Projeto aposta na fruticultura para fortalecer a agricultura familiar e preservar a Amazônia
Projeto aposta na fruticultura para fortalecer a agricultura familiar e preservar a Amazônia
A utilização de sistemas agrofrutíferos para o fortalecimento da agricultura familiar é o objetivo do Projeto TECFRUTI da Embrapa, iniciativa que faz parte do Projeto Integrado da Amazônia, financiado pelo Fundo Amazônia e operacionalizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O projeto aposta na utilização de tecnologias sustentáveis para unir diversificação alimentar, preservação do meio ambiente e produtividade, tudo em uma mesma área. As ações estão sendo desenvolvidas nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Rondônia e Roraima.
O foco é a transferência de tecnologia para a produção de espécies frutíferas por meio dos sistemas agrofrutíferos, os chamados SAFRUTI’s. Esse sistema visa o consórcio de fruteiras nativas ou espécies exóticas, com culturas anuais, sendo utilizado para recuperar áreas desflorestadas. A técnica ameniza limitações do terreno, minimiza riscos de degradação inerentes à atividade agrícola e otimiza a produtividade por meio da diversificação.
Segundo a coordenadora do projeto, a pesquisadora da Embrapa Roraima Teresinha Albuquerque, o objetivo é a integração e diversificação de fruteiras, como a banana, a castanha, o açaí solteiro, o cupuaçu, o taperebá, o cacau, a graviola e outras nativas. Entre as fileiras das árvores frutíferas serão cultivados abacaxi e outras plantas anuais como feijão, macaxeira ou mandioca e melancia. O agricultor também vai aprender técnicas de cultivo para guaraná, citros, maracujá, entre outras espécies, sem pressão sobre a floresta e respeitando o desenho da propriedade e os desejos dos agricultores.
Pesquisadora Teresinha Albuquerque em oficina de capacitação com agricultores do município de Rorainópolis-RR
A pesquisadora explica que o cultivo de fruteiras anuais e perenes em quintais e pequenos pomares já é uma prática comum para os produtores familiares da região amazônica, que cultivam tanto para consumo próprio, quanto para o comércio em feiras locais.
“A fruticultura, se feita com técnica e organização, respeitando os recursos naturais, pode ser uma ótima oportunidade para incrementar a renda do agricultor familiar, baseado na elevação dos níveis na melhoria da qualidade das frutas e na agregação de valor”, comenta Albuquerque.
Transferência de tecnologia
Um das questões principais do projeto é a capacitação dos produtores. Para isso, o TECFRUTI vem promovendo oficinas e treinamentos com metodologia participativa, visando aprimorar e atualizar os conhecimentos quanto às tecnologias e práticas adotadas nos cultivos de fruteiras.
Também estão sendo implantadas diversas Unidades de Referência Tecnológicas (URT) em áreas de agricultores familiares, que funcionarão como unidades modelos para transferência de tecnologia na região.
Dinâmica ‘Como eu vejo a minha propriedade’, que buscou estimular a reflexão e a apropriação dos agricultores sobre o mapa de suas áreas
“O intuito é fortalecer o elo de interação entre pesquisa e campo na busca conjunta de alternativas de difusão de tecnologias que considerem o produtor familiar como o centro na tomada de decisões na adoção de novos sistemas produtivos”, diz a pesquisadora.
No estado de Roraima, uma dessas Unidades fica na propriedade do agricultor Célio Ramos da Costa, localizada no município de Caroebe. Lá, está sendo implantado um SAFRUTI com cultivo de banana, cupuaçu, cacau, açaí, graviola e castanha.
A escolha das culturas foi feita pelo produtor junto aos pesquisadores e analistas da Embrapa, após análise de solo e levantamento do mapa da propriedade para delimitação dos locais de plantio. De acordo com Célio, “as informações que estão sendo repassadas pela Embrapa são essenciais para obter volume de produção e qualidade de frutas visando alcançar o mercado local, com retorno financeiro satisfatório”, comenta.
Produtor Celso (à esquerda) construindo mapa da sua propriedade junto a pesquisador da Embrapa
Ações nos Estados
Em Roraima, o projeto prevê a instalação de URTs e realização de capacitações para agricultores nos municípios de Rorainópolis, São Luiz, São João da Baliza, Caroebe e Caracaraí. Serão abordadas as tecnologias para implantação e cultivo das espécies frutíferas de maior importância para região, baseada na escolha dos produtores e mapeamento das áreas.
No Acre, as atividades têm como foco as culturas da banana, açaí e maracujá, com instalação de URT’s visando à disponibilização de tecnologias geradas, abarcando municípios do Território da Cidadania Alto Acre e Capixaba e Território Rural Baixo Acre. Em Rondônia, serão realizadas atividades nos municípios do Território da Cidadania Madeira-Mamoré e Território Rural da Cidadania Vale do Jamari envolvendo a banana, abacaxi e açaí.
No estado do Amazonas, a área de atuação inclui Território da Cidadania Manaus e entorno. As atividades estão sendo estruturadas na disponibilização de material genético (sementes e mudas); implantação de URTs para apoiar o intercâmbio de conhecimentos e a adoção de tecnologias sustentáveis de produção para o açaí, banana, guaraná, abacaxi e citrus.
No Amapá, as ações tem como base um programa de difusão tecnológica nos municípios de Porto Grande, Pedra Branca e Serra do Navio. Serão instaladas unidades demonstrativas e de aprendizagem com abacaxi, cupuaçu, banana e açaí, assim como um programa especial de fortalecimento da extensão rural. No Maranhão, o trabalho busca a recuperação dos sistemas agroflorestais para os municípios de Açailândia, Itapecuru, Cidelândia e Zé Doca.
No Mato Grosso, o trabalho será desenvolvido junto às cooperativas existentes no município de Terra Nova do Norte. No Pará serão instaladas Unidades de Referência Tecnológica para as culturas do cupuaçu e da banana nos municípios de Marabá, Parauapebas e Novo Repartimento.
Clarice Rocha (MTb 4733/PE)
Embrapa Roraima
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