Embrapa e Sepror articulam parcerias para implantar capacitações do Balde Cheio no AM
Embrapa e Sepror articulam parcerias para implantar capacitações do Balde Cheio no AM
A Embrapa Amazônia Ocidental está realizando ações junto à Secretaria de Produção Rural do Amazonas (Sepror) para articulação de parcerias que viabilizem a implantação de capacitações do projeto Balde Cheio para apoiar a produção leiteira em municípios do estado.
Com resultados e impactos positivos em vários estados brasileiros, o Balde Cheio consiste em uma metodologia de transferência de tecnologias, que realiza a capacitação continuada de profissionais da assistência técnica, extensão rural e pecuaristas em técnicas, práticas e processos agrícolas, zootécnicos, gerenciais e ambientais, voltadas para promover o desenvolvimento sustentável da pecuária leiteira, proporcionando renda e qualidade de vida às famílias de produtores rurais.
Para viabilizar a consolidação de um arranjo de parcerias locais que viabilizem a implantação efetiva do projeto no Amazonas, gestores e técnicos da Secretaria de Produção Rural do estado do Amazonas (Sepror), do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal do Amazonas (Idam), da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do estado do Amazonas e da Federação de Agricultura do estado do Amazonas (Faea) discutiram o assunto junto a equipes da Embrapa Amazônia Ocidental (AM) e Embrapa Pecuária Sudeste (SP), em reunião dia 11 deste mês, no auditório do Idam, em Manaus.
Na ocasião, gestores e técnicos do sistema Sepror manifestaram o compromisso de viabilizar os meios para implementação das capacitações do Balde Cheio em municípios do Amazonas, nos próximos meses. Os participantes discutiram meios para articular o arranjo envolvendo Embrapa, produtores, parceiros, o sistema Sepror e o órgão de extensão rural do estado, que é o Idam.
Na programação, o chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Pecuária Sudeste (SP), André Novo, que integra a coordenação nacional do projeto Balde Cheio, apresentou informações sobre como funciona a metodologia de capacitação continuada, qual o papel de cada ator no processo, exemplos de tecnologias adotadas, desafios, resultados e impactos positivos obtidos pelo projeto em várias regiões do País. O técnico autônomo que atua no Balde Cheio em Rondônia, Marcelo Castro, também apresentou experiências com o projeto nas propriedades onde atua.
O secretário-adjunto de Políticas Agropecuárias e Florestais do Estado do Amazonas (Seapaf), Fernando Vieira, comentou que o programa Balde Cheio vem ao encontro da necessidade de fortalecer a atividade de pecuária leiteira em municípios do Amazonas, inclusive para melhorar as condições de sanidade dos produtos lácteos, aumentar a produtividade para atender o mercado local, bem como promover o desenvolvimento do interior gerando renda para as famílias.
O diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural do Idam, Airton Schneider, afirmou que as informações apresentadas pela coordenação nacional do Balde Cheio foram valorosas e o Idam assume o compromisso de que serão dados os próximos passos para viabilizar junto à Embrapa os meios administrativos para implementação da metodologia de capacitação continuada e espera que em 2019 possa avançar para a implantação das capacitações no Amazonas.
Como funciona a capacitação continuada na metodologia Balde Cheio - Um instrutor treinado pelo programa Balde Cheio e acompanhado pela Embrapa realiza a capacitação de técnicos de extensão rural que, por sua vez prestam a assistência técnica ao produtor pecuarista, orientando em ações para melhorar a produção leiteira em sua propriedade, com base em fundamentos de produção intensiva e sustentável.
As capacitações acontecem em propriedade produtora de leite, de base familiar, usada como “sala de aula prática”, onde serão analisados os desafios e colocadas em prática as orientações e tecnologias, adaptadas à realidade de cada produtor, seus objetivos e características de sua propriedade e região. As tarefas a serem executadas na propriedade leiteira são combinadas entre instrutores, técnicos e produtores, mas quem decide o ritmo é o produtor.
O instrutor realiza visitas de orientação e monitoramento das ações do técnico que está sendo capacitado na propriedade “sala de aula” a cada três meses e durante, pelo menos, quatro anos. As orientações envolvem manejo intensivo de pastagens, manejo reprodutivo, manejo sanitário, balanceamento de dieta, gestão da propriedade, dentre outros temas relacionados a fatores produtivos na atividade leiteira.
Podem ser capacitados técnicos de extensão rural que tenham interesse em comum com os objetivos do Balde Cheio, e podem ser tanto profissionais autônomos, de prefeituras, de cooperativas ou associações de produtores, ou de órgãos de extensão rural públicos e privados.
Para participar do projeto, tanto como “sala de aula”, quanto como propriedade assistida, o produtor deve obrigatoriamente realizar exame de Brucelose e Tuberculose nos animais, permitir visitas à propriedade, realizar as atividades propostas pelo técnico responsável e registrar os dados econômicos, climáticos e zootécnicos. Estes dados são fundamentais para a tomada de decisão e priorização de tarefas a serem realizadas. As propriedades que se transformam em salas de aula são monitoradas quanto aos impactos ambientais, econômicos e sociais no sistema de produção.
Não há necessidade de disponibilidade imediata de capital para que o produtor ingresse no projeto. Prioritariamente os recursos de investimento necessários devem ser levantados dentro da propriedade, portanto, os produtores não são pressionados a buscar linhas de crédito. Todas as ações definidas respeitam sua capacidade de investimento e o prazo em que deseja atingir os objetivos estabelecidos.
O Balde Cheio, criado há 20 anos pela Embrapa Pecuária Sudeste, tornou-se um projeto em rede nacional no qual participam 18 Unidades da Embrapa. Atualmente, está presente em cerca de 400 municípios de 10 estados brasileiros, com superação de desafios e alcance de aumento de produtividade e rentabilidade em propriedades leiteiras de diversos tamanhos e características.
Síglia Souza (Mtb 66-AM)
Embrapa Amazônia Ocidental
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