14/07/15 |   Transferência de Tecnologia  ILPF

Técnicos e produtores discutem viabilidade econômica dos sistemas IPF e ILPF

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Tema da segunda sessão especial, voltada para técnicos, produtores e estudantes, a viabilidade econômica e a rentabilidade dos sistemas IPF (Integração Pecuária-Floresta) e ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta) foi tema de debate no final da manhã desta terça-feira, dia 14 de julho, no Congresso Mundial sobre Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, que ocorre até o dia 17 em Brasília-DF, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

Flavio Wruck, pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão (Santo Antônio de Goiás, GO) lotado na Embrapa Agrossilvipastoril (Sinop, MT); e William Marchió, diretor-executivo da Rede de Fomento à ILPF foram os palestrantes da sessão, mediada por Roberto Risolia, da Dow AgroSciences. Ambos relataram casos de sucesso de Mato Grosso e Goiás, apresentando coeficientes econômicos colhidos em fazendas e Unidades de Referência Tecnológica (URTs) desses Estados.

O resultado trazido à tona pelos palestrantes mostrou que, embora os dados e projeções feitos até o momento ainda sejam iniciais e insipientes, os sistemas IPF e ILPF mostram-se promissores e oportunos. "Principalmente para o pecuarista", ressaltou Wruck, ressaltando que ainda existem desafios científicos e técnicos importantes para serem abraçados, como o ainda pequeno conhecimento de tecnologias de manejo de muitas espécies florestais nativas; o manejo integrado de pragas que atacam essas espécies; a escassez de produtos voltados para sistemas integrados (como herbicidas, por exemplo); o escalonamento do planejamento integral da propriedade agrícola a longo prazo; e a necessidade de internalização da filosofia integrada, treinamento técnico e valorização da mão de obra.

Os estudos de caso apresentados pelo pesquisador da Embrapa fixaram-se em três pontos distintos do Mato Grosso: a Fazenda Bacaeri, localizada no município de Alta Floresta, e a URT da Fazenda Gamada, em Nova Canaã do Norte, ambos no norte do Estado (no bioma Amazônia); e a estância Anna Sophia, na zona rural de Cuiabá (no bioma Cerrado). Flávio Druck salientou que tanto na Fazenda Bacaeri quanto na Fazenda Gamada, a logística não foi impeditiva para implementação do sistema - são áreas distantes quase 900 km da capital mato-grossense.

Nos três casos apresentados, as propriedades eram administradas por pecuaristas que apostaram investir no componente florestal, buscando agregar mais valor à sua atividade. "Esse é um cuidado que temos que tomar na hora de orientar técnicos e produtores, para não 'queimar' a tecnologia: o componente florestal deve ser apresentado como aumento do valor agregado à atividade agropecuária, não como atividade-fim", aconselha. Druck ainda lembrou que a recomendação para adoção de cada um dos sistemas de floresta (ILPF, ILF ou IPF) deve ser cuidadosa, levando em consideração vários interesses e fatores. As principais espécies indicadas para a região foram o eucalipto, a teca, o mogno-africano, a castanheira e o pequi.

Já William Marchió centrou boa parte da sua apresentação à Fazenda Santa Brígida, no município de Ipameri-GO, mostrando como a propriedade alterou completamente seu sistema de produção em função da tecnologia ILPF. E fechou sua argumentação fazendo uma defesa séria da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta: "o que leva um produtor a adotar um sistema complexo como o ILPF? É que ele está vendo ao seu redor o esgotamento da capacidade de produção de muitas terras e a extinção da capacidade produtiva dos sistemas convencionais. Não dá mais para produzir gado da forma tradicional. O Brasil é a única potência agrícola que possui mais de 60% do seu território preservado. E não temos a mínima necessidade de mudar esse número, pois o sistema ILPF mostra que é possível fazer uma terceira revolução na agropecuária nacional, aumentar bastante nossa produtividade sem desmatar novas áreas".

 

Robinson Cipriano
Secretaria de Comunicação da Embrapa - Secom

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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