Técnicos e multiplicadores da agricultura familiar em Goiás participam de capacitação em nutrição e alimentação de gado de leite
Técnicos e multiplicadores da agricultura familiar em Goiás participam de capacitação em nutrição e alimentação de gado de leite
Como parte das ações de transferência de tecnologia da Embrapa Arroz e Feijão, em parceria com a Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra Goiás) e da Zootec Nutrição Animal e Sementes, empresa de assistência técnica e extensão rural de Goiás, foi realizado, nos dias 3 e 4 de agosto, o treinamento em nutrição e alimentação de gado leiteiro, destinado a técnicos e multiplicadores da Agricultura Familiar no Estado.
A capacitação foi conduzida pelo pesquisador Leovegildo Lopes de Matos, do Núcleo Avançado de Apoio a Pesquisa e Transferência de Tecnologia da Embrapa Gado de Leite – regional Centro-Oeste, que apresentou aos participantes orientações e aspectos teóricos e práticos relacionados à nutrição e alimentação de gado de leite.
Boa parte do treinamento foi dedicado a temas específicos, como estratégias alimentares, manejo alimentar para vacas em lactação, bem como, o papel social da atividade leiteira e seus impactos sobre a economia local, regional e nacional.
Para Marcos Luz Vieira Junior, da Zootec Nutrição e Sementes, o treinamento foi de grande importância para preencherem as lacunas no conhecimento sobre produção de leite: "Regiões como Morrinhos, por exemplo, onde a pecuária leiteira é mais forte, pode servir de referência para outras, como São Miguel do Araguaia, ainda incipiente, que precisa de melhor estruturação e se fortalecer".
Foi pensando nestas estratégias de ações e articulações que a Embrapa Arroz e Feijão, por meio do Setor de Transferência para a Agricultura Familiar (STAF), articulou parceria com o Núcleo de Ater do Incra Goiás e com a Zootec buscando o fortalecimento da agricultura familiar no Estado. Juntamente com esses parceiros externos foram identificadas demandas para a realização de programas de capacitação e implantação de Unidades Demonstrativas de construção do conhecimento (UD's).
Além do treinamento em nutrição e alimentação, estão agendados outros treinamentos relacionados com a produção de leite, tais como: sanidade do rebanho, manejo de ordenha, qualidade do leite, reprodução, cruzamentos e destinação de resíduos, entre outras capacitações. Também estão previstas visitas a propriedades leiteiras em Porangatu, São Luiz do Norte, Goianésia e Palmeiras de Goiás e uma capacitação sobre manejo integrado de pragas (MIP).
Nutrição e alimentação animal
Para compreender um pouco mais sobre a importância da nutrição e alimentação animal para a produção de leite Leovegildo argumenta que as pastagens são fontes mais econômicas de alimentos para o gado de leite. E, considerando que grande parte do leite produzido no Brasil é proveniente de pequenas e médias propriedades, aqueles que utilizam pastagens são, sempre, as que apresentam os menores custos de produção e, portanto, maior competitividade no mercado nacional e internacional.
Neste sentido, o pesquisador considera que os pequenos e médios produtores devem explorar mais este tipo de produção e evitar o uso intensivo de insumos externos caros, principalmente de suplemento concentrado, para suprir demandas de animais ditos "geneticamente superiores", adquiridos a preços exorbitantes, mediante financiamentos impossíveis de serem amortizados. "Posteriormente, sofrem dos percalços da queda de produção de vacas, das falhas reprodutivas que, em muitos casos, podem levar à perda destes animais e dos problemas com fluxo de caixa. Todos esses fatores associados à volatilidade dos preços, pelas oscilações no mercado internacional e pelas mudanças nas taxas cambiais, resultam em custos de produção elevados e, com a grande competição por mão-de-obra, terra e infraestrutura, acabam por inviabilizar a atividade", observou.
Os benefícios, segundo o pesquisador da Embrapa, dentro deste sistema são imediatos, a começar pelo lado econômico, com drástica redução nos custos de produção e, além disso, os investimentos com instalações, especialmente aquelas destinadas ao abrigo de animais e maquinário, são menores quando se comparam sistemas a pasto com aqueles em confinamento.
Nos custos imputados ao leite, o item produção de alimentos e alimentação do rebanho é responsável por 40 a 60% de todos os custos efetivamente realizados pelo produtor e está inversamente proporcional à participação do pasto na dieta dos animais.
Assim, o produtor de leite deve ter como meta compatibilizar as demandas nutricionais dos animais com a qualidade da forragem em oferta. Essa estratégia, em função do elevadíssimo potencial produtivo das gramíneas tropicais, permite a obtenção de elevadas produções de leite por área trabalhada, em detrimento do desempenho individual das vacas, com uma carga animal muito superior ao que se poderia esperar das forrageiras de clima temperado de outros países.
Hélio Magalhães (4911 MTb/MG)
Embrapa Arroz e Feijão
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