X Congresso Brasileiro do Arroz Irrigado é aberto, em Pelotas, com a apresentação de inovação na orizicultura
12/08/15
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Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação
X Congresso Brasileiro do Arroz Irrigado é aberto, em Pelotas, com a apresentação de inovação na orizicultura
Foto: Paulo Lanzetta
Diretor-executivo de P&DI, Ladislau Neto provocou a plateia em sua conferência ao falar dos desafios da pesquisa agrícola na era do Big Data
História, arte e patrimônio se misturam em cenário marcante, que faz o município sediar o evento de caráter nacional até sexta-feira, dia 14.
Um imponente teatro foi o cenário escolhido para realização da abertura solene do IX Congresso Brasileiro do Arroz Irrigado, realizada na noite de terça-feira, 11 de agosto. O evento tem continuidade até a próxima sexta-feira, dia 14. O nome do local: Teatro Guarany, que faz alusão a importante obra literária de Carlos Gomes. Cultura, história e arte são peculiaridades do município de Pelotas/RS, que encerra também nestas mesmas áreas, os estudos e experiências primitivas da orizicultura. A Sociedade Sul Brasileira de Arroz Irrigado (Sosbai), promotora do evento, se dedicou em recuperar a história da produção da cultura do arroz, apresentada em vídeo, e que ao longo da semana vai inspirar a troca de novos conhecimentos entre profissionais de vários locais do país e do estrangeiro. O evento na sua nona edição, é itinerante e bianual e tem o compromisso de promover o Congresso a nível nacional e de acolher a realização da Reunião Técnica da Cultura do Arroz e suas recomendações para a cadeia produtiva.
Os mais de 600 congressistas foram homenageados pela riqueza do município, através da sua música com a apresentação do Grupo Instrumental e Coro da Sociedade Pelotense Música pela Música, sob a regência do maestro Sergio Sisto.
O Congresso traz nesta edição o tema Ciência e Tecnologia para Otimização da Orizicultura, proposto para intensificar a discussão e a realização de pesquisas pragmáticas de vanguarda, que resultem em inovações tecnológicas para a cadeia produtiva orizícola e outros sistemas agrícolas associados.
"Num cenário em que ações de pesquisa já não se sustentam quando predominantemente focadas em aumento de produtividade, uma nova estratégia se impõe para o avanço do conhecimento científico e tecnológico que promova maior eficiência no uso dos recursos naturais disponíveis e na obtenção de cultivares mais tolerantes a estresses ambientais bióticos (como doenças) e abióticos (decorrentes das mudanças climáticas), sendo tudo isso, básico para a redução do atuais gaps e para o estabelecimento de sistemas de produção sustentáveis", defendeu o presidente do evento, o pesquisador da Embrapa, José Francisco da Silva Martins.
Ele também falou sobre a possibilidade dos congressistas conhecerem a arquitetura da cidade, incluindo a referência ao Teatro Guarany, a Biblioteca Pública de Pelotas, o salão nobre da Prefeitura Municipal e os casarões, onde o evento está sediado com suas atividades. Além disso, destacou que a escolha pelos prédios históricos em torno da Praça Coronel Pedro Osório, se dá ao fato desta figura ilustre ter sido o "Rei do Arroz", aprimorando tecnologias da cultura desde o século 19.
O representante da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dorneles destacou: "Este Rio Grande do Sul é pioneiro em produção de arroz, embora estejamos passando por uma crise, ela é passageira e logo estaremos 100% novamente", afirmou. Além disso, o representante salientou que o evento pode abrir horizontes, tanto para acrescentar com conhecimento, novas tecnologias, quanto no auxílio para o crescimento do Estado.
Em sua fala, o chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, Clenio Pillon, destacou o período de transição da agricultura, onde é preciso buscar mais informações e conhecimento, tornando menos necessário o uso de insumos, menos eficazes. Pillon comentou também sobre a preocupação da atual sociedade com a utilização de agrotóxicos e a busca por um manejo integrado de pragas de forma sustentável. Segundo ele, a evolução da orizicultura, se deve à consciência de que os arrozeiros devem, acima de tudo, serem agricultores. Durante o pronunciamento, ele ainda divulgou o lançamento, dentro da programação do Congresso, de duas tecnologias da Unidade de pesquisa de Pelota, do aplicativo GD (Graus-dia) e da cultivar de arroz BRS AG (arroz Gigante).
