Reunião aborda validação do Zoneamento de Risco Climático para a cultura da mandioca no Acre
Reunião aborda validação do Zoneamento de Risco Climático para a cultura da mandioca no Acre
Pesquisadores da Embrapa, agricultores familiares, representantes de cooperativas e associações rurais, agentes financeiros e gestores de instituições de fomento à produção, entre outros atores envolvidos com a cadeia produtiva da mandioca no Juruá, se reúnem na quarta-feira, 26 de junho, para avaliar informações preliminares do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) para a cultura. A reunião técnica acontece na sede do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em Cruzeiro do Sul, com o objetivo de colher contribuições para a validação do documento.
O Zoneamento Agrícola de Risco Climático é um instrumento de política agrícola, elaborado a partir de metodologia validade pela Embrapa e adotada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para diversos estados, desde 1996. No Acre, os estudos iniciaram em 2016, por meio de um Termo de Execução Descentralizada, firmado entre a Embrapa e Mapa, que contempla culturas prioritárias para a economia local. O trabalho, realizado em parceria com a Embrapa Informática Agropecuária (Campinas/SP), tem como primeiro resultado o zoneamento para a cultura do milho, cultivares de ciclo precoce, médio e tardio em solos de textura arenosa, média e argilosa, com abrangência para todo o estado, publicado em 2018.
“Este ano o foco dos estudos é o zoneamento para a cultura da mandioca. Há empresários interessados em investir no cultivo da raíz para a produção de farinha no Juruá e em outras regionais. O ZARC visa reduzir riscos nas lavouras e proporcionar segurança para a obtenção de financiamento nesse elo do agronegócio acreano”, explica o pesquisador da Embrapa Acre, Falberni Costa", responsável pelos estudos no Estado.
Janelas de plantio
Durante a reunião serão apresentados os dados relativos à época de plantio da mandioca na região do Juruá, ou seja, as “janelas” de cultivo definidas pela metodologia do zoneamento, e os participantes poderão opinar sobre as informações, considerando suas práticas de cultivo. “É essencial contar com a participação de diferentes atores nesse processo, especialmente os produtores rurais das áreas tradicionais de cultivo de mandioca, em função dos conhecimentos que dispõem sobre aspectos ambientais e da produção, decorrentes da experiência com a cultura”, destaca Costa.
Os estudos de zoneamento da mandioca também serão validados por produtores rurais, empresários e outros atores envolvidos com a mandiocultura no município de Xapuri, em data a ser confirmada. Mesmo as sugestões que não possam ser incorporadas, por não estarem contemplada nas variáveis utilizadas pela modelagem aplicada ao estudo, quando consideradas relevantes para a condução da cultura serão relatadas no documento final.
Aspectos analisados
O Zoneamento de Risco Climático permite identificar a melhor época de plantio ou semeadura para formação das lavouras, em diferentes tipos de solo. Segundo Costa, as análises para elaboração dos mapas consideram aspectos do clima, como precipitação pluviométrica, temperatura e déficit hídrico; do solo, como a disponibilidade máxima de água na área de cultivo, estimada em função da profundidade efetiva das raízes da planta; e os ciclos de cultivares, quantificando potenciais riscos climáticos que podem causar perdas na produção. “A partir do cruzamento dessas informações são indicados os municípios aptos e os períodos de plantio ou semeadura em diferentes ciclos de culturas e tipos de solo. Essas recomendações permitem melhorar o rendimento e minimizar riscos nas culturas, associados ao clima, garantindo a viabilidade econômica do investimento”, destaca.
Além de proporcionar segurança aos cultivos e evitar perdas na produção, a adoção de informações do ZARC facilita o acesso a iniciativas de incentivo e apoio agrícola como o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), que permite a extinção de dívidas decorrentes de operações de crédito rural de custeio em caso de dificuldades de pagamento decorrentes da ocorrência de fenômenos naturais, pragas e doenças em plantações ou rebanho, o Proagro Mais, seguro público destinado a atender pequenos produtores vinculados ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) nas operações de custeio agrícola, e Programa de Subvenção Federal ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), que paga parte do seguro contratado pelos produtores nas seguradoras. Algumas instituições financeiras também condicionam a concessão de crédito rural ao uso de práticas recomendadas pelo documento.
Diva da Conceição Gonçalves (Mtb-0148/AC)
Embrapa Acre
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