19/02/19 |

Estratégias para inovar na agricultura

Informe múltiplos e-mails separados por vírgula.

Foto: Eugênia Ribeiro

Eugênia Ribeiro -

Com forte atuação na pré-produção, produção e pós-produção, a tecnologia da informação e comunicação avança e já melhora o perfil sócio econômico da agricultura familiar, que hoje representa 88% das propriedades rurais do Brasil. Cinquenta por cento delas estão no Nordeste. O tema foi o centro da palestra da pesquisadora Sílvia Massruhá, chefe-geral da Embrapa Informática Agropecuária, na abertura do Workshop Inovação Tecnológica e Desenvolvimento Social no Meio Rural, nos dias 30 e 31 de outubro de 2018, em Teresina.

Ela destacou o “papel estratégico” da tecnologia da informação e comunicação na agricultura moderna, citando a bioinformática e biologia computacional; a computação científica e automação; a modelagem agroambiental e geotecnologias; e sistemas de informação. Segundo a cientista, a presença efetiva da internet nas pequenas e grandes fazendas tem potencial “para incrementar ganhos financeiros de até 5 bilhões de reais” com o uso eficiente das tecnologias da informática.

Na área da fruticultura, Silvia Massruhá foi enfática ao mostrar a importância da inteligência artificial e dos sensores, que proporcionam  “detecção, localização e visão estéreo na estimação de volume e peso dos frutos; análise de variabilidade espacial e estimação de safra; monitoramento de pragas e deficiências nutricionais; e irrigação inteligente”.

A inovação e o mercado

No primeiro painel do evento, com o tema Inovação, Ciência e Tecnologia: como gerar inovação e valor para a sociedade?, o pesquisador Edvaldo Sagrilo, chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Meio-Norte, fez uma radiografia da agricultura no País na década de 1970; do vigor que o Brasil vem mantendo hoje com as exportações agrícolas; e os gargalos na infraestrutura que barram o avanço do processo de inovação.

Em detalhes, ele destacou que nos anos setenta a agricultura brasileira “tinha baixa produção e rendimentos; que a produção era concentrada no Sul e Sudeste; havia crises de abastecimento alimentar e pobreza rural; ausência de conhecimento em agricultura tropical e de políticas adequadas para o desenvolvimento agrícola”; e que o País era conhecido apenas como produtor de café e açúcar.

Hoje, de acordo com o pesquisador, o Brasil “é o maior exportador mundial” de produtos como soja, café, açúcar, suco de laranja, etanol, carne bovina, frango. E nessa condição esses produtos representam 25% do Produto Interno Bruto (PIB), 37% da mão-de-obra, 42% de todas as exportações e 63% do saldo comercial brasileiro.

Os gargalos de infraestrutura que impedem o País de promover ambientes com  mais  inovação tecnológica foram enumerados um a um por Sagrilo: “Estradas ruins, energia elétrica precária, falta de estrutura de armazenamento, falta de comunicação, pouco ou nenhum crédito rural, falta de assistência técnica ao pequeno produtor e resultados de pesquisas científicas que nem sempre chegam a quem mais precisam delas.

Tendências e potencialidades do Piauí

O trabalho pelo desenvolvimento agropecuário do Piauí, com esforços nos 224 municípios do Estado, divididos em 12 territórios, dominou o segundo painel do evento. A técnica Rejane Tavares, da Secretaria de Planejamento; e o empresário Tiago Patrício, representante da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico; detalharam as metas e ações.
Rejane Tavares revelou as desigualdades e as “grandes diferenças” entre os territórios quanto à arrecadação de ICMS, por exemplo. Segundo ela, o Território Entre Rios, formado por 31 municípios, com destaque para Teresina, José de Freitas , União e Palmeirais, “arrecada mais do que os 11 outros territórios juntos”.

Ao detalhar algumas ações, ela citou o trabalho permanente do Governo do Estado com as câmaras setoriais nos polos de desenvolvimento da fruticultura, suinocultura, piscicultura, leite e cajucultura.  Tavares disse que as estratégias  de desenvolvimento territorial fortalecem o “acesso ao crédito, a capacitação, a assistência técnica, a transferência de tecnologia, o apoio à comercialização de produtos e a implantação da infraestrutura de uso comum”.

O empresário Tiago Patrício falou das tendências e potencialidades do Piauí, com destaque para a visão pública e energias renováveis - solar e eólica - . Ele aprofundou o tema citando o potencial do cerrado piauiense, tendo “o algodão como principal cultura em relação ao mundo todo” devido às condições climáticas e da qualidade do produto. Patrício destacou também o extrativismo vegetal, com o babaçu e a carnaúba à frente, além do mel, a piscicultura e a fruticultura.

Fernando Sinimbu (654 MTb/PI)
Embrapa Meio-Norte

Contatos para a imprensa

Telefone: (86) 3198-0518

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

Encontre mais notícias sobre:

meio-norteagrocienciaagrociencia-meio-norte