O prefeito da cidade de Pelotas, Eduardo Leite, demonstrou enorme felicidade em receber um evento com a magnitude do Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado. Também destacou a coragem dos agricultores de se arriscar na vida do campo, devido às peripécias da natureza.
O prefeito ainda declarou que não só os patrimônios culturais, no caso dos prédios, mas também os naturais, como a abundância de águas da cidade, enriquecem a participação de Pelotas no Congresso. Eduardo Leite aproveitou para convidar os participantes do evento para visitarem os prédios históricos, que estarão de portas abertas de sexta a domingo, em comemoração ao Dia do Patrimônio. Por fim, ele colocou as redes sociais da cidade à disposição para que curtam e compartilhem o que gostaram em Pelotas, e aos que não gostarem, sugeriu que enviassem mensagens para recepcioná-los melhor em uma próxima ocasião. O prefeito garantiu que os visitantes irão gostar da gastronomia, cultura, beleza, além dos benefícios técnicos que o Congresso produzirá.
Participaram da solenidade de abertura o diretor-executivo de P&DI da Embrapa, que fez a conferência magna do Congresso, Ladislau Martim Neto, o chefe da Divisão de Política, Produção e Desenvolvimento Agropecuário da Superintendência Federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ricardo Furtado; o reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel, Mauro Del Pino, o presidente do Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga), Guinter Frantz, o pesquisador José Alberto Noldin, representando a Epagri/SC; o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, representando a reitoria, Paulo Régis Ferreira da Silva; e o presidente da Sociedade Sul Brasileira de Arroz Irrigado (Sosbai), Paulo Ricardo Reis Fagundes.
O Congresso recepciona 70 participantes estrangeiros oriundos da Argentina, Paraguai, Uruguai, Estados Unidos e Moçambique. O evento tem a promoção da Sosbai, com realização da Embrapa e co-promoção da Epagri/SC, UFSM, UFPel, UFRGS, Irga e Prefeitura Municipal de Pelotas. São patrocinadores deste evento a Dow AgroSciences, Basf, Ricetec, John Deere, Monsanto.
Conferência Magna
O diretor-executivo de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&DI) da Embrapa, Ladislau Martim Neto, foi o responsável pela apresentação da conferência magna Os Desafios da Pesquisa Agrícola na era do Big Data. Ele mostrou os principais e maiores desafios para humanidade nos próximos anos, sendo que todos perpassam por questões da Agricultura. Ele passeou por dados que evidenciaram a expansão de grãos e a diminuição de gases de efeito estufa, assim como, aspectos econômicos e sociais do agro no Brasil.
O diretor-executivo de P&DI da Embrapa indicou oportunidades para a Agricultura através das multi-funções, da nova geração que está inserida no agro, da construção das redes de pesquisa no mundo e dos novos modelos abertos de inovação, como os efetivados pela Embrapa, através do exemplo da primeira semente transgênica a ser lançada até o final deste mês, entre a Embrapa e a Basf.
Ladislau demonstrou com números que o Brasil não faz parte das nações que mais investe em inovação. "Precisamos também intensificar a pesquisa sustentável para os nossos recursos naturais e avançar na bioeconomia, tendo mais tecnologias geradas pelo nosso próprio país", destacou. Conforme ele, o agricultor não tem o costume de registrar seus dados. "Mais de 90% não faz o registro", calcula.
Mas, para uma era de inovação em tecnologia da informação, que já é usada por muitos países, será sim, a implementação de serviços inteligentes para a Agricultura. Ele deu exemplos desses serviços inteligentes como chips em abelhas que diminuíram sua forma de polinização, o uso de jipe robótico para análise de solos, o uso de drones para colher dados das lavouras, o uso de aplicativos que ganham versão para celulares e smartphones, que auxiliam a escolha de manejo pelos agricultores. "Será possível gerar cerca de 200 megabytes de dados por ano de uma vaca", exemplificou ao possuir dados de pesquisas.
Segundo Ladislau, a era do Big Data, são as novas tecnologias de informação e comunicação que avançaram a ponto de transformar os negócios e as pessoas, de modificar a Agricultura para absorver e ofertar players estratégicos para o desenvolvimento empreendedor. "A Agricultura recebeu uma elevada competitividade no Brasil, portanto, ela é parte das possíveis soluções dos desafios do futuro", concluiu.
Cristiane Betemps (MTb 7418/RS)
Embrapa Clima Temperado
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