutrientes por algumas horas e em temperatura média de 30º C e, após, passa por um processo de destilação. O resultado, por hectare, pode chegar a 12 mil litros de cachaça.

Segundo o pesquisador Sérgio dos Anjos, a cana movimenta cerca de 53 milhões de reais no Rio Grande do Sul, sendo a 11ª cultura em importância socioeconômica. O Estado é o terceiro maior produtor de cachaça do país e o segundo em exportação. E, apesar da cana ser associada à produção de etanol no país, no Sul está tradicionalmente ligada às propriedades familiares. Além da cachaça, da cana derivam produtos como melado, açúcar mascavo, rapadura. Também é muito utilizada na alimentação animal. 

Francisco Lima (13696 DRT/RS)
Embrapa Clima Temperado

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