Publicação é utilizada por projetos de pesquisa de escolas campineiras
Publicação é utilizada por projetos de pesquisa de escolas campineiras
A quadra estava dividida em tendas; cada qual representava uma escola e uma turma. Os apresentadores e os espectadores eram crianças, em sua maioria, e os temas transitavam pela Geografia, Literatura, Matemática entre outros. No ar, as vozes infantis competiam como se uma quisesse sobressair-se à outra. Não era pra menos. Cerca de 2.400 alunos passaram por lá naquela data.
O local era o ginásio da Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB), localizada em Campinas, SP. No dia 7 de novembro, o espaço recebeu o 4º Fórum Estudantil de Pesquisa (FEP), organizado pela Prefeitura Municipal com a colaboração da Embrapa Territorial. Durante o evento, foram apresentados cerca de 60 projetos de pesquisa desenvolvidos por alunos e professores de 28 escolas municipais campineiras. Os trabalhos utilizaram o Atlas Escolar da Região Metropolitana (GeoAtlas) como fonte de consulta.
A publicação foi elaborada pela Unidade campineira juntamente com docentes do Município e faz parte do acervo das bibliotecas das escolas municipais desde 2015. “Utilizamos o atlas para estudar gráficos; para comparar populações das cidades e para entender porque as pessoas querem vir para a nossa região”, disse Cibele Aparecida Rodrigues, professora do 4º da Escola Municipal Padre Melico Cândido Barbosa.
O uso do GeoAtlas como instrumento de consulta começou com o Programa Pesquisa e Conhecimento na Escola (Pesco), da Prefeitura de Campinas. A iniciativa consiste na formação de professores da rede municipal com o objetivo de estimulá-los a desenvolver projetos de pesquisa em parceria com os seus alunos. Um dos módulos temáticos do Pesco orienta os professores cursistas para o uso do GeoAtlas nas pesquisas. Ao final do ano, após percorrerem as fases de elaboração e implementação dos projetos, os resultados são apresentados no FEP.
Ana Lúcia Picoli, professora da equipe do Pesco, acredita que o Programa desperta o espírito investigativo dos jovens. “Os alunos percebem o quanto a pesquisa é importante e fazem disso um hábito. Eles mesmos começam a questionar e a procurar as respostas”, disse.
Para Cristina Criscuolo, pesquisadora da Embrapa Territorial e coordenadora do GeoAtlas, a parceria permite criar uma rede de conhecimento que incentiva os estudantes a trabalharem com a escola local. “Isso é um estímulo para que a criança se perceba como um agente de transformação no espaço próximo ao dela”, afirma.
Geotecnologia
No Fórum, os alunos do 4º ano da Escola Municipal Padre Melico Cândido Barbosa apresentaram maquetes que identificavam pontos importantes das zonas rural e urbana de Campinas. Quando trabalharam a localização geográfica de áreas urbanas e rurais, as professoras orientaram aos alunos a utilizarem as geotecnologias. Mas alguns não acharam a atividade tão simples.
A tarefa de classe era encontrar a própria residência utilizando o Google Earth. Para Paulo Henrique Batista, 9 anos, os primeiros contatos com a geotecnologia foram difíceis. Aos poucos, ele descobriu como manusear a ferramenta e, por fim, visualizou a rua onde mora. O jovem repetiu a atividade em casa. Com o auxílio de sua mãe, o aluno encontrou o posto de saúde, a escola onde estuda e outros locais do bairro. Hoje, faz as suas buscas sozinho.
José Gilberto Jardine, chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Territorial, acredita que o nível de aprendizagem e fixação de conteúdo é muito maior quando os alunos vivenciam uma pesquisa.
Plataforma aberta
Um novo acordo de cooperação entre a Embrapa Territorial e a Prefeitura de Campinas foi assinado em agosto deste ano. Pelo documento, a partir de 2019, os trabalhos desenvolvidos no âmbito do Pesco serão reunidos e divulgados em uma plataforma aberta ao público. “Com isso, outras escolas da região poderão conhecer e se inspirar nos trabalhos realizados pela rede municipal de ensino, pois a versão digital do GeoAtlas está disponível para acesso gratuito na internet”, disse Cristina Criscuolo. Além de proporcionar um canal de divulgação das experiências obtidas com o Pesco, o acordo também prevê ações de fortalecimento do uso do GeoAtlas no Programa.
Sala Embrapa
Durante o Fórum, os jovens também puderam visitar a Sala Embrapa. No local, foram disponibilizados desenhos para colorir, vídeos da Embrapa e a amostra “Campinas Vertical”, com imagens aéreas de locais importantes da cidade.
Confira imagens do evento na galeria de fotos.
Alan Rodrigues (MTb JP/CE 2625)
Embrapa Territorial
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