14/07/15 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Carta ao leitor - De Malthus aos avanços biotecnológicos

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Se os avanços científicos foram capazes de driblar até agora as previsões feitas no século XVIII pelo economista britânico Thomas Malthus de que a população cresce de forma mais veloz do que a produção de alimentos, um novo conceito, ora em voga na agropecuária, promete vida longa ao equilíbrio entre oferta e demanda por alimentos. Isso, mesmo diante das estimativas de crescimento do número de habitantes da Terra até 2050.

É o conceito de intensificação sustentável, que pode ser traduzido no mote: produzir mais, com maior eficiência e diversificação, no mesmo espaço, e manejando recursos, solo e água de maneira sustentável. Como prática, a intensificação sustentável tem sido apresentada como alternativa viável para que o homem possa continuar a produzir alimentos e a alcançar índices recordes de produtividade, conservando o meio ambiente e reduzindo efeitos indesejados de sua ação no planeta. Os detalhes podem ser conferidos na matéria de capa desta edição da revista XXI – Ciência para a Vida.

Recurso finito, a água é tema da entrevista com o engenheiro-agrônomo Luís Henrique Bassoi. Ele nos mostra que a agricultura não é vilã da crise hídrica, como apontada. Bassoi traz dados sobre irrigação e gestão dos recursos hídricos. Reforça reportagem especial publicada na oitava edição desta publicação, a que abordou boas práticas e tecnologias adotadas na agricultura, cujos resultados são direcionados justamente para a gestão racional do recurso água. Vale a pena recuperar a edição, disponível aqui

A pesquisa agropecuária sinaliza bons ventos também na área da saúde. Plantas, animais e microrganismos podem ser utilizados como fábricas biológicas para a produção de moléculas de alto valor agregado, que atuam de forma positiva em tratamentos contra câncer, Aids e hemofilia, entre outras doenças. Pesquisadores brasileiros e parceiros norte-americanos e ingleses comprovaram que sementes de soja geneticamente modificadas constituem uma biofábrica eficiente e viável para a produção em larga escala da cianovirina, proteína que tem a capacidade natural de se ligar a açúcares impedindo a multiplicação do vírus HIV em humanos. Pesquisadores espanhóis, com ajuda de brasileiros, desenvolveram um arroz transgênico que contém a molécula anti-HIV em seu DNA. É a agricultura se confirmando como aliada da indústria farmacêutica. Para entender melhor essa parceria, vale a pena a leitura da matéria "Fábricas Biológicas".

Esses avanços na ciência abrem perspectivas de melhor qualidade de vida para a população. Estão certos disso os cientistas. Mas nem sempre convencido está o cidadão comum. Novas tecnologias ainda geram desconfiança, em especial aquelas resultantes de processos biotecnológicos, como escreve, no artigo "Democratizar o conhecimento científico", de Adriana Brondani, do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), comentando pesquisas de opinião recentes. É preciso mesmo democratizar o conhecimento. Isso também nos move na edição desta – Ciência para a Vida.

Capim-elefante e dendê surpreendem e revelam novas possibilidades de aproveitamento. O primeiro pode abastecer caldeiras, gerar energia. Serve como matéria-prima de etanol celulósico, chamado de 2a geração. Os cachos de dendê escondem nanofibras de alta resistência mecânica equivalente a certos metais.Pesquisadores querem testá-las como reforço para a borracha natural. Confira essas descobertas também nesta edição. Boa leitura!

Os editores

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