16/11/18 |   Agricultura familiar  Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação  Produção animal  Segurança alimentar, nutrição e saúde  Transferência de Tecnologia

Dia de Campo do Leite apresentou cinco estações técnicas para qualificar a produção leiteira

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Foto: Paulo Lanzetta

Paulo Lanzetta - Estação técnica sobre silagem do capim elefante trouxe interesse pelos participantes por ser indicada como alternativa de alimentação nos períodos de vazios de pastagens, destacando as características da BRS Kurumi e BRS Capiaçu,

Estação técnica sobre silagem do capim elefante trouxe interesse pelos participantes por ser indicada como alternativa de alimentação nos períodos de vazios de pastagens, destacando as características da BRS Kurumi e BRS Capiaçu,

A parceria da pesquisa, do público presente e de empresas comerciais fizeram a diferença nesta 7ª edição.

Durante toda a terça-feira, 13 de novembro, a Embrapa Clima Temperado recebeu estudantes, professores, produtores de leite e técnicos de diversos municípios da região sul do Estado para ver na prática recomendações da pesquisa na produção leiteira. O 7º Dia de Campo do Leite, evento tradicional, contou com parceiros na área de mudas forrageiras e equipamentos a serem apresentados e comercializados durante o evento.

A atividade contou com cinco estações técnicas. A Vitrine de forrageiras apresentou as opções de forrageiras desenvolvidas pela Embrapa,  a  necessidade de seu planejamento para evitar os períodos de vazios forrageiros no campo ( qual a demanda de comida necessária aos animais, quais plantas devem ser utilizadas para proporcionar melhor rendimento durante todo o ano, qual a época de produção ideal de cada forrageira). Também foram apresentadas as vantagens de utilização da régua de manejo forrageiro, a BRS Sul, a multiplicação de mudas, fertilização e análise de solo e ressemeadura das espécies anuais.

A estação dedicada a Silagem do Capim Elefante foi indicada como alternativa de alimentação nos períodos de vazios de pastagens, destacando as características da BRS Kurumi e BRS Capiaçu, sua produção, silagem e o uso de inoculantes na ensilagem dessas espécies forrageiras. "Uma das vantagens do Capim Elefante é o preço, pois apesar de apresentar custo de implementação semelhante ao milho, o capim possui maior janela de corte - com até quatro cortes por ano- e com isso rende mais através de um menor custo de produção", disse o pesquisador Jorge Schafhauser. Foram mostrados ainda os seus elevados níveis de nutrientes como proteína, obtendo significativo desempenho produtivos dos animais  ao receberem essa base alimentar.

Reconhecer e evitar os riscos são práticas essenciais para a produção leiteira. Esta abordagem foi tratada na estação da Segurança do Leite, onde foram mostrados a saúde única na cadeia e os seus principais perigos relacionados à saúde do leite e quais soluções que podem ser praticadas para evitá-los. Os perigos abordados na estação foram: perigos químicos (como medicamentos, resíduos e ferrugens) que podem ser evitados respeitando, por exemplo, com avaliação médica veterinária regular e respeito ao período de carência dos animais na vacinação; além disso, o produtor deve estar atento aos cuidados com os produtos de limpeza utilizados na produção que devem ser específicos para o uso no local. Já o perigo biológico foi destacado pela presença de microrganismo e pode ser evitado pela higienização e pasteurização do leite. Enquanto que o perigo físico (resíduos e pêlos dos animais) pode ser evitado com manutenção periódica de ordenha. As Boas Práticas Agropecuárias (BPAs) foram lembradas para contribuir com toda a cadeia produtiva.

A estação que tratou da Biossegurança e Sáude Única destacou a necessidade de cuidados que garantam a saúde animal, a humana e o meio ambiente ao falar das principais doenças do homem rural adquiridas pelo trabalho. Foram apresentados os ciclos epidemiológicos de transmissão da raiva, brucelose, leptospirose e tuberculose. Em cada uma dessas zoonoses foram  identificados os agentes causadores e suas formas de prevenção, realizando recomendações especiais para integridade do homem, do rebanho leiteiro e do produto-leite. "O Rio Grande do Sul resgistra cerca de 1% de casos de tuberculose e 0,5% de casos de brucelose em bovinos de leit", informou a pesquisadora Lígia Pegoraro.

O último tema abordado no Dia de Campo foi o Uso da água nas unidades de produção de leite. Segundo a pesquisadora Lilian Winckler a disponibilidade da água é importante em dois aspectos: a quantidade e a qualidade oferecida. "A água deve ser potável e a colocação dos bebedouros próximos da sala de ordenha, áreas de descanso, piquetes ou nos pastos, tem proporcionado ganhos em torno de 5% na produção de leite", diz Winckler. Além disso, foi destacado que a água oferecida aos animais deve ser de qualidade, mas também àquela destinada à limpeza das instalações. Á agua também é um recurso para manter a sanidade do rebanho leiteiro."Os bovinos  dão preferência por beberem água em bebedouros, em comparação ao açude, apresentando mais de 29% de ganho de peso diário.

Para o professor da Escola Técnica Estadual de Canguçu (ETEC) , Antônio Maia, o dia de campo é uma oportunidade para que ele possa se atualizar sobre os assuntos relacionados à cadeia do leite, ele conta que a Embrapa é utilizada como referência em suas aulas: “sempre procuro trazer os alunos para o Dia de Campo da Embrapa porque é importante para aproximar o aluno e mostrar na prática o que é visto em aula”, disse Maia.

"Achei o Dia de Campo do Leite interessante principalmente às estações sobre Segurança do Leite porque a gente não se dá conta de alguns detalhes que passam despercebidos", disse o o estudante da ETEC, André Piske.

Exposição de produtos da Embrapa e parceiros
Nesta edição duas empresas parceiras - uma na produção de mudas de forrageiras e batata-doce, a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra); e a outra, em utensílio para manejo de pastagens, a Polite-Polímeros e Tecnologia - que desenvolvem tecnologias em conjunto com a Unidade de pesquisas, vieram demonstrar o uso dos produtos da pesquisa agropecuária junto ao público de interesse.

A representante do Departamento Agroflorestal da Afubra, Kátia Luiza, trouxe mudas para serem comercializadas. As forrageiras da Embrapa apresentadas foram BRS Capiaçu, BRS Kurumi e também mudas de batata-doce BRS Cuia, BRS Rubissol e BRS Amélia.

O representante da Polite, Alecsey Fernandes, apresentou a régua de manejo de pastagens, a BRS Sul, numa segunda versão, que atende especificamente as pastagens desenvolvidas na região Sul. " Viemos trazer a régua para que o produtor ao receber as recomendações do Dia de Campo na estração sobre o manejo de pastagens, já possa sair daqui com o utensílio. Pois, a maioria dos produtores usavam o olho ou a perna como medição, imprecisa, da entrada e saída da pastagem", explica Fernandes. A pesquisa indica que há um aumento de produtividade ao usar a régua em torno de  duas arroubas/hectare/ano.

Ato de abertura do Dia de Campo
O 7º Dia de Campo do Leite  contou com um ato de abertura feito pelo coordenador Rogério Dereti que falou ao público da necessidade do exercício da parceria, da troca de conhecimento e da solidariedade. O chefe-geral, Clenio Pillon, exaltou o trabalho feito pela equipe de pesquisa do Leite e da participação do público presente em buscar em conjunto a qualificação da produção leiteira para a região Sul do Estado. Participou também deste momento o presidente da Associação das Pequenas Indústrias de Laticínios do RS (Apil), Wlademir Dall Bosco, além de pesquisadores, professores de escolas técnicas e universidades, produtores rurais e extensionistas.

As caravanas presentes representaram os municípios de Arroio Grande, Canguçu, Morro Rendo, Pelotas, Santa Cruz do Sul, Santa Vitória do Palmar e São Lourenço do Sul.

Cristiane Betemps e a colaboração de Thais Boa Nova (MTb 7418/RS)
Embrapa Clima Temperado

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