A Embrapa Pecuária Sul marcou sua presença na Expofeira de Bagé com a apresentação de tecnologias sobre manejo de pastagens, conhecimento sobre o ciclo do carrapato e o avanço das metodologias das Provas de Avaliação a Campo (PAC). A feira aconteceu de 9 a 14 de outubro, no Parque de Exposições Visconde de Ribeiro Magalhães, da Associação e Sindicato Rural de Bagé. Considerada uma das mais importantes exposições do Rio Grande do Sul, a Expofeira em 2018 contou com cerca de 15 mil visitantes, mais de mil animais das raças Hereford, Braford, Angus, Brangus, aves, ovinos e cavalo crioulo, 90 estandes comerciais e institucionais, e um faturamento superior a R$ 2,5 milhões. Ciclo do carrapato e forrageiras Problema sério para produtores de gado do Sul do Brasil, o carrapato virou um tema lúdico para crianças e pré-adolescentes das escolas de Bagé durante a Expo-Aula, atividade já tradicional na programação da Expofeira. No estande da Embrapa, cerca de 50 alunos aproximaram-se mais do mundo rural e aprenderam sobre o ciclo de vida do parasita, um dos mais preocupantes para o pecuarista. “O tema principal abordado foi o ciclo de vida do carrapato, mas também apresentei a empresa, falando da existência de outras Unidades da Embrapa e sobre o tema principal de pesquisa da Embrapa Pecuária Sul. A semente da curiosidade pela ciência e pela pesquisa agropecuária foi lançada para as crianças e pré-adolescentes que estiveram presentes. Para muitas delas foi o primeiro contato com um microscópio estereoscópico, por exemplo. Além disso, muitas delas devem ter falado da Embrapa para os pais, quando chegaram em casa”, destacou o analista da Embrapa que ministrou a aula, Robert Domingues. A pesquisadora da Embrapa Márcia Silveira também ajudou a semear conhecimento durante a Expo-Aula, abordando as plantas que servem de alimentação para os animais. “Nosso primeiro atendimento na Expofeira de Bagé foi muito especial. Turminha de nove anos super antenada e discutindo ciclo de vida do carrapato e plantas forrageiras para alimentação animal como gente grande. Até trevo com quatro folhas encontraram”, disse. A Expo-Aula é uma promoção da Associação e Sindicato Rural, em parceria com a Universidade da Região da Campanha (Urcamp). Provas de Avaliação a Campo e Consumo Alimentar Residual A Embrapa Pecuária Sul e a Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB) realizaram, na sexta-feira (12/10), o Workshop sobre as Provas de Avaliação a Campo (PAC) e Consumo Alimentar Residual (CAR) das Raças Hereford e Braford. O evento, que integrou a programação da Expofeira, aconteceu no Núcleo de Hereford e Braford e na sede da Embrapa Pecuária Sul. O objetivo do Workshop foi discutir com os técnicos e produtores da ABHB sobre a metodologia que é usada hoje nas PAC e CAR. Entre os temas abordados, esteve a metodologia aplicada durante a PAC e o Teste de Eficiência Alimentar (TEA), apresentada pelo pesquisador da Embrapa Marcos Yokoo. O manejo e os aspectos nutritivos das provas ficaram a cargo de Renata Suñé, pesquisadora da Embrapa. Também houve debate sobre a implementação de inovações, proposto por Roberto Collares e Fernando Cardoso, ambos da Embrapa, e por Aldo Tavares, da ABHB. Na parte da tarde, a agenda foi cumprida nos campos da Embrapa, onde a PAC é realizada, com a apresentação dos resultados da edição 2017/2018, seguida por uma avaliação fenotípica dos reprodutores testados, feita pelo pesquisador da Embrapa Joal Brazzale Leal. Apartados em lotes de acordo com a sua classificação, um a um os reprodutores foram analisados e comentados para o público. Tavares classificou o Dia de Campo como muito produtivo para o setor técnico da entidade. “Nós propusemos um dia de avaliação e de desafios à Embrapa e ao Conselho Técnico da Associação, com a participação de criadores de Hereford e Braford, para mostrar as mudanças no teste e ouvir o que o produtor espera da Prova, para que possamos agregar valor a esses touros”, comentou. Para Valter José Pötter, proprietário da Estância Guatambu, 1° e 3° lugar na raça Hereford, a PAC é uma forma de se avaliar o trabalho realizado na propriedade. ”Como participam várias linhagens de genética no mesmo ambiente, é uma oportunidade única de se descobrir em que nível estamos trabalhando”, pontuou. Já o campeão da raça Braford, Paulo Azambuja, um dos proprietários da Fazenda Santa Tereza, ressaltou a importância do título para o criatório. “A questão comercial tem nos ajudado bastante, tanto que o marketing dos últimos leilões são todos focados nos resultados obtidos na PAC, sem falar na aplicação dos resultados a campo”, concluiu. Manejo de pastagens No estande da Embrapa na Expofeira, o público pôde saber um pouco mais sobre o tema “Pasto sobre pasto: estratégias para a estabilidade forrageira”, uma abordagem que trabalha as possibilidades de consorciação e sucessão de forrageiras em uma área, de forma a diminuir os vazios forrageiros e garantir alimentação para os rebanhos. Foram apresentadas, também, cultivares forrageiras lançadas recentemente pela empresa, em parceria com UFRGS e Sulpasto, como o Capim-Sudão BRS Estribo, o Cornichão URSBRS Posteiro, o Trevo-vesiculoso BRS Piquete, o Trevo-branco BRSURS Entrevero e a Aveia URS Flete. Outra tecnologia apresentada na Expofeira foi a régua de manejo de pastagens BRS Sul. A ferramenta permite tomar decisões rápidas quanto ao ajuste da carga animal em uma determinada pastagem. Simplifica o manejo e otimiza o uso da pastagem, levando a ganhos de produtividade para a pecuária, tanto de bovinos de leite como de corte, e também para equinos e ovinos, em situação de pastejo contínuo ou rotacionado. A vantagem da régua de manejo é já conter as medidas ideais para cada espécie forrageira, com as alturas de entrada e saída de pastejo ou corte. Texto com colaboração de Murilo Alves e Estela Facchin (ABHB)