Produtores aprendem sobre manejo de pastagens em Campos dos Goytacazes
Produtores aprendem sobre manejo de pastagens em Campos dos Goytacazes
Nos dias 5 e 6 de junho, a Embrapa Agrobiologia participou da IV Reunião Técnica de Manejo de Pastagens do Norte e Noroeste Fluminense, com as palestras Consórcio de leguminosas em pastagens: benefícios e desafios e Sinergias e desafios do cultivo de grãos em sistemas de integração com pastagem. O principal objetivo do evento foi promover o compartilhamento de informações e técnicas sobre produção pecuária, com ênfase no manejo de pastagens, para produtores da região.
O pesquisador Robert Boddey falou sobre o consórcio de leguminosas em pastagens, destacando que a utilização consorciada de leguminosas forrageiras em pastagens é uma alternativa para reduzir a emissão de gases de efeito estufa sem impactar na produtividade animal. Robert apresentou informações obtidas de experimentos já feitos pela UD envolvendo pastagens de braquiária consorciadas com amendoim forrageiro (Arachis pintoi) e desmódio (Desmodium ovalifolium), realizados sobretudo na Bahia.
Os experimentos exemplificam a efetividade da introdução de leguminosas fixadoras de nitrogênio nas pastagens, garantindo ciclagem de nitrogênio no sistema solo-planta-animal. Robert explica que a redução da emissão de gases de efeito estufa é obtida por causa da presença de taninos no amendoim forrageiro e no desmódio, que contribuem para uma redução significativa do metano emitido pelos pastos. Segundo ele, o simples plantio das duas plantas forrageiras em conjunto com a pastagem já garante benefícios ambientais e não prejudica a produtividade animal.
Robert também destacou o benefício financeiro da tecnologia, já que o produtor não precisa investir em fertilizantes sintéticos, reduzindo também a emissão de CO2 provocada pelo uso desses fertilizantes.
Integração lavoura-pecuária
A pesquisadora Cláudia Pozzi foi a responsável pela palestra sobre integração lavoura-pecuária, propondo um conjunto de técnicas alternativas de manutenção do pasto aos produtores. As técnicas propostas são adaptadas às regiões norte e noroeste fluminenses e levam em conta condições variáveis, como o clima e o solo do local, por exemplo. “A ideia é propor tecnologias agroecológicas que sejam benéficas ao ambiente e também rentáveis aos produtores”, explica.
Cláudia conta que uma das técnicas apresentadas aos produtores foi o plantio consorciado de grãos com o pasto, de modo que este possa aproveitar todos os nutrientes deixados pelo plantio do grão no solo. “Quando você planta grãos como a soja e o milho, além de haver o reaproveitamento dos nutrientes desses grãos pelo pasto, há ainda a possibilidade de que o produtor venda os grãos e possa investir ainda mais nas suas terras. Esse é o sistema lavoura-pecuária”, exemplifica a cientista.
Ela diz também que o sucesso do sistema depende de uma logística criada pelo produtor, que varia de caso para caso e que, portanto, não é uma regra. “É preciso que o produtor invista e se preocupe com a manutenção do seu pasto, deixando que ele recupere tudo que perdeu. O sistema lavoura-pecuária garante esse cuidado de uma forma mais ecológica”, conta.
Claudia também alerta para condições variáveis como o clima e o tipo de solo em cada região brasileira, detalhes que impactam na manutenção do pasto. Assim, a pesquisadora levou em conta em sua explicação as condições climáticas da região de Campos dos Goytacazes, enfatizando aos produtores que a integração já foi, em muitos casos, a solução para as adversidades. “A gente quis deixar claro que não é só a região norte fluminense que sofre com questões climáticas e que a ILP já ajudou muita gente a prosperar, seja introduzindo grãos, seja tendo maior preocupação com o tipo de pasto ideal”, finaliza.
Liliane Bello (MTb 01766/GO)
Embrapa Agrobiologia
Colaboração: Matheus Meireles (estagiário de Jornalismo)
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