Embrapa e Associação Brasileira de Automação articulam parcerias
Embrapa e Associação Brasileira de Automação articulam parcerias
Foto: Maria Clara Guaraldo
Representantes da Associação Brasileira de Automação em reunião com o presidente da Embrapa, Sebastião Barbosa
Consolidar parcerias com a Embrapa para o desenvolvimento de pesquisas em sistemas de automação e estimular que cada vez mais agricultores adotem padrões de identificação de seus produtos para a garantia de qualidade e a segurança do consumidor. Com esse objetivo, representantes da Associação Brasileira de Automação estiveram na sede da Empresa nesta terça-feira (4) para discutirem possíveis estratégias de cooperação, bem como apresentarem os projetos que a Associação desenvolve junto à Confederação Nacional de Agricultura (CNA) e Sebrae voltados para pequenos produtores.
A GS1 Brasil, Associação Brasileira de Automação, é uma associação multissetorial sem fins lucrativos, que tem como propósito implementar e disseminar padrões de identificação de produtos, como código de barras, levando melhoria para as cadeias de suprimentos, colaborando, assim, para o processo de automação, desde a matéria-prima até o consumidor final. Para isso, o sistema utiliza um conjunto de padrões.
Participaram da reunião, a secretária de Inteligência e Relações Estratégicas (SIRE), Rita Milagres; a gerente de Relações Institucionais e Governamentais (GRIG/SIRE), Cynthia Cury; o coordenador da atuação da Embrapa junto às câmaras setoriais e temáticas do Mapa, pesquisador Jefferson Costa (GRIG/SIRE); o chefe de gabinete, Raimundo Braga Sobrinho.
Além do presidente da Associação Brasileira de Automação, João Carlos de Oliveira, estiveram presentes os representantes da entidade em Brasília, o diretor de Relações Institucionais, Paulo Crapina e Pedro Henrique Di Martino (relações institucionais).
Outra proposta da Associação é trabalhar no sentido de criar a Câmara Temática da Agricultura Digital, Automação e Precisão junto ao Mapa em substituição à extinta Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão. Para isso, esperam contar com o apoio da Embrapa.
Segundo João Carlos de Oliveira cada vez mais a automação, não importa o segmento - indústria, varejo, agronegócio -, leva a racionalização de processos, a partir de sua utilização qualificada que leva a uma maior produtividade com menor custo. Empresários de todo o porte, buscam através de automação, o seu diferencial competitivo.
“A rastreabilidade traz segurança para o consumidor e, ao mesmo tempo, mantém o padrão de qualidade do produto”, afirma o representante da GS1 Brasil. Como exemplo, ele citou um tipo de melão que é reconhecido pelo consumidor pelo seu padrão de qualidade e seu sabor adocicado. Um produto exportado e que tem muita procura no mercado brasileiro. “Há resultados com melão, uvas, pimentões amarelo e vermelho que passaram por processos de rastreabilidade, baseados na automação, e que estão garantindo um padrão de qualidade e maior procura pelo consumidor”, detalhou.
Parcerias
Na Embrapa Instrumentação já há projetos em discussão com o uso da automação, por exemplo, o de preservação de biomas. O grupo visitou a Unidade e aproveitou a ocasião para falar sobre o Projeto Legado das Águas, desenvolvido em parceria com a Votorantim. “Apresentamos aos pesquisadores o Projeto Legado das Águas, onde cada pé de planta de Mata Atlântica é rastreado, inclusive as sementes. Outras visitas também foram realizadas: “na Embrapa Informática Agropecuária, estamos conversando sobre o desenvolvimento de parcerias para a criação de um índice de automação do agronegócio no campo. Já temos a experiência consolidada de construção de um índice de automação na indústria, o que nos permite, por exemplo, divulgar periodicamente indicadores, e estamos agora discutindo com a Embrapa uma forma de criar um índice de automação no agro”, esclareceu Oliveira.
