Pesquisador discute importância de fungos para agroecologia em evento na Amazônia
Pesquisador discute importância de fungos para agroecologia em evento na Amazônia
O pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) Antônio Alberto Oliveira apresentou a palestra ‘Diversidade de fungos microrrízicos e sua importância agroecológica’ durante o 7º Congresso sobre Diversidade Microbiana na Amazônia, realizado em Manaus de 29 a 31 de agosto.
Oliveira participou da Mesa-redonda 4 – ‘Interações entre plantas e microrganismos’, na tarde da quinta (30), discutindo como os fungos micorrízicos (que realizam interação biológica com raízes de plantas) têm papel importante na sustentabilidade de sistemas de produção agrícola de base ecológica.
“Essa associação simbiótica formada pelo fungo com as raízes da planta hospedeira, conhecida como micorrizas (do grego: myke = fungo e rhiza = raiz), caracteriza-se pela condição mutualística, vez que ambos os organismos se beneficiam da associação e, portanto, devem ser estudadas como um sistema dinâmico e não como organismos individualizados”, defende o pesquisador.
De acordo com Antônio Alberto, vários estudos têm demonstrado que a colonização das raízes pelos fungos micorrízicos induz aumento da produtividade de diversas culturas conduzidas em solo de baixa fertilidade. “Essa resposta é normalmente atribuída ao incremento na absorção de nutrientes de reduzida mobilidade no solo, tais como: fósforo, zinco e cobre. Evidente progresso no entendimento dessa simbiose vem sendo obtido devido aos inúmeros trabalhos relacionados com a anatomia, taxonomia, fisiologia da absorção de nutrientes, especificamente o fósforo, utilização de carboidratos, translocação de água, biologia molecular, produção de hormônios, ecologia, culturas axênicas e interações biológicas” esclarece.
“A maioria das plantas de importância econômica é capaz de estabelecer essa simbiose e, o fazem tão cedo em seu desenvolvimento se lhes é dada a chance para tal. Dentre essas plantas, incluem-se os cereais, as leguminosas herbáceas e as espécies frutíferas”, complementa.
“A micorrização representa, portanto, um importante mecanismo para a maximização do uso de fertilizantes fosfatados aplicados aos solos deficientes e com elevada capacidade de fixação de fosfatos, como aqueles predominantes nos trópicos. Em algumas espécies vegetais é tão acentuada a dependência à presença desses fungos que, na ausência total da simbiose, não respondem satisfatoriamente à adubação fosfatada”, conclui.
O evento
De acordo com a Comissão Organizadora, 7º Congresso sobre Diversidade Microbiana na Amazônia reuniu mais de 400 participantes de vários estados e demais países amazônicos, alargando assim as suas fronteiras rumo à internacionalização.
A organização teve à frente a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e as Universidades Federais da Amazônia (UFAM), Acre (UFAC) e Roraima (UFRR), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) e Ocean.
Os eixos temáticos abordados foram Microbiologia de Alimentos, Ambiental, Médica e Industrial. O público alvo foram estudantes de graduação e pós-graduação, pesquisadores e professores; técnicos de nível médio e superior, profissionais liberais (médicos, odontólogos, farmacêuticos, biomédicos, entre outros) representantes da área industrial; gestores relacionados a políticas públicas em saúde, ciência e tecnologia.
Além das oito conferências e sete mesas redondas, trabalhos foram divulgados em Pôsteres e Apresentações orais divididos em cinco áreas da Microbiologia (Ambiental, Básica, Médica e Veterinária, Industrial e de Alimentos).
Saulo Coelho (MTb/SE 1065)
Embrapa Tabuleiros Costeiros
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