Embrapa e Instituto Emater levam sementes de maracujá-roxo a agricultores do Paraná
Embrapa e Instituto Emater levam sementes de maracujá-roxo a agricultores do Paraná
A Embrapa, em parceria com o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Instituto Emater), realizou no fim do mês passado a primeira distribuição de lotes de sementes de maracujá-roxo para agricultores da região de Maringá, no Paraná. Em seguida, também receberam as sementes produtores das regiões norte e noroeste do Estado – e a iniciativa deverá ser expandida em breve para as regiões sul e litoral. A ação foi coordenada pelo pesquisador da Embrapa Agrobiologia Raul Castro Carriello Rosa, integrante de programa da Empresa para o melhoramento de Passifloras - gênero botânico do qual o maracujá faz parte – e pelo técnico do Instituto Emater Eduardo Augustinho dos Santos.
Bastante apreciado na Europa, o maracujá-roxo não é cultivado comercialmente no Brasil, sendo Colômbia, Quênia, Israel e África do Sul os principais países exportadores da fruta. “Não existem variedades registradas dessa espécie no Brasil. Por isso, a Embrapa está se dedicando à fixação de genótipos promissores para que seja possível um futuro lançamento de híbridos da espécie, com alta produtividade, estabilidade na produção, alta concentração de sólidos solúveis e baixa acidez, que são características exigidas pelos países compradores da comunidade europeia”, explica Raul.
As sementes do maracujá-roxo desenvolvidas pela Embrapa foram distribuídas para os produtores com dois objetivos: verificar a adaptação e o desenvolvimento da planta na região sul do País e analisar a viabilidade econômica a partir de sua inserção no mercado brasileiro. O trabalho está sendo feito em conjunto com o Instituto Federal do Paraná (campus Ivaiporã), o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), a Cooperativa Agroindustrial de Produtores de Corumbataí do Sul (Coaprocor) e prefeituras municipais.
De acordo com Raul, a cultivar de maracujá-roxo é muito diferente da de maracujá azedo, como é chamado o maracujá amarelo que estamos acostumados a consumir no Brasil. Isso porque o fruto tem sabor mais adocicado, podendo até ter sua polpa consumida diretamente, à moda europeia. Ele também é muito diferente do maracujá doce, fruto também amarelo e que atualmente divide consumo no País com o azedo. Segundo o pesquisador, o maracujá doce tem participação de 5% no volume de produção, enquanto o azedo lidera com 95%. “Entre as qualidades do maracujá-roxo em comparação ao amarelo, estão o maior rendimento de sua polpa, a maior resistência da planta a doenças e a maior produção de frutos”, destaca.
A iniciativa de levar o maracujá-roxo para o Paraná não aconteceu por acaso. O Sul possui o clima mais adequado para a produção da passiflora e sua participação na produção nacional cresce a cada ano, tendo registrado 13% em 2017, segundo dados do IBGE. No entanto, o Nordeste ainda é líder de produção do fruto, sendo responsável por mais de 60% da produção nacional.
De acordo com Eduardo Augustinho dos Santos, é importante acompanhar a adaptação da cultivar em diferentes condições de clima e solo, para validar a sua disseminação no Paraná. "Essa ação também é um estímulo para que as famílias rurais invistam em inovação tecnológica, e que tenham a sua disposição as orientações técnicas necessárias, de forma contínua, para contribuir com aumento da sua renda", pontua.
Agora, a tarefa da Embrapa e da Emater é acompanhar o desenvolvimento do maracujá-roxo entre produtores paranaenses, em sua maioria agricultores familiares. A previsão é de que até no ano que vem sejam analisadas as primeiras frutas. “A expectativa é de que o trabalho técnico da Emater, aliado à tecnologia dos agricultores, seja suficiente para que o fruto atinja o padrão de qualidade exigido em outros países e seja, enfim, consumido pelos brasileiros”, afirma Raul.
Liliane Bello (MTb 01766/GO)
Embrapa Agrobiologia
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Colaboração: Matheus Meireles (estagiário de Jornalismo)
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