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Morte precoce e porta-enxertos para o pessegueiro são temas de tarde de campo

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Foto: Paulo Lanzetta

Paulo Lanzetta - Os pesquisadores da Embrapa procuram a espécie mais resistente aos fatores bioticos e abioticos para que o fruto possa expressar todo o seu potencial produtivo.

Os pesquisadores da Embrapa procuram a espécie mais resistente aos fatores bioticos e abioticos para que o fruto possa expressar todo o seu potencial produtivo.

Um problema que afeta muitos produtores de pêssego é tema da II Tarde de Campo Participativa sobre Porta-Enxertos e Morte Precoce de Pessegueiro, que acontece nesta quarta-feira, dia 31 de outubro, das 13 às 17 horas, na propriedade de Mauro Schuenemann, localizada na Colônia São Manoel, Pelotas. O evento é voltado para fruticultores, viveiristas, técnicos, estudantes, professores e proprietários de indústrias.

Pesquisadores da Embrapa desenvolveram entre 2012 e 2014 novas estratégias na produção de porta-enxertos.  O objetivo do evento é apresentar as 23 espécies de porta-enxerto e observar a opinião das pessoas ligadas à produção de pêssego. Separados em grupos, os participantes poderão observar como diferentes tipos de porta-enxerto afetam na mesma cultivar, e avaliar a brotação da planta e dos frutos em cinco níveis (péssima, ruim, aceitável, boa, excelente). Os dados serão recolhidos e apresentados posteriormente em um documento com o resultado da melhor espécie identificada pelos participantes. A espécie enxertada em todos os porta-enxertos é a BRS Maciel.

A propriedade onde será realizada a tarde de campo tinha um histórico de morte precoce, a síndrome é associada a maneira pelo qual os produtores fazem o porta-enxerto. "Pegando o grão que é descartado pela indústria não é possível identificar qual espécie servirá de porta-enxerto, muitas vezes esse caroço não se desenvolve e o pessegueiro acaba morrendo em menos de quatro anos, quando na verdade deveria produzir em média 15 anos", observa o pesquisador Alex Mayer, responsável pelo evento.

Mudança de produção

 A pesquisa ao invés de produzir os porta-enxertos através dos grãos de pêssego, como é feito pela maioria dos produtores, produz por enraizamento de destaque. "O processo consiste em pegar uma porção do ramo de uma espécie, promovê-la a uma condição em que produza raízes, depois da brotação, e quando atingir o diâmetro necessário, faz-se a enxertia. Assim é possível produzir diversos tipos de copas em diversos tipos de porta-enxertos", explica Mayer.

O porta enxerto tem que ser tolerante a fatores bióticos (bactérias, fungos, nematoides) e abióticos (mudanças climáticas, diferentes tipos de solo, etc.), fatores que fazem com que a planta possa produzir melhor ou não se adaptar. Os pesquisadores da Embrapa procuram a espécie mais resistente a esses fatores, e desenvolvem os dias de campo participativos para que as pessoas ligadas ao setor possam contribuir para as pesquisas.

A preocupação com o porta-enxerto se deve ao fato dele estar ligado diretamente à morte precoce do pessegueiro, e é um aspecto que pode ser interferido através dos resultados obtidos pela pesquisa agropecuária. "Por tentativas, os produtores podem escolher quais espécies de porta-enxerto irão utilizar", diz Mayer.

Índices de morte precoce

Existem anos em que a síndrome da morte precoce atinge 90% dos pessegueiros, como está sendo registrado em 2018. Além da qualidade dos porta-enxertos outros fatores podem provocá-la. Mudanças nas condições climáticas, características do solo ( os mais arenosos são propensos à morte precoce) e a idade do pomar interferem no tempo de produção do pomar.

 

Catarine Thiel (Colaboradora)
Embrapa Clima Temperado

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