Um trabalho que exige uma integração sistemática para abordar questões relacionadas à segurança alimentar, hídrica e energética em vários níveis, gerando diferentes cenários teve sua primeira reunião na Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ), nos dias 16 e 17 de abril. O Projeto Nexus procura maneiras de conceituar e, se possível, quantificar as ligações entre segurança alimentar, hídrica e energética em uma única estrutura capaz de gerar avaliações integradas focadas nesses três tópicos. Com duração prevista de três anos – até 2020 – o Nexus vai atuar no entorno do reservatório de Ribeirão das Lajes, no município de Rio Claro (RJ). “O Workshop debateu o primeiro bloco do projeto, que foi o momento de levantamento de informações e bases de dados, que incluiu também a organização de instrumentos legais relacionados a questões de segurança alimentar, hídrica e energética”, conta a pesquisadora da Embrapa Solos, Ana Paula Turetta, coordenadora do trabalho. Esse momento inicial demandou um trabalho amplo de levantamento de informações. “Temos alguns indicativos de metodologias que queremos usar, mas não temos uma metodologia pronta, até porque essa abordagem Nexus, que considera de forma integrada esses três fatores: segurança alimentar, hídrica e energética é relativamente nova, então não existe uma metodologia Nexus, algo fechado pra se avaliar”, diz Turetta. A reunião que aconteceu na Embrapa Solos contou com o reforço de profissionais que trabalham com a questão energética, de instituições como a Cemig, COPPE/UFRJ e Empresa de Pesquisa Energética (EPE). “Foi muito importante a presença dessas pessoas, porque essa parte energética não é nossa especialidade, então ter o apoio deles foi fundamental”, revela a pesquisadora. Agora, o Projeto Nexus parte para a segunda fase, que é a de análise integrada dos dados considerados mais importantes pelos especialistas. Está previsto, para meados de 2020, mais um workshop, com tomadores de decisão. Nesse encontro será apresentado um produto para validação a fim de fazer o alinhamento entre o que é envolvido na pesquisa com o que tem potencial de ser de fato aplicado e utilizado por gestores, “Porque essa é a ideia da ferramenta; não queremos chegar no final com algo que não tenha potencial para ser aplicado”, enfatiza a cientista da Embrapa. Objetivos do Nexus incluem também a definição da linha de base pela caracterização do meio físico e socioeconômico, assim como das políticas públicas existentes; seleção e validação, de forma participativa, das práticas agrícolas a serem analisadas; construção de cenários de impactos das práticas conservacionistas à segurança alimentar, hídrica e energética para validação com tomadores de decisão; elaboração de um portfólio das melhores práticas tecnológicas relacionadas à sustentabilidade alimentar, hídrica e energética, validado de forma participativa e estabelecimento de uma plataforma de conhecimento que possa ser aproveitada por outras iniciativas, inclusive aquelas relacionadas ao Ensino a Distância. São parceiros da Embrapa no Projeto Nexus a Epamig, The Nature Conservancy, UFF, UFRJ e USP.