Ações inclusivas em ambiente de pesquisa promovem interação e conhecimento
Ações inclusivas em ambiente de pesquisa promovem interação e conhecimento
Era para ser uma ação voltada para a popularização da ciência junto a estudantes do ensino fundamental incluindo alunos com alguma deficiência visual, cognitiva e com síndrome de down, mas foi além e o que se presenciou foram momentos de contentamento, interação e conhecimento. Durante o período de 17 a 19 de outubro, cerca de 500 visitantes viram, pegaram e experimentaram resultados de pesquisas realizadas pela Embrapa Hortaliças (Brasília – DF).
Um dos destaques do evento foi o Jardim Sensorial onde estão expostas diversas plantas aromáticas, condimentares e as alimentícias não tradicionais (Pancs). “Estou encantado. Pelo tato, sabor e cheiro consegui diferenciar várias plantas e conhecer outras, como a peixinho, que nunca tinha ouvido falar”, conta Sidney de Castro, que revelou o seu estilo de vida ao dizer a idade: “tenho 4 décadas e 9 anos de aprendiz”. Durante toda a visita, Sidney, que tem baixa visão, esteve em companhia de Eloy de Oliveira, de 72 anos, um dos voluntários da Biblioteca Braile Dorina Nowill. “Essa troca é muito interessante e eu me sinto feliz em poder ajudar. Eu sou aposentado e me sinto útil”, comenta Eloy.
Os participantes do Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais também gostaram da experiência. Para Ivete de Araújo, de 46 anos, foi um momento de lembrar da infância e da mãe que plantava hortaliças no Nordeste. O colega dela Marcelo Costa, de 42 anos, aproveitou para experimentar quase todas as plantas, inclusive a capuchinha, que faz parte das Pancs. A integrante do Cris Down Brenda Alves, de 15, também ficou encantada com a capuchinha. “Sou apaixonada por flores e foi bem legal pegar nas plantinhas”, expressou. Para a responsável pelo Cris Down, Deidmaia Lima, experiências como essas são importantes para o aprendizado e a socialização dos adolescentes. Essa é a segunda vez que a instituição visita a empresa.
Nutrição: Na oficina de nutrição, os participantes conheceram as propriedades nutricionais de várias frutas e hortaliças, além de saboreá-las. A adolescente Geovanna Barbosa confessa que come porque é forçada pela mãe. Ao escutá-la, a colega Nathalia Galvão dá uma boa dica. “Eu quero ser saudável e quando eu não gosto de algum alimento, fecho os olhos e como assim mesmo”, ensina. O estudante Murilo Oliveira aprendeu rápido sobre a importância de comer muita salada. Diante de várias opções para degustar, ele optou pela cenoura e espinafre.
Na oficina “Espaço Mendel”, pesquisadores da área de melhoramento genético falaram de forma lúdica e criativa sobre hereditariedade. No laboratório de sementes, visitantes ficaram surpresos com o tamanho de algumas folhosas e como elas se desenvolvem rapidamente. Na vitrine de tecnologia, eles conheceram variedades de hortaliças desenvolvidas pela Embrapa e no sistema hidropônico, os estudantes viram como é feito e os benefícios do cultivo sem solo.
Na oficina de horta em pequenos espaços, os alunos pegaram na terra e simularam o plantio de mudas de folhosas em um copo descartável. “Vou transplantar essa mudinha na minha casa e ela vai ajudar a minha filha na coordenação motora e no desenvolvimento cognitivo”, contou Ione Alves, mãe de Brenda Alves. Como pano de fundo, as atividades oferecidas nos três dias de evento abordaram temas como agricultura sustentável e incentivo ao consumo de hortaliças.
Parcerias: As ações fizeram parte do projeto “Um novo olhar sobre a ciência e tecnologia: atividades inclusivas para deficientes visuais e com síndrome de down da rede pública e privada de ensino” aprovado junto ao CNPq. E contou com a parceria das secretarias municipais de ensino do Distrito Federal e da Universidade Paulista (Unip).
Gislene Alencar (MTB/ MG 05653JP )
Embrapa Hortaliças
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