Pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna,SP) e da Universidade do Vale do Itajaí – Univali realizaram nos dias 11 e 12 de fevereiro, a segunda campanha de coleta de amostras da Coordenação Regional do Atlântico Sul da Rede Nacional de Pesquisa e Monitoramento Ambiental da Aquicultura. A equipe de cientistas coletou uma série de amostras em ambiente marinho para a realização de análise físico-química da água, classificação de organismos bentônicos e parâmetros inorgânicos no sedimento, além da determinação dos fluxos de gases do efeito estufa (GEE) em áreas de criação de ostras e mexilhões no Parque Aquícola da Enseada do Itapocoroy, em Penha-SC. A primeira coleta aconteceu em outubro de 2018. A campanha será finalizada com amostragem na baía Sul de Florianópolis, no Parque Aquícola do Ribeirão da Ilha e no Parque Aquícola da Palhoça. Os resultados obtidos nesta campanha serão comparados com os dados obtidos na campanha finalizada no ano passado. Tanto as ações de coleta de amostras quanto o apoio à estruturação regional da Rede estão ocorrendo no âmbito do projeto BRS-Aqua, mais especificamente no Projeto Componente de Manejo e Gestão Ambiental da Aquicultura. O projeto de monitoramento e Gestão ambiental lida com as questões relacionadas ao aquecimento global e à sustentabilidade, que prevê esse tipo de ação, ou seja, de monitorar a liberação dos gases de efeito estufa na piscicultura. Também é responsável pela análise da relação da produção em tanques rede, suas emissões de gases de efeito estufa e a qualidade da água. O acompanhamento das variáveis físicas, químicas e biológicas de sedimentos e da água, incluindo contaminação do solo e tratamento de efluentes gerados pela produção de peixes também fazem parte do escopo. O BRS Aqua – “Ações estruturantes e inovação para o fortalecimento das cadeias produtivas da aquicultura no Brasil, ” é o maior projeto de pesquisa em aquicultura já realizado no Brasil reúne ações de pesquisa e de transferência de tecnologia que envolve mais de 20 Unidades da Embrapa, cerca de 270 empregados da empresa e recursos financeiros de diferentes fontes. Conta ainda com dezenas de parceiros públicos e de empresas privadas. Monitoramento ambiental da produção maricultura O cultivo de moluscos marinhos possui representatividade no Brasil por meio da produção de mexilhões e ostras. Santa Catarina é o estado que possui a maior produção em ambientes controlados, 90% da produção nacional. O estado possui condições oceanográficas favoráveis ao cultivo de moluscos, graças a existência de áreas protegidas por baías, enseadas e estuários e da boa qualidade da água. Conforme explicou o bolsista de Desenvolvimento Tecnológico e Industrial (DTI-A do CNPq), vinculado à Embrapa Meio Ambiente e ao projeto BRS Aqua, Marcelo Gomes da Silva “é preciso monitorar as emissões desse tipo de atividade até para basear o mercado, mas é importante ressaltar que corpos d’água são emissores naturais de GEE. O que buscamos entender é se a atividade de cultivos é capaz de agravar os níveis naturais de emissão ou se há alguma relação colaborativa, ou seja, se é capaz de fazer o consumo de parte desses gases. Isso tudo é revertido para a questão atual de mudanças climáticas, ” explicou. Conforme ressaltou a chefe adjunta de Transferência de Tecnologia da Embrapa Meio Ambiente, Ana Paula Packer, “ o estudo criterioso dos parâmetros nos dará o cenário real do impacto ambiental da atividade, se houver e, no futuro, poderemos calcular a pegada de carbono desse tipo de atividade de produção de proteína advindas da marinicultura e da piscicultura”.