Seminário debate relação entre agrobiodiversidade e segurança alimentar
05/08/15
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Segurança alimentar, nutrição e saúde Transferência de Tecnologia
Seminário debate relação entre agrobiodiversidade e segurança alimentar
Iniciou hoje (05), o V Seminário de Agrobiodiversidade e Segurança Alimentar, promovido pela Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS) em parceria com cerca de 30 instituições, de diferentes esferas. A abertura foi realizada nesta manhã, no auditório Aílton Raseira, e contou com a presença de cerca de 500 pessoas, entre estudantes, agricultores, quilombolas e indígenas. Além da fala das autoridades, houve ainda um momento de reconhecimento aos guardiões de sementes presentes, que foram apresentados à platéia e aplaudidos de pé.
Integraram a mesa de abertura, o chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, Clenio Pillon; o coordenador do evento e pesquisador, Irajá Antunes; o dirigente nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Frei Antônio Sérgio Görge; o reitor em exercício da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Althen Teixeira Filho; o diretor de políticas agrícolas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), João Marcelo Intini; o gerente adjunto da Emater\RS-Ascar, Ronaldo Maciel; e o delegado federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) no Rio Grande do Sul, Marcos Regelin.
Para o pesquisador e coordenador do evento, Irajá Antunes, a realização da quinta edição do seminário é uma conquista. "Este encontro é muito mais humano do que técnico. Esperamos que, com a continuidade, possamos fazer um mundo melhor", afirma, entusiasmado.
O chefe-geral, por sua vez, destacou que a Embrapa se preocupa com a qualidade de vida das pessoas e que é importante o fortalecimento daquilo que faz parte da nossa essência e do nosso futuro. "A semente é o começo e o fim da vida e traz consigo a ideia do cuidado. Por isso, a lógica da valorização dos guardiões de sementes, que são as pessoas que valorizam o papel e o simbolismo que a semente traz para nós", completa.
Por fim, o representante do MPA e liderança política regional, Frei Sérgio, destacou a importância de se ter uma instituição como a Embrapa Clima Temperado como parceira dos pequenos agricultores do Estado. "Esses guardiões são uma biblioteca viva de conhecimento e de suma importância para todos nós. Num momento tão delicado de crise que estamos vivendo no país, é uma gratificação ver este símbolo de defesa da biodiversidade carregar no bolso uma semente crioula e levar para a população, garantindo qualidade de vida para todos", ressalta.
O evento teve início com um debate sobre a relação das Políticas Públicas com as sementes crioulas, com a participação de representantes do MDA e da Conab. Além disso, houve diversas oficinas para o público presente, e a realização de dois painéis: "A propriedade rural e a biodiversidade" e "A relação do agricultor com o consumidor", onde, além de uma abordagem mais técnica, houve o relato de experiências de agricultores e entidades que se envolvem nesses processos.
Sementes crioulas
A conservação das sementes crioulas faz parte de uma campanha mundial, que busca soberania dos povos quanto à posse de suas sementes como estratégia de segurança alimentar. Essas sementes se destacam por serem livres de qualquer manipulação genética ou resíduos de agrotóxicos e, portanto, são consideradas mais "puras".
A utilização das sementes crioulas visa o resgate e o aumento da utilização da biodiversidade local na agricultura, principalmente familiar, em oposição ao processo extensivo da agricultura moderna – focado na uniformização das variedades e na utilização de um pequeno número de culturas com interesse comercial.
Para diversas culturas menos expressivas comercialmente, não há variedades melhoradas e recomendadas por instituições de pesquisa. Assim, as variedades crioulas passam a ser as únicas em condições de serem utilizadas por apresentarem ampla adaptação aos sistemas locais de produção.
A agricultura moderna está centrada em pequeno número de culturas de interesse, como arroz, soja, trigo, milho e batata. A utilização de variedades crioulas pode aumentar o número de culturas de interesse, diversificando os sistemas de produção e garantindo maior estabilidade para os agricultores.
Letícia Eloi Pinto (estagiária)
Embrapa Clima Temperado
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