Parceiros investiram em P&D e originaram o espaço de resgate de sementes Promover a biodiversidade e resgatar espécies nativas de plantas é o principal objetivo da Casa de Sementes Maneco Portantiollo. A Casa foi inaugurada no dia 6 de dezembro, durante o 13º Dia de Campo da Agroecologia, na Estação Experimental Cascata, base física da Embrapa Clima Temperado, em Pelotas. A estação é a única no país a concentrar trabalhos de pesquisa voltados à Agricultura Familiar e aos sistemas produtivos agroecológicos ou de base ecológica. A criação desta Casa surge como um reforço no armazenamento de sementes, com o aporte financeiro de parceiros como a Companhia Riograndenese de Saneamento (CORSAN), a ENEL e o CNPq. A Casa de Sementes leva o nome de Maneco Portantiollo, uma homenagem ao agricultor que contribuiu com a Embrapa recolhendo e fornecendo sementes crioulas e plantas nativas. Além disso, Maneco foi parceiro também das universidades e participou de diversas entidades. Era uma pessoa ligada a agroecologia, e dedicou sua vida a preservação da natureza. Maneco faleceu em agosto de 2017, e deixou como legado o seu amor a terra e a preservação. A filha de Maneco, Cândida Portantiollo, se emociona pelo reconhecimento feito pela Embrapa ao seu pai. “Para mim e para família a inauguração dessa Casa significa o reconhecimento ao trabalho do meu pai, que começou com a agroecologia em um tempo em que não se falava disso. Ele foi um pioneiro, e hoje, está dando frutos”, fala Portantiollo. A Casa de Sementes A Casa é voltada para a agricultura familiar e está aberta a todos os agricultores. O objetivo é armazenar sementes, melhorá-las e disponibilizar para que os agricultores possam plantar a continuar multiplicando espécies nativas. Assim, será possível preencher as lacunas formadas pelas mais diversas atividades agrícolas e outros processos que degradam o meio ambiente e colocam em extinção espécies nativas. Segundo o coordenador técnico da Estação Experimental Cascata (EEC), Carlos Alberto Medeiros, sempre existiu uma carência de pessoas que organizassem a reprodução de mudas de espécies nativas. “O objetivo da Casa de Sementes é coletar várias sementes diferentes de espécies nativas da região, fazer um trabalho de melhoria dessas sementes, e produzir mudas que vão ser disponibilizadas para os agricultores numa forma de aumentar essa diversidade de plantas nativas da região”, destaca Medeiros. A inauguração desse espaço expressa a atenção da Embrapa com a preservação de plantas nativas que hoje se encontram extintas, e o reconhecimento aos agricultores familiares que ajudam a empresa em suas pesquisas agropecuárias. O apoio da parceria A concretização para o surgimento da Casa de Sementes Maneco Portantiollo somente foi possível pela parceria existente entre a Embrapa e outras empresas, que se disponibilizaram com recursos financeiros investidos em pesquisa agropecuária. A CORSAN fez sua contribuição através de recursos aplicados ao projeto de cortinamento vegetal. A ENEL investiu sua colaboração no projeto da Rede de Restauração e o CNPq destinou recursos para o projeto Nexu Pampa. Os parceiros destinaram cerca de 150 mil reais para estas ações. A inauguração No local de funcionamento da Casa de Sementes foi feito o descerramento de uma placa que identifica o espaço. O ato foi feito pela presença do chefe-geral da Unidade de pesquisas, Clenio Pillon, o coordenador técnico da EEC, Carlos Alberto Medeiros, o gestor do Departamento de Novos Negócios e Inovação da CORSAN, Sérgio Pereira, a filha de Maneco Portantiollo - que leva o nome da Casa -, Cândida Portantiollo, e do pesquisador envolvido nos projetos de pesquisa vinculados as atividades da Casa Adalberto Miúra.