Bolsistas discutem ciência profissional
Bolsistas discutem ciência profissional
Em sua 12ª edição, a Jornada Científica da Embrapa Mandioca e Fruticultura (Cruz das Almas, BA), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimentos, se consolida como o principal evento técnico interno da Unidade. De 27 a 31 de agosto, a jornada reuniu 98 trabalhos científicos de bolsistas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), de nível médio, graduação e pós-graduação, sendo 37 apresentados oralmente e 61 em forma de pôster. Na abertura, o vice-coordenador do evento, o pesquisador Márcio Canto, ponderou que, por conta da redução do número de bolsas, houve também uma redução no número de trabalhos: 89 (foram 116 de 2017), mas que a jornada continua sendo um momento marcante na vida dos estudantes. Os trabalhos foram divididos em nove áreas: Avaliação de impactos e estudo de mercado; Biotecnologia; Desenvolvimento de variedades; Manejo das principais doenças e insetos-praga; Manejo de recursos naturais; Qualidade de fruto e raiz; Recursos genéticos; Sistemas de produção; e Outras áreas. Na avaliação do pesquisador Francisco Laranjeira, chefe-adjunto de P&D e coordenador da comissão organizadora, a jornada foi um sucesso de conteúdo e de público. “Alcançamos nosso propósito que era o de alertar nossos estagiários para a necessidade de encarar a ciência como uma atividade profissional. Parte do ser profissional em ciência é saber traduzir corretamente seus resultados para um público mais amplo. Isso tem sido feito. As palestras foram muito boas, incluindo a do Leandro [Neves], que, apesar de estar na Iniciação Científica, já se apresenta como um profissional. A impressão geral dessa semana é que a própria Jornada vem se tornando mais profissional, contando cada vez mais com o comprometimento de todos os envolvidos em sua realização. Já estamos pensando no tema da 13º edição, sempre focando no processo Traduzindo Ciência, compromisso dessa gestão.”
O Concurso de Fotografia Científica teve sua terceira edição em 2018 e contou com a participação de 12 fotos e coordenação do pesquisador Romulo Carvalho. Liziane dos Santos, orientada do pesquisador Abelmon Gesteira, foi a vencedora com a foto “O sol nasceu para todos”, que traz o sol bem encaixado entre uma planta de Poncirus trifloliata. Neste ano, houve só a categoria aclamação pública.
Programação
Além dos trabalhos dos estudantes, a programação trouxe palestras de convidados internos e externos. No dia 27, a palestra de abertura foi apresentada pelo pesquisador Aldo Vilar. Atual chefe-adjunto de TT, Aldo já passou por vários cargos em sua carreira e falou sobre o tema da jornada nesta edição, “Ciência profissional”. Ressaltou a importância da inovação e do trabalho em equipe, a exemplo do recente lançamento do Sistema Integrado de Monitoramento de Pragas do Mamão (SimpMamão). “Inovação exige dedicação, ousadia, foco em resultados, trabalho intenso e não necessariamente precisa envolver alta tecnologia”, acrescentou Aldo, que discorreu ainda sobre o papel do pesquisador na gestão de projetos. No dia 29, “Política de inovação nas universidades brasileiras: diretrizes para consolidação dos Núcleos de Inovação Tecnológica” foi o tema de Edilson Pires, da Coordenação de Criação e Inovação (Cinova) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). A Cinova tem por objetivo apoiar a gestão da política de inovação da universidade por meio da realização de ações estratégicas de atuação institucional no ambiente produtivo local, regional ou nacional e de ações institucionais de capacitação de recursos humanos em empreendedorismo, gestão da inovação, transferência de tecnologia e propriedade intelectual, entre outras. Edilson abordou a importância de os resultados da pesquisa serem, de fato, aplicados. “Oitenta por cento da informação tecnológica são divulgadas apenas em publicações, mas as empresas do mercado não estão interessadas em revistas científicas.” Entre as sugestões para fortalecer e ampliar a atuação dos NITs, ele citou o desenvolvimento de pesquisas colaborativas e o compartilhamento de laboratórios por instituições próximas. A última palestra foi do ex-estagiário da Biblioteca Leandro Neves, estudante do curso de Jornalismo da UFRB, que falou sobre “Afiliação nas ciências e a Embrapa: o papel dos estágios”. “A Embrapa é uma das instituições mais consolidadas na produção do conhecimento científico no país, aí vem o conceito de afiliação, que é a familiaridade com o ambiente que você está inserido e de se sentir participante daquela instituição e a importância disso.” E acrescentou: “É preciso conectar os estudantes com o fazer ciência. A importância de os pesquisadores estimularem os estagiários, que eles entendam que são capazes. A Jornada Científica não é um amadorismo. Os estudantes precisam ter consciência da missão em que estão inseridos.” No encerramento, o chefe-geral Alberto Vilarinhos falou sobre a importância de se construir, já no estágio, uma rede de relacionamentos para facilitar as parcerias no futuro. “A gente não se dá conta, mas faz muita diferença quando se está no mercado profissional. Aproveitem esse momento. Tudo aqui vai fazer diferença na vida de vocês”, sugeriu. Nesta edição, houve uma homenagem especial ao pesquisador Hermes Peixoto, que figurou nas peças de divulgação do evento. “É a expressão do orientador, do coordenador amigo, que transforma aprendizes em profissionais”, disse Vilarinhos. No fim, Hermes leu a prosa poética que fez a pedido de Márcio e dedicou a todos que fazem ciência na Embrapa, em especial, aos jovens cientistas.
Como acontece anualmente, foram convidadas escolas da região para assistirem às apresentações e, de certa forma, promover a integração entre os alunos e as próprias instituições. Estavam presentes a Casa Familiar Rural de Presidente Tancredo Neves - CFR-PTN (curso de educação profissional técnica em Agropecuária integrado ao ensino médio), o Centro Territorial de Educação Profissional – Cetep Recôncavo II Alberto Torres, de Cruz das Almas (cursos técnicos em Agropecuária e em Nutrição e Dietética), o Instituto Federal Baiano (IF) de Governador Mangabeira (cursos técnicos em Alimentos e em Agroindústria) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Patrocinaram o evento Bioenergia Orgânicos, Fisk Centro de Ensino, Escola do Futuro, Supera Ginástica para o Cérebro, Wizard, Faculdade Maria Milza (Famam), Campo Biotecnologia, Sinpaf, Associação de Empregados da Embrapa (AEE) e Bem Viver, além de diversos empregados que colaboraram voluntariamente.
Premiações
Como nas duas últimas edições, os resumos e as apresentações continham a seção Significado e impacto do trabalho — explicação de cada trabalho para o público não especializado —, um dos itens de avaliação. Houve diversas premiações em todas as categorias, e a bolsista Thaís Gomes, orientada da pesquisadora Fabiana Sasaki, recebeu o Troféu Orlando Passos, que leva o nome de um dos pesquisadores mais experientes e queridos da UD. Também foi oferecido o prêmio especial de Matemática e Estatística em Ciências Agrárias para o trabalho que melhor abordou o delineamento experimental, a análise de dados e a apresentação dos resultados obtidos. Quem levou esse prêmio foi Maria Luiza dos Santos, orientada do pesquisador Vanderlei dos Santos, com o trabalho “Seleção de clones de mandioca de mesa com base em características agronômicas e de pós-colheita”. Houve ainda premiação dos melhores orientadores. Os agraciados foram os pesquisadores Cristiane Barbosa (1º lugar) e Onildo Nunes (2º lugar).
Léa Cunha e Alessandra Vale (DRT-BA 1633)
Embrapa Mandioca e Fruticultura
Contatos para a imprensa
mandioca-e-fruticultura.imprensa@embrapa.br
Telefone: (75) 3312-8076
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/