A articulação entre agentes da Embrapa e representantes do setor canavieiro paraibano trouxe novas perspectivas de pesquisas e geração de tecnologias para a atividade no estado. Em 20 e 21 de março, agentes da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) realizaram reuniões e visitas de campo com os principais atores da cultura sucralcooleira da Paraíba. A convite do Sindicato da Indústria de Produção do Álcool da Paraíba (Sindalcool), o chefe-geral da Unidade da Embrapa Marcelo Fernandes e sua equipe, juntamente com representantes de usinas da Paraíba, do sindicato de Pernambuco, de fornecedores e da Associação dos Plantadores de Cana da paraíba (Asplan), visitaram duas unidades agroindustriais, e levantaram demandas por soluções tecnológicas para a atividade. O objetivo dos encontros nas duas usinas produtivas foi apresentar as prioridades de cada organização e tratar sobre o ordenamento de discussões com o time da Embrapa. As visitas a campo deram oportunidade a todos de verem de perto a realidade atual das usinas. Na quarta-feira (20), o encontro aconteceu na Miriri Alimentos e Bioenergia, em Santa Rita, na região metropolitana de João Pessoa. Os convidados foram recebidos e guiados na visita a campo pelo diretor presidente Gilvan Cavalcanti Morais. Na quinta (21) a Agroindustrial Tabu Novos Caminhos, localizada em Caaporã, Litoral Sul da Paraíba, recebeu os visitantes. Na ocasião, o diretor operacional da Tabu, Luiz Sales, destacou os desafios da produtividade e da pesquisa em cana. Fernandes foi acompanhado pelo chefe de Pesquisa da Embrapa Tabuleiros Costeiros, Ronaldo Resende, especialista em irrigação, e pela coordenadora e a pesquisadora da Unidade de Execução de Pesquisa de Rio Largo (AL), Walane Ivo e Tâmara Gomes, ambas especialistas em solos. Entre as principais demandas tecnológicas estão práticas de manejo que promovam melhor retenção de água, o acúmulo de matéria orgânica e conservação dos solos, por conta da característica arenosa dos Tabuleiros Costeiros paraibanos, bem como o aumento da eficiência do uso de fertilizantes e água na irrigação. Como principal encaminhamento da ação, o Sindalcool entregará em breve à Embrapa um documento detalhado formalizando as prioridades de soluções tecnológicas, e a Embrapa Tabuleiros Costeiros começará a construir propostas de pesquisas dentro do seu grupo de especialistas na atividade sucroenergética. Fernandes considerou os encontros muito proveitosos. “Para nós da Embrapa é fundamental essa interação direta com os produtores, trocando informações, ouvindo as demandas e conhecendo de perto a realidade e os problemas no campo”, afirmou. Para o presidente executivo do Sindalcool, Edmundo Barbosa, a visita da Embrapa foi muito positiva. “Desta vez, foi construída uma seleção de prioridades na pesquisa em cana para superarmos as limitações de produtividade”, afirmou. Pesquisa e transferência A Embrapa Tabuleiros Costeiros mantém em Rio Largo, na região metropolitana de Maceió, uma Unidade de Execução de Pesquisa (UEP) que conta com 27 empregados, entres os quais 12 pesquisadores, em sua maioria dedicados a pesquisas com cana-de-açúcar para o Nordeste. Também conduz pesquisas voltadas para geração e transferência de tecnologias para as culturas de gramíneas energéticas, como capim-elefante e variedades de cana-energia. Para a cultura da cana, as pesquisas, que contam com estreita parceria com o setor produtivo e entes de governo municipais e estadual, estão concentradas nas linhas de melhoramento genético visando à resistência à broca gigante e tolerância ao estresse hídrico, zoneamento da cultura e previsão da safra, manejo da irrigação, definição da pegada hídrica, manejo da adubação nitrogenada, desenvolvimento de métodos de controle biológico da broca gigante e outras pragas, aproveitamento de resíduos, colheita de cana crua, recomendação de níveis sustentáveis de palhada deixada no solo e alternativas de diversificação ao monocultivo por meio de plantio de grãos como soja e milho, entre outros. Pesquisadores e analistas da Unidade realizam com frequência visitas técnicas, dias de campo, cursos, treinamentos e palestras para produtores e multiplicadores da Cooperativa, além de intercâmbios internacionais de cooperação técnica para a cultura da cana. *Com informações da Ascom/Sindalcool.