10/06/19 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Encontro articula agenda positiva para o manejo florestal sustentável no Pará

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Foto: Ronaldo Rosa

Ronaldo Rosa - Agenda positiva prevê boas práticas e sinergia entre a cadeia produtiva.

Agenda positiva prevê boas práticas e sinergia entre a cadeia produtiva.

Na Semana do Meio Ambiente, representantes da cadeia produtiva da madeira do Pará se reuniram na Embrapa Amazônia Oriental para traçar uma Agenda Positiva para o Manejo Florestal Sustentável. Com o tema, produção e consumo sustentável de madeira de florestas naturais: reflexões e recomendações, o grupo de reuniu nos dias 4 e 5 de junho e elaborou um documento que será enviado aos diversos setores para potencializar a produção madeireira, com garantia desenvolvimento, fonte de renda a região e preservação ambiental.

Acesse a íntegra do documento: Agenda Positiva para o Manejo Florestal Sustentável - Produção e Consumo Sustentável de Madeira de Florestas Naturais: Reflexões e Recomendações - Resultados da Plenária.

O encontro foi proposto por meio dos projetos Bom Manejo 2, Remafor e da Rede TmFO, sendo dividido em quatro painéis temático que abordaram: Pesquisa, Ensino, Capacitação e Extensão Florestal; Produção Madeireira: Áreas Privadas, Concessões Florestais e Produção Comunitária; Licenciamento e Monitoramento de Planos de Manejo Florestais Sustentáveis (PMFS); e Certificação, Mercados e Políticas Públicas (nichos específicos, nacionais e internacionais).

O pesquisador da Embrapa Milton Kanashiro, líder do projeto Bom Manejo 2, avaliou que o encontro superou as expectativas e explicou que a necessidade de uma agenda positiva vem no sentido de debater, de maneira conjunta,  os principais avanços, mas também os gargalos que o setor, que é estratégico ao desenvolvimento regional. “Há mais de dez anos não havia um encontro que discutisse tecnicamente esses temas, com tanta representação dos principais segmentos envolvidos na cadeira produtiva da madeira. O Pará tem enorme potencial para a produção madeireira e por meio da organização e sinergia da cadeia podemos não só propor e implementar ações positivas, mas tirar o melhor proveito econômico, social e ambiental dessa atividade”, afirma o pesquisador.

O estado do Pará, juntamente com Rondônia, abriga a maior parte das áreas de florestas públicas nativas elegíveis ou já em processo de concessão para Manejo Florestal de todo país. São cerca de um milhão e meio de hectares divididos em seis florestas nacionais (flonas), e em áreas estaduais, que, segundo a legislação, devem ser manejadas de forma sustentável para garantir ao mesmo tempo, produção florestal e a floresta em pé. Planejar a extração madeireira e garantir ao mesmo tempo conservação e a plena recuperação da floresta, entretanto é o maior desafio do manejo florestal sustentável na Amazônia.

Representando o setor produtivo, Roberto Pupo, da Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará (Aimex), comentou que o segmento madeireiro no Brasil ainda é visto com desconfiança, especialmente quanto relacionado às florestas nativas, em razão dos altos índices de desmatamento ilegal. Por outro lado, ele enfatiza que o manejo florestal enquanto técnica está consolidado no Brasil. “O que precisamos agora é pensar no pacto social em relação ao uso sustentável da floresta. O que empresários e comunidades querem ganhar e estão dispostos a perder também. E a academia tem um papel fundamental nisso, pois tem legitimidade para mediar essa relação, com base em dados científicos e na sua posição mais imparcial”, e complementa “ Instituições, como Embrapa, Ufra, Ufpa podem e devem cumprir esse papel, enfatiza.

Professor do curso de engenharia florestal, da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), Rodrigo Geroni, avalia que é essencial à formação dos futuros profissionais pensar e contribuir para uso racional das florestas. “É importante reunir pessoas e ideias que possam vislumbrar a melhoria dessa prática e fortalecer o manejo como atividade econômica que traga reais benefícios à sociedade com uso racional da floresta”, opina o professor.

Participaram do encontro dezenas de pessoas dos diversos setores que integram a cadeira produtiva da madeira, tais como instituições de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), formadores de profissionais florestais (universidades e Institutos Federais), governos federal e estadual, assim como setor produtivo e consumidores, na ocasião, representados por empresas de movelaria e laminação.

 

 

 

Kélem Cabral (MTb 1981/PA)
Embrapa Amazônia Oriental

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