Reunião Nacional e Encontro Estadual de Olivicultura mostra panorama da cultura no país
Reunião Nacional e Encontro Estadual de Olivicultura mostra panorama da cultura no país
Foto: Paulo Lanzetta
Um publico de 185 participantes estão envolvidos em discussões que tratam de avanços para a cadeia produtiva.Várias atividades serão realizadas em curto prazo pelo Ministério da Agricultura e instituições parceiras.
Durante dois dias o auditório da Embrapa Clima Temperado (Pelotas,RS) sedia a realização da 3ª Reunião Técnica Nacional e o 3º Encontro Estadual de Olivicultura para discutir os principais temas que precisam avançar no setor e apresentar o que já foi desenvolvido pela cadeia produtiva ao longo do crescimento da cultura no país. O primeiro dia de evento (28/11) foi focado num panorama sobre o desenvolvimento da olivicultura brasileira; já o segundo, tratou de abordar os problemas fitossanitários, uma das questões preocupantes para a cultura.
A cerimônia de abertura ficou ao cargo do presidente da Ibraoliva, Eudes Marchetti e do chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Clima Temperado, Jair Nachtigal, em suas falas eles demonstraram otimismo e expectativa para os dois dias, destacando a importância do aumento da escala do conhecimento e de troca de experiências, pois ainda há muito para aprender, trabalhar e crescer no campo da olivicultura brasileira.
Painel sobre a situação atual da olivicultura
Com objetivo de unir conhecimentos e consolidar a cadeia da olivicultura o painel do primeiro dia da programação Situação da Olivicultura no Brasil apresentou o desenvolvimento da cultura em diferentes estados do Brasil. O consultor Nílton Caetano (ASSOLIVE) falou sobre as atividades desenvolvidas pelo estado de Minas Gerais; a pesquisadora Edna Bertoncini (APTA/SP – SAA) pelo estado de São Paulo; o pesquisador Eduardo Brugnara (EPAGRI) pelo estado de Santa Catarina; e o estado do Rio Grande do Sul ficou ao cargo de Paulo Lipp João, coordenador SEAPI/RS – Pró-Oliva.
Para Paulo Lipp João a produção de oliveiras está aumentando a cada ano. " E o mais importante é a qualidade do produto dos olivais. O azeite produzido na região e no Brasil é muito bom", disse João. Segundo ele a cadeia da olivicultura vem avançando, mas há necessidade de reunir mais informação e realizar mais pesquisas para que os produtores, empreendedores, agroindústrias encontrem os melhores caminhos e técnicas para consolidar a cultura no país.
Entre os assuntos apontados pelos palestrantes estavam as variedades mais plantadas, sendo a cultivar Arbequina predominante em todos os estados; os desafios enfrentados em cada região, como as principais pragas e doenças, a qualidade do solo e os elementos climáticos que envolvem a produção da cultura (altitude, temperatura e quantidade de chuvas).
Ações de Comissão Permanente da Olivicultura Brasileira
Um dos assuntos discutidos durante a 3ª Reunião Técnica Nacional e 3º Encontro Estadual de Olivicultura são as ações da Comissão Permanente da Olivicultura Brasileira, em uma palestra ministrada pelo coordenador da Comissão, Luis Gustavo Asp Pacheco. A comissão foi instituída em 2015, é vinculada ao Departamento de Desenvolvimento de Cadeias Produtivas (Depros), da Secretaria de Mobilidade Social, do Produtor Rural e do Cooperativismo (SMC) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). E tem como objetivo promover o desenvolvimento da olivicultura nos aspectos sociais, tecnológicos, econômicos e ambientais.
Na oportunidade, Pacheco ressaltou a importância de promover a olivicultura nacional através da atuação conjunta entre os diversos setores, abrindo a possibilidade de acesso a mercados diferenciados e o uso de denominação de origem; juntar esforços para aumentar a renda do produtor e a produtividade utilizando boas práticas agrícolas; governança da cadeia produtiva promovendo ações cooperadas, realizando diagnósticos e estudos disponibilizados para todos os produtores; promover o desenvolvimento sustentável através de financiamentos e normatização de boas práticas agropecuárias; inovação tecnológica e fomento a iniciativas que visam a competitividade e a produtividade; Criação de uma rede de assistência técnica e extensão rural própria através de programas e projetos.
Além disso, também foram apresentadas as ações encaminhadas ao MAPA e que pretendem ser realizadas em curto prazo, são elas:
Normas de produção de mudas de oliveiras- Envio de um documento que pede a elaboração de normas específicas para a produção das mudas de oliveira, a fim de cadastrar e valorizar viveiristas com mudas sadias e impedir entrada de doenças.
Normas de produção integrada da oliveira- Está sendo desenvolvido na Embrapa Clima Temperado um projeto de produção integrada que utilize uma produção sustentável, eficiente na aplicação de recursos naturais e regulação de mecanismos para a substituição de insumos poluentes.
Registro de agrotóxicos para oliveira-Tem como objetivo aumentar o número de fungicidas e inseticidas liberados para a cultura da oliveira, atualmente, apenas três agrotóxicos estão liberados para a cultura. Esse processo consiste em adequar inseticidas de outras culturas com biologia parecida para o uso nas oliveiras.
Vigilância fitossanitária e doenças vasculares- Busca publicar os padrões de identidade e qualidade e incluir os padrões fitossanitários. Utilizar estudos existentes para gerar estudos, justificando a importância econômica da ocorrência do patógeno e listando as justificativas técnicas.
Zoneamento edafoclimático- O zoneamento edafoclimático se obtém pela integração do zoneamento agroclimático com o zoneamento edáfico, um estudo realizado pela Embrapa Clima Temperado. Tem como objetivo identificar as melhores épocas de plantio em cada município, para minimizar riscos relacionados a fenômenos climáticos.
Cadastro da produção oleícola brasileira- Está sendo desenvolvido por estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) um aplicativo com informações sobre o cultivo de oliveiras, com o objetivo de conectar todos os produtores e fortalecer o setor. Assim, se simplificará o processo de cadastro do azeite como um produto nacional.
Também foram ressaltadas outras ações que visam fomentar a cultura, como a realização do I Workshop Brasileiro de Olivicultura, o apoio à I Prova Nacional de Azeites de Oliva Extra Virgem, a regulamentação das Normas de Produção Integrada da Olivicultura e a criação de um Cadastro Oleícola Nacional.
Pacheco destacou os desafios que a olivicultura precisa enfrentar para se tornar uma cultura forte e reconhecida. Entre esses está a falta da tradição do cultivo da oliveira, a ausência de variedades adaptadas ao clima frio, a carência de pesquisas, os desafios da comercialização, a falta de uma legislação, falta de incentivo financeiro para que os produtores possam investir na produção, e o principal deles, conscientizar o consumidor de que o produto produzido na região é de melhor qualidade e possui característica extra virgem.
Colaboração Catarine Thiel e Thais Boa Nova
Embrapa Clima Temperado
Contatos para a imprensa
clima-temperado.imprensa@embrapa.br
Telefone: (053) 3275-8113
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/