Agrishow é vitrine de tecnologias da Embrapa
Agrishow é vitrine de tecnologias da Embrapa
Foto: Eliana Lima
A Agrishow é considerada uma das principais feiras de tecnologia agrícola do mundo.
A Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) participa, entre os dias 29 de abril e 3 de maio de 2019, da 26ª edição da Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação – Agrishow, em Ribeirão Preto, SP, levando algumas de suas principais tecnologias de incremento à agricultura sustentável.
AgroTag
Desenvolvido com o apoio da Rede ILPF, do Instituto de Pesquisas Eldorado e da Plataforma Multi-institucional de Monitoramento das Reduções de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Plataforma ABC), o aplicativo AgroTag, lançado em 2017, foi projetado para a coleta de dados e informações das propriedades que, uma vez processadas na base de operações, retornam aos diversos atores da cadeia produtiva ou interessados em agricultura de baixo carbono, em forma de informações estratégicas diretamente nos celulares ou tablets.
Trata-se de um aplicativo multitarefa dispondo de característica de operação orientada a objeto no levantamento e manipulação de dados geoespaciais para especialistas das áreas agrícola e ambiental, com o uso de formulários elaborados a partir dos protocolos customizados baseados em metodologias Embrapa.
A principal tarefa do AgroTag é dar sustentação à rede de monitoramento sistemático da adoção e qualificação de sistemas integrados de produção agropecuária no Brasil, como o ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta). Isso é feito por meio da organização de um amplo banco de dados agropecuário, oferecendo respostas aos diversos e novos desafios para a pesquisa agropecuária provenientes dos compromissos voluntários assumidos pelo Brasil no Plano ABC.
Para o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente e coordenador da Plataforma ABC, Celso Manzatto, a disseminação e adoção progressiva do uso dessa ferramenta colaborativa com diversas instituições e agricultores permitirá, incialmente, a identificação e qualificação dos sistemas ILPF, como estratégia para regionalização das ações de transferência de tecnologia da Rede ILPF, das estimativas de redução das emissões de gases de efeito estufa pela Agricultura de Baixa Emissão de Carbono e, em uma terceira etapa, a diferenciação e certificação de propriedades rurais e tecnologias que proporcionem a redução das emissões e sequestro de carbono no solo.
RenovaCalc e ACV
Lançada em 2018 e desenvolvida em parceria com o Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), Agroicone e Unicamp a RenovaCalc é uma ferramenta de funcionamento similar a uma calculadora, pela qual as empresas cadastradas no RenovaBio, interessadas em créditos de descarbonização (CBios), deverão detalhar parâmetros técnicos dos processos agrícolas e industriais da sua produção de biocombustíveis que geram emissões de carbono.
Para incentivar o aumento da produção nacional de biocombustíveis, o RenovaBio deve trazer uma vantagem competitiva para as empresas que apresentarem processos produtivos com menos emissão de carbono. Para este cálculo entra a RenovaCalc. A calculadora, disponibilizada em consulta pública pela ANP (Agência Nacional do Petróleo), a partir de maio de 2018, mede os índices de Intensidade de Carbono dos Combustíveis do Programa Renovabio por meio do levantamento de parâmetros técnicos junto ao produtor, calcula as emissões de gases de efeito estufa do ciclo de vida dos biocombustíveis, gerando um índice de desempenho em g CO2eq/MJ de biocombustível.
A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) tem sido utilizada por organizações para avaliarem a performance de seus produtos e o atendimento à atual demanda do mercado em termos de sustentabilidade, orientando os gestores nas tomadas de decisão. De acordo com a pesquisadora Marília Folegatti, que coordena o Grupo Técnico responsável pela elaboração do protocolo de desempenho ambiental dos biocombustíveis dentro do RenovaBio, “a ACV está se tornando um importante estímulo à melhoria dos processos produtivos agrícolas e agroindustriais para fins energéticos, com vistas à sustentabilidade ambiental”.
ACV é uma ferramenta para avaliação de impactos ambientais baseada na contabilidade de material e energia consumidos pelos processos produtivos e emitidos para o meio ambiente durante todo o ciclo de vida de um produto, desde a extração de recursos naturais, incluindo os processos de transformação, os processos de transporte e a fase de uso e disposição final do produto. “É uma metodologia com forte base científica e reconhecida internacionalmente, sendo padronizada pelas normas ISO 14040:2009 e 14044:2009”, salienta a pesquisadora.
Pulverização eletrostática
Com o objetivo de desenvolver sistemas revolucionários de pulverização eletrostática de baixo custo, acessíveis também ao pequeno produtor, a Embrapa desenvolve, desde a década de 90, tecnologias que aprimoram esse tipo de pulverização. Novas tecnologias de pulverização eletrostática foram patenteadas pela Embrapa e licenciadas para as empresas brasileiras para promoverem os aperfeiçoamentos necessários, visando à disponibilização ao mercado consumidor.
Em parceria com a empresa Magnojet, a Embrapa aprimorou um acessório de eletrificação de gotas para ser usado em pulverizadores costais comuns. A previsão é que o sistema hidráulico comum, quando convertido, agregue ao processo 30% a 60% de aumento de deposição nas plantas. A solução leva a tecnologia de pulverização eletrostática, até então dependente de altos investimentos, ao pequeno produtor rural.
Já o sistema de eletrificação de gotas por indução para pulverizadores tratorizados com turbina de ar, diferentemente dos sistemas eletrostáticos disponíveis no mercado, é indicado para culturas arbustivas e arbóreas, e foi desenvolvido pela Embrapa em parceria com a FM Copling de Araraquara, SP. Com um sistema de sensores que reconhece a planta alvo, o pulverizador possui um ventilador para induzir o ar e otimizar o fluxo de gotas eletricamente carregadas no interior da massa de folhas, proporcionando uma excelente cobertura e distribuição.
As tecnologias vão propiciar que produtores da agricultura familiar e fruticultores, respectivamente, tenham acesso à pulverização eletrostática para o controle fitossanitário de suas culturas. De acordo com o pesquisador Aldemir Chaim, idealizador das tecnologias, elas já foram testadas em diversas culturas, e se comprovou um aumento médio de 60% na deposição de calda nas plantas. “Uma melhor deposição reduz bastante a quantidade de calda aplicada, o que significa uma maior eficiência no controle das pragas”, salienta ele.
Agrodimensões (Ambitec-Agro e APOIA-NovoRural)
O Agrodimensões é um sistema de verificação e monitoramento do perfil socioambiental de propriedades agrícolas associado a mecanismos de comunicação com o consumidor. São métodos para auxiliar a avaliação de impactos em várias dimensões da sustentabilidade relacionadas ao trabalho no ambiente rural. As metodologias Ambitec-Agro e APOIA-NovoRural constituem parte fundamental nesse sistema.
Dois deles, o Ambitec-Agro e o APOIA-NovoRural compreendem procedimentos para a previsão, a análise e a mitigação dos efeitos ambientais de projetos, planos e políticas de desenvolvimento que impliquem em alteração da qualidade ambiental. De acordo com o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Geraldo Stachetti Rodrigues, idealizador dos sistemas, “o objetivo é prover uma avaliação simples, prática, rápida e de baixo custo dos impactos socioambientais de inovações tecnológicas e atividades rurais introduzidas em determinado sistema de produção, aplicável à avaliação multicritério de impactos socioambientais”.
O método Ambitec-Agro é um sistema de avaliação de impactos ambientais de inovações tecnológicas agropecuárias. Apresenta estrutura multicritério, pela qual observações de campo são pontuadas em 27 critérios e 148 indicadores de desempenho socioambiental. Consiste de um conjunto de matrizes multicritério que integram indicadores do desempenho de inovações tecnológicas e práticas de manejo adotadas na realização de atividades rurais em determinado empreendimento. São considerados sete aspectos essenciais de avaliação: uso de insumos e recursos, qualidade ambiental, respeito ao consumidor, emprego, renda, saúde e gestão e administração.
Já o método APOIA-NovoRural (Sistema de Avaliação Ponderada de Impacto Ambiental de Atividades do Novo Rural) é um sistema de indicadores voltados à avaliação de impactos para gestão ambiental de atividades rurais. Consiste de um conjunto de 62 indicadores de desempenho da atividade produtiva organizados em abordagem multi atributo, agrupados em cinco dimensões de sustentabilidade analisadas na escala de estabelecimentos rurais: ecologia da paisagem, qualidade ambiental (atmosfera, água e solo), valores econômicos, valores socioculturais e gestão e administração.
Os indicadores são obtidos em levantamentos de campo realizados com instrumental analítico e dados técnicos gerenciais dos estabelecimentos rurais, obtidos por meio de diálogos com o produtor rural ou responsável pelo estabelecimento e compõem os relatórios de gestão ambiental. Tem como foco avaliar o desempenho socioambiental de estabelecimentos rurais de acordo com determinados padrões de qualidade. De acordo com Rodrigues, “ele permite uma avaliação objetiva de qualidade ambiental e sustentabilidade das práticas de manejo em estabelecimentos rurais”.
“Os dados obtidos no campo e junto ao administrador do empreendimento são aplicados em matrizes de ponderação, nas quais são automaticamente transformados em índices de impacto e representados graficamente”, explica o pesquisador. Os resultados permitem averiguar quais práticas de manejo produzem maior impacto no desempenho das atividades testadas.
Os resultados da avaliação permitem também ao usuário averiguar quais impactos da tecnologia podem estar desconformes com seus objetivos de bem estar social. Ao tomador de decisões, possibilitam a indicação de medidas de fomento ou controle da adoção da tecnologia, segundo planos de desenvolvimento local sustentável e, finalmente, proporcionam uma unidade de medida objetiva de impacto, auxiliando na qualificação, seleção e transferência de tecnologias agropecuárias.
Serviço
26ª Agrishow – Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação
Data: 29 de abril a 3 de maio de 2019
Local: Rodovia Antônio Duarte Nogueira, Km 321 - Ribeirão Preto (SP)
Horário: das 8 às 18h
www.agrishow.com.br
Eliana Lima (MTb 22.047/SP)
Embrapa Meio Ambiente
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