Linhas de pesquisa nas universidades foi tema do congresso mundial sobre ILPF
Linhas de pesquisa nas universidades foi tema do congresso mundial sobre ILPF
"O tema Ensino sobre Integração Lavoura-Pecuária-Floresta – ILPF em universidades e escolas técnicas" teve sua segunda sessão especial hoje (16) pela manhã e tratou dos programas de pós-graduação e linhas de pesquisas.
Coordenada pelo professor Luiz Daniel, da Faculdade de Tecnologia de Indaiatuba (Fatec, SP), contou com a palestra do professor Carlos Alexandre Crusciol, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), de Botucatu, SP.
"Ainda que tenhamos atualmente 21 instituições que já incluíram ILPF em seus currículos, temos conhecimento de 190 outras que precisam formalizar essa disciplina em suas grades curriculares", disse Luiz Daniel. Segundo ele, o sistema integrado é essencial para conhecimento dos alunos, especialmente porque muitos deles se tornarão os agentes responsáveis pela transferência do que aprenderam aos produtores.
Iniciando sua palestra o professor Crusciol disse que existem cinco países que têm uma área agricultável superior a 140 milhões de hectares, uma população acima de 80 milhões de habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) superior a 1 trilhão de dólar. Apesar de toda a crise que o Brasil está passado e levando em conta as projeções do PIB brasileiro para este ano, o País se enquadra dentre esses países.
Ao se observar a porcentagem da área agricultável no mundo praticamente não se tem mais para onde expandir. O exemplo mais evidente vem da China e da Índia, que está com 100 por cento de sua área agricultável ocupada. Os Estados Unidos e a Rússia, por sua vez, têm em torno de 60% de seus solos ocupados e o Brasil ficou com apenas 20% de área que pode ser ocupada com agricultura.
Terminologia correta
O professor fez uma recomendação aos pesquisadores para que utilizem de forma correta a nomenclatura sobre ILPF. Tudo o que se tem visto refere-se a sistemas integrados de produção agropecuária. No entanto, é preciso padronizar nomes utilizados em trabalhos e artigos científicos sobre o tema, considera Crusciol. Ele recomendou uma consulta ao portal da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) que trata especificamente e sistemas integrados. Veja em http://www.fao.org/faoterm/en/
O professor aproveitou a oportunidade para lembrar que a FAO acredita que a evolução dos sistemas agrícolas no mundo inteiro vai passar pelo processo de integração, de sistemas integrados. Com isso se consegue otimizar e produzir mais por área de uma forma socialmente justa, economicamente viável e ambientalmente correta.
A pesquisa nas universidades
Atualmente quem tem o maior grupo de pesquisas sobre ILPF nas universidades é a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), inclusive em um nível de pesquisa bem avançado em clima temperado para as condições brasileiras. A Universidade trabalha em parceria com outras universidades brasileiras e de outros países.
No que diz respeito às pesquisas da Unesp, Crusciol explicou que o foco é forragem e tem seu projeto temático com relação à produção de cordeiros. A partir dessas pesquisas foi feita parceria com a Nova Zelândia que é expert na produção de cordeiros.
Nos experimentos está sendo utilizado o Sistema Santa Brígida (milho consorciado com braquiária e guandu). Essa produção é colhida para ser utilizada como silagem e logo após é feita a semeadura de aveia. São quatro plantas em apenas um ano agrícola e o pastejo de cordeiros. O professor enfatizou que com esse sistema está proporcionando uma redução significativa de compactação e de esgotamento do solo. Mas todo o cuidado é pouco na utilização do equipamento utilizado para fazer a silagem para que não haja compactação da terra.
Depois de explicar os demais passos desse sistema e as vantagens da adoção da integração de cultivos e animais, o professor considerou que ainda é preciso estudar a fundo os efeitos do manejo da pastagem sobre a cultura de grãos em regiões tropicais. "São muitas as questões que precisam ser pesquisadas no sistema ILPF. E a universidade tem um papel importante para resolver essas questões que não são apenas do nosso País, mas que o mundo também quer saber", enfatiza.
Texto: Sandra Zambudio (MTb 929/81/PR)
Secretaria de Comunicação da Embrapa - Secom
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
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