O objetivo de se criar um índice de automação é estimular as atividades no campo, mostrando dados tais como produtividade, organização da cadeia produtiva, rastreabilidade dos produtos do agronegócio exportados, entre outros. “Da mesma foram quando o mercado está expandindo, em processos de retenção, as indústrias buscam informações sobre o mercado. Cada vez mais a automação tem sido algo inquestionável e irreversível”, explicou Oliveira.
Com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Oliveira lembrou que a parceria com a entidade resultou na criação do selo de importação, possibilitando identificar cada fardo de algodão exportado, o que, segundo ele, agregou mais valor ao produto. Com a CNA, a parceria resultou em um projeto para atender pequenos agricultores, onde foi criado um sistema de rastreabilidade em folhas, legumes e vegetais. A exigência da rastreabilidade desses produtos faz parte da Instrução Normativa Conjunta (INC) n° 2, de 08/02/18, da Anvisa e do Mapa, que tem como objetivo garantir a segurança dos alimentos, mostrando desde a origem da fruta ou da hortaliça até chegar à mesa do consumidor.
O trabalho consiste em definir procedimentos padronizados para que seja possível aplicar a rastreabilidade ao longo da cadeia produtiva de produtos vegetais destinados à alimentação humana, para fins de monitoramento e controle de resíduos de defensivos, em todo o território nacional. “São 3 milhões de produtores que serão alvo de fiscalização, entre os que já estão exportando e aqueles que ainda não têm tecnologia”, ressaltou Pedro Henrique Di Martino, lembrando que a automação não se aplica apenas a grandes produtores ou empresas.
Segundo Jefferson Costa, a Embrapa também trabalha com a rastreabilidade em suas pesquisas, incluindo o desenvolvimento de sistemas padronizados que tornem possível rastrear grãos de soja, milho, entre outros alimentos. “Hoje estamos fazendo isso em parceria com empresas que estão trabalhando com o padrão de rastreabilidade da soja”, detalhou. Segundo ele, o desenvolvimento do índice de automação do agro contribuirá para estimular cada vez mais os agricultores a adotarem as estratégias da agricultura de precisão e a automação no campo.
Produção Integrada
Para Raimundo Braga, a parceria com a Associação Brasileira de Automação poderá contribuir também com as pesquisas da Embrapa em Produção Integrada – tecnologia que possibilita a produção de alimentos seguros para o consumo, com monitoramento em todas as etapas de produção. O monitoramento e registro de todas as atividades durante todas as etapas da produção permitem a rastreabilidade do produto, uma das principais exigências dos consumidores em todo o mundo.
Frente Parlamentar da Indústria de Máquinas e Equipamentos
Automação, agricultura de precisão, agricultura digital e máquinas e equipamentos. Esse conjunto, chamado de indústria inteligente, constitui importante estratégia para facilitar os processos produtivos, reduzir custos e racionalizar a produção no campo. São processos que, ao serem desenvolvidos em sinergia, produzem resultados importantes como a conectividade no campo, a racionalização dos meios de produção, o rastreamento de produtos da agricultura, entre outros.
Nessa direção, a Embrapa também atua junto à Frente Parlamentar da Indústria de Máquinas e Equipamentos. Nesta terça-feira (4), a equipe da GRIG participou da posse da nova diretoria, na Câmara dos Deputados. Composta por 16 parlamentares, entre deputados federais e senadores da República, a diretoria da frente tem em sua composição a Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia e a Associação Brasileira e a Associação Brasileira de Indústrias de Máquinas e Equipamentos – Abimaq.
“Quando falamos em agricultura de precisão, agricultura digital, agricultura 4.0, drones, automação estamos falando também em máquinas e equipamentos. Participar dessa frente, assim como de outras, nos dá oportunidade para contribuir com a agenda que será proposta pelo parlamento. E nós vamos dar contribuições técnicas para que essas políticas aconteçam e tragam maior conectividade para o campo”, ressalta a gerente da GRIG, Cynthia Cury.
A partir dessa reunião, a Associação Brasileira de Automação passará a integrar o grupo de convidados externos para a construção do novo Plano Diretor da Embrapa – o VII PDE.
Maria Clara Guaraldo (MTb 5027/MG)
Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas
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