A pesquisadora da Embrapa Solos (Rio de Janeiro, RJ) Bernadete Pedreira conduziu trabalho recente sobre agroturismo em Cachoeiras de Macacu (RJ). Durante a 8ª Green Rio, feira internacional de negócios de empreendedores da área de produtos orgânicos e sustentáveis, ela falou sobre o tema e sua conexão com a agricultura familiar e agroindústrias no estado. “O agroturismo deve ser uma atividade complementar, agregando valor a produtos e serviços, aproveitando algo que já é feito na propriedade rural. A atividade produtiva agrosilvopecuária deve se manter sempre como atividade principal. O foco do agroturismo tem que ser a utilização da atividade agropecuária como um atrativo turístico para os visitantes, valorizando a cultura local, gerando alternativa de renda e contribuindo para a conservação ambiental”, disse Bernadete. No estado do Rio de Janeiro, a Região Serrana é exemplo de bom aproveitamento do agroturismo, com a arquitetura colonial das fazendas da época do auge da cultura do café e os circuitos de agroturismo. A área é dividida entre Região Serrana A, que inclui cidades como Barra do Piraí, Rio das Flores e Valença e Região Serrana B (Paty do Alferes e Petrópolis, por exemplo). “O agroturismo pode agregar valor e gerar renda às agroindústrias artesanais, que beneficiam produtos in natura transformando-os em conservas e embutidos, com o artesanato e a produção de alimentos orgânicos”, revela a cientista. No RJ agroindústrias que produzem banana passa, cachaça, conservas, geleias, queijo e milho orgânico tem tido sucesso, gerando postos de trabalho e renda. Espírito Santo, Santa Catarina e São Paulo são estado com cases bem sucedidos em turismo agropecuário. “Essas iniciativas possuem alguns pontos em comum, como a economia baseada na produção agropecuária de caráter familiar, o predomínio de pequenas propriedades e a oferta de produtos e serviços diversificados”, conclui Bernadete.