Embrapa demonstra uso da ressonância magnética em alimentos, em tempo real, na Agrishow
Embrapa demonstra uso da ressonância magnética em alimentos, em tempo real, na Agrishow
Foto: Victor Otsuka
O aparelho de RMN agiliza a análises de alimentos e gera ganhos para o setor produtivo.
Pioneira na aplicação da ressonância magnética nuclear (RMN) na agropecuária, a Embrapa Instrumentação (São Carlos - SP) vai demonstrar, em tempo real, na Agrishow, análises da qualidade de grãos que fazem parte de importantes cadeias produtivas, como a soja e o amendoim. Sem destruir a amostra, será possível, por exemplo, conhecer o teor de óleo desses grãos em segundos.
No amendoim, também serão realizadas análises da umidade, proteína e teor de óleo oleico, conhecido como ômega 9, fundamental na síntese dos hormônios. O farelo de soja, subproduto da cadeia agroindustrial da soja, utilizado tanto para composição de alimentos como para rações animais, é mais um que será investigado em tempo real com o uso da RMN na feira.
As análises serão realizadas graças aos esforços de uma parceria entre a Embrapa Instrumentação e a Fine Instrument Technology (FIT), que juntas aliam o emprego de metodologias de RMN ao desenvolvimento de aparelhos com diferentes aplicações.
O pesquisador Luiz Alberto Colnago, que trabalha com a aplicação de RMN em alimentos há mais de 30 anos, explica que a técnica gera informações que permitem obter a composição química e bioquímica dos produtos agroalimentares.
“A ressonância é possível porque núcleos atômicos de cada elemento químico do material absorvem energia em uma frequência de rádio específica, sendo possível diferenciá-los dentro de uma mesma molécula, o que permite obter a composição química e bioquímica dos produtos analisados”, esclarece.
Daniel Consalter, diretor de Tecnologia da FIT, afirma que a parceria com a Embrapa Instrumentação para uso da RMN em aplicações agrícolas permitiu, por exemplo, apoiar pesquisas com melhoramento genético de amendoim com a Embrapa Algodão. A cooperação com a unidade de Campina Grande, na Paraíba, é para avaliar os cultivares de amendoins que contenham alto teor de ácido oleico.
Outra aplicação é no setor produtivo da área de óleo de palma (dendê) que estão utilizando a técnica para analisar o fruto que chega na extratora e medir o teor de óleo nos resíduos do processo, controlando suas perdas em tempo real e acabando com os resíduos químicos usados em métodos tradicionais.
Consalter esclareceu que anteriormente o processo para medir o teor de óleo de palma demorava pelo menos 5 horas. “Agora é realizado em segundos. Começamos esse trabalho de análise de óleo de palma, 2016, mas hoje já há grande adesão dos produtores a esse método. O rendimento deles aumentou de 1 a 5%, dependendo do caso”, afirmou. Além do Brasil, o aparelho já é utilizado também na Colômbia.
Joana Silva (MTb 19.554/SP)
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