21/11/18 |   Produção animal

Reconhecimento da manta de Petrolina como patrimônio cultural é debatido na Câmara de Vereadores

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Foto: Gilberto Pires

Gilberto Pires -

A manta caprina e ovina é o resultado de uma técnica de corte amadurecida há várias gerações e resulta numa carne macia, desossada e típica do Vale do São Francisco. A demanda por seu consumo a destaca como um dos produtos mais emblemáticos da cadeia produtiva desses animais na região, inclusive por aspectos históricos, culturais e socioeconômicos. Ela também se constitui como uma das principais fontes de renda dos produtores, por isso a importância de ser reconhecida como patrimônio cultural do município. A proposta, que busca a valorização do produto, foi apresentada por membros de um grupo de estudos interinstitucional à Câmara de Vereadores de Petrolina, na sessão de terça-feira (22).

A ideia de debater e submeter o projeto aos parlamentares é consequência de discussões dos membros da equipe, que perceberam a importância do devido reconhecimento para a manta caprina e ovina. O grupo conta com a colaboração da Embrapa Semiárido e de outras entidades, além da participação de representantes de associações e produtores da região. O chefe geral da Embrapa Semiárido, Pedro Gama, o pesquisador da empresa, Tadeu Voltolini, o pesquisador aposentado e veterinário, Clovis Guimarães Filho, e produtor rural Imanoel de Souza representaram a equipe durante a sessão.
 
Na tribuna, Tadeu Voltolini reforçou que o reconhecimento pode desenvolver ainda mais a rede que envolve a manta, favorecendo produtores, comerciantes e consumidores. "Temos um produto que faz parte da nossa cultura com potencial muito grande de geração de oportunidades para impulsionar o comércio local, e que pode ser atrelado ao turismo gastronômico", destacou.
  
De acordo com Tadeu, o reconhecimento deste produto agrega valor e o diferencia. "O município, trabalhando para a certificação da manta como patrimônio cultural, fortalece o produto e abre portas no mercado nacional e internacional de carnes", pontua.
 
O chefe geral da Embrapa Semiárido, Pedro Gama, destacou o papel da empresa no desenvolvimento rural da região. Para ele, a valorização da manta favorece toda a cadeia produtiva. "A produção animal, principalmente a caprinovinocultura, é muito forte aqui e temos uma grande oportunidade de agregar valor ao produto. Esse é o ponto de partida para fomentar ainda mais a atividade, que é artesanal e faz parte do contexto cultural e socioeconômico do Vale do São Francisco", ressaltou.
 
Outra ação proposta para o fortalecimento da marca da manta de Petrolina foi o planejamento para a defesa do registro de indicação geográfica, a fim de que o produto possa ganhar uma espécie de selo de qualidade e exclusividade. "O que propomos é criar um produto diferenciado, assim como acontece com a cachaça de Salinas e o queijo da Serra da Canastra, por exemplo", destaca Tadeu.
 
A proposta do grupo interinstitucional obteve boa repercussão. Os parlamentares presentes durante a sessão deram retorno positivo sobre as proposições por virem no projeto mais uma chance de dar destque a Petrolina no cenário nacional, além da fruticultura irrigada e dos vinhos. Para a vereadora Maria Helena, a certificação e a aprovação da lei que reconhece a manta como patrimônio da cidade "vai trazer imensos benefícios do ponto de vista da qualificação do rebanho e também no aspecto econômico".

Parceria - O grupo de estudos interinstitucional sobre a manta caprina e ovina da região envolve representantes da Embrapa Semiárido, da Universidade do Vale do São Francisco (Univasf), do Instituto Federal - Sertão Pernambucano (IF Sertão), da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), do Instituto Nacional do Semiárido (INSA), da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado do Estado de Pernambuco (Adagro), do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), da Vigilância Sanitária, do Sebrae e de associações de criadores e produtores locais.

Giullian Rodrigues (Colaboradora)
Embrapa Semiárido

Marcelino Riberiro (MTb 1127/Ba)
Embrapa Semiárido